Gustavo Wivilli Quintanilha, o Guto TV
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Gustavo Wivilli Quintanilha, o Guto TV

A correria e a dedicação fazem parte do dia a dia de Gustavo Wivilli Quintanilha, o Guto TV. O humorista nasceu na Cidade Maravilhosa em 1992 e, hoje com 30 anos, cria conteúdos para a internet. Muitos deles, aliás, caíram nas graças do diretor Boninho e de toda a trupe do "Big Brother Brasil". Vira e mexe, seus vídeos dão as caras (e roubam a cena!) no reality global.  

Guto TV, Grazi Massafera e Jojo Todynho
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Guto TV, Grazi Massafera e Jojo Todynho


O homem não para, além do canal homônimo, ele integra o elenco do "Jojo Nove e Meia", do Multishow, como coapresentador e assistente. Durante o papo com o site, o artista destacou como consegue conciliar as duas carreiras, elencou os desafios de ser comediante no Brasil e mensurou o amor que tem pelo que faz.  Leia a seguir a entrevista completa.


Guto TV
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Guto TV


1. Qual é o enigma para estar conectado e não perder as coisas que só o mundo real tem?

Observar. Desde criança sempre usei a observação para absorver o que há de engraçado ou característico em quem está no meu entorno. As pessoas se veem nos meus conteúdos, ou enxergam alguém que conhecem. É o "segredo" de causar tanta identificação.

2. Já passou por alguma situação inesperada por se inserir no universo on-line?

Por viver conectado, naturalmente acabo por dentro de fofocas dos famosos, trends novas, como essa moda viral do "NPC do TikTok", na qual pessoas estão fazendo coisas inusitadas em troca de recompensas. Então, no dia a dia, eu me percebo explicando bizarrices, tretas e memes para quem não é tão antenado. Estou sempre sendo visto como "aleatório" por saber de tanta coisa.

3. O seu sucesso o fez buscar desafios maiores no vídeo, como o talk show da Jojo?

Para mim, no começo, a TV sempre foi sinônimo de reconhecimento. Isso ficou evidente em algumas ocasiões memoráveis, como as minhas participações no dominical "Eliana", do SBT, o dia em que fui chamado para o sofá virtual do programa "Encontro com Fátima Bernardes", na Globo, e quando tive a oportunidade de fazer a abertura do "Roda a Roda Jequiti" em uma esquete hilariante com a Rebeca Abravanel, por conta da paródia "Roda a Roda Jabuti", que somava mais de 10 milhões de visualizações.


Já no "Jojo Nove e Meia" foi diferente e desafiador apresentar dinâmicas e auxiliá-la como assistente ativo no palco. A ideia era agregar o "Guto" da internet com o "Guto" artista. O meu amigo e agenciador Danilo Faro, CEO da "Conteúdo Digital", me convidou no ano retrasado, e eu aceitei antes que ele terminasse a proposta. 

Guto TV e Rebeca Abravanel
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Guto TV e Rebeca Abravanel


4. Aliás, como foi dividir a cena com a Jojo no Multishow? Tem nova temporada a caminho?

Uma experiência maravilhosa! Eu a observava há anos pelas mídias sociais, já a homenageei por muito tempo através dos meus personagens "multiversos" (inclusive até hoje!), pois essa explosão de personalidade e de carisma não tem como passar despercebida por ninguém. 


Sobre a continuidade, ainda não sei oficialmente. Recentemente, Danilo Faro, idealizador principal do talk show, revelou orgulhoso que esse projeto incrível não deve parar por aí.

5. Fazer dublagem é mais fácil do que TV? 

Ambos exigem um esforço, porém cada um com seu diferencial. Dublagens e quadros de humor saem como respiração. O tempo inteiro minha cabeça está dublando ou parodiando situações. Muitos fãs pensam que tenho um pessoal para criar meus conteúdos. Mas, não, faço todas as vozes, roteiros e elaborações.


Já na televisão, o desafio é outro. Há um script, um conceito definido e também a liberdade para improvisar. Porém, com uma equipe gigante sendo orquestrada pelo diretor, a maior distinção é não estar "100%" no controle de tudo que é feito.

6. Você é do time de humoristas que crê que está mais difícil fazer rir devido ao movimento do politicamente correto?

Penso que o "politicamente correto" só atrapalha quem usa o desconforto como uma muleta para provocar o riso. Muitos, tidos como "politicamente incorretos", na verdade, levam o público a "rir de nervoso". É claro que isso não os despe de inteligência, observação, timing e boas técnicas. 

Na minha opinião, há hora, lugar e público ideal para tudo. É isso que determina o limite. Os meus temas hoje são mistos. Contam diversas vezes com acidez, crítica social, reprodução de padrões e comportamentos cotidianos, mas nem por isso são vistos como ofensivos. 

Guto TV
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Guto TV


7. De onde vem a inspiração para os seus textos?

No caso das dublagens, procuro observar bem a cena em questão e capturar as expressões e detalhes da situação. Minha prioridade principal é dar voz aos animais de forma que seja coerente com seus movimentos e ações.

Quanto mais inerte ou isento de contexto um vídeo é, melhor para mim, pois não fico limitado aos eventos que ocorrem na cena. 

8. Você já fez alguma sátira e depois se arrependeu?

Sim! Durante o "Big Brother Brasil 20", por exemplo, produzi uma paródia animada utilizando o 3D "The Sims 4", que poucas horas depois reavaliei e tirei do ar. Geralmente durante reality show, os ânimos dos internautas ficam aflorados. Quem gera materiais precisa aprender a ficar cada dia mais imparcial nas críticas, e parcial só na torcida.

9. Como surgiu a ideia de utilizar a internet para a propagação de seu trabalho e quando notou que estava dando certo?

Tudo aconteceu de forma natural, há muitos anos, por meio dos fóruns e comunidades do extinto Orkut. Isso foi migrando para os vídeos de forma privada, somente para amigos, até que foi ficando público. 

Percebi que era um caminho possível quando um desses materiais viralizou no WhatsApp, e um tio bem próximo o encaminhou para mim, sem saber que era de minha autoria. 

Guto TV
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Guto TV


10. Acredita que o futuro das telenovelas é olhar para atrações e nomes da internet para a TV aberta?

Pode ser uma ótima estratégia de marketing, sim, mas deve ser usada para projetos que demandem a experiência de atuação no campo virtual, para se comunicar com um público da web ou em projetos de entretenimento. Teledramaturgia, para muitos, é um solo sagrado.

Acho que todos têm a perder quando o número de seguidores começa a ser relevante. A esfera artístico-cultural, os criadores e, principalmente, o espectador.


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