Conhecido como o embaixador circense no Brasil, o ex-trapalhão Dedé Santana
revisitou a sua trajetória de sucesso durante uma live com o escritor Antonio Vilmar Gravuni, o Gravuni. Além de recordar que a história dos "Trapalhões" começou por meio de sua dobradinha com Renato Aragão, o Didi, em 1966,
na extinta TV Excelsior, o multifacetado artista, que está no centro do picadeiro do Circo Teatro Dedé Santana,
relatou os perigos — e a importância — de fazer sátiras na atualidade.
"O politicamente correto amordaçou todos os comediantes. Você não pode, por exemplo, mexer com afrodescendente. E eu era o que mais falava no programa. Chamava o Mussum de 'negão', e ele dizia 'negão é o seu passadis'. Além disso, sempre fui amigo de gays, gosto dos gays, fiz muitas amizades, inclusive com o Lafond [Jorge], a Vera Verão, lembra? E eles brincavam comigo dizendo que era gay, um rapaz alegre e não sei o quê. Hoje seria difícil brincar com essas coisas", começou desabafando.
Em seguida, o ator de 86 anos
explicou que parte dessa "mordaça" fez com que alguns comediantes apelassem para a piada forte. "Na realidade, não tenho nada contra, mas não gosto desse humor que fala abertamente palavrão e essas coisas, que todo mundo sabe, mas que sei lá, não me sinto bem. Fui ver um stand-up
outro dia, e tinha garotos lá, de dez, doze anos, e os caras falando cada uma, que já estava com vergonha de ficar ao lado das crianças", comentou.
Logo depois, Dedé confirmou a fama de exigente de Carlos Alberto de Nóbrega, comandante do humorístico "A Praça É Nossa", do SBT. "Eu o conheço há 50 anos, nós trabalhamos juntos. Fui diretor dos 'Trapalhões' por um ano e oito meses na Globo, e o Carlos Alberto era o meu assistente. Eu o escolhi na época! Carlos Alberto é organizado e escreve bem", destacou, citando o fato de que, apesar de não estar criando tanto como antes, quando faz isso, demonstra muita habilidade.