Nos últimos meses, Thiago Gagliasso vem chamando atenção na internet por causa de sua intensa atividade nas redes sociais em prol de Jair Bolsonaro. Por conta disso, acabou se indispondo com alguns famosos, como Marcelo Adnet, Fábio Porchat, Xuxa Meneghel, Felipe Neto e até com o seu irmão e a sua cunhada, Giovanna Ewbank.
Mesmo assim, ele, que ficou conhecido nacionalmente ao participar de "A Fazenda 4" e das novelas "Luz do Sol" e "Mutantes", da RecordTV, garantiu ter amigos que são contrários ao atual governo e ressaltou estar tudo bem. "Mas aí você precisa fazer essa mesma pergunta aos intolerantes que não respeitam a opinião contrária", disse o ator. Confira os melhores momentos do bate-papo exclusivo!
1. Você não esconde de ninguém que é ferrenho defensor de Jair Bolsonaro. Caso se decepcionasse com alguma postura dele, tornaria isso público ou ficaria na sua para evitar os apontamentos?
Já temos que lidar com grande parte da mídia comum criticando e criando narrativas sem o menor fundamento. Conhecer Brasília de perto, ter a oportunidade de entender mais a vida de deputados federais, secretários e ministros, que dialogam comigo e me mostram os problemas, faz com que eu compreenda mais. Se tenho uma crítica, um ponto de vista diferente do deles, falo diretamente. Não iria expor para que seus inimigos declarados ficassem felizes. Apoiadores de um Brasil melhor (não apenas um governo específico) sabem que isso é tudo que seus adversários querem.
2. Como avalia o desempenho do chefe do Executivo em relação ao surto de coronavírus?
Muito bom, e prefiro mencionar os números pra responder. Passamos das 300 milhões de doses distribuídas, e mais de 242 milhões aplicadas. O governo federal repassou mais de 420 bilhões para os estados, onde houve muitos desvios por parte de governadores e prefeitos. Inclusive, houve até político sendo afastado como no caso do meu Rio de Janeiro. Mesmo com todas essas informações, chamam o presidente de negacionista. Fazer o quê?
3. Quem o acompanha nas redes sociais já deve ter percebido que você encara algumas situações embaraçosas (como o seu personagem na novela "Os Mutantes — Caminhos do Coração", da RecordTV) com bom humor. Quais as vantagens de saber rir de si próprio?
Acho que qualquer pessoa que chegou aos 32 anos e não aprendeu a rir de si mesma aos 20 foi porque não entendeu a vida. Sinto muito orgulho de ter trabalhado na RecordTV e nas produções que eu fiz por lá, mas esse mutante, em especial, se fosse nos dias de hoje, seria uma fábrica de memes, concorda comigo (risos)? Tenho que aturar a galera me zoando, ou então defenderia, quem sabe, atualmente, uma bandeira: talvez "mutanteofóbico" (risos).
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4. Por que os brasileiros não conseguem se unir em um projeto para transformar o país?
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Ué, quem disse que não? Basta olhar as ruas, e não as pesquisas, para ver a quantidade pessoas querendo um a nação mais digna, com oportunidade de emprego, de um futuro melhor. Digamos que somos todos, menos alguns.
5. Aceitaria o desafio de assumir um cargo político?
Eu tive uma experiência assim durante um ano, em 2019, na secretaria de cultura do estado. Trabalhei minha vida toda no setor de entretenimento (novela, teatro, eventos e gastronomia). Fazer o certo, ajudar a termos um país mais justo e colaborar com a geração de empregos é meu principal objetivo. Basta saber qual caminho seguir, se é sendo um bom político ou um bom parceiro com a iniciativa privada, ainda tenho essa dúvida. Levar um projeto em parceria com o estado e o setor privado para ajudar é um direito do ser humano, e não partidário.
6. Fica incomodado quando tentam comparar o seu trabalho com o do seu irmão, que, diga-se de passagem, tem muito mais tempo de trajetória que você?
Com 18 e 20 anos, sim, até porque seria uma maldade. Você não pode igualar o Neymar a um jogador que está iniciando sua carreira na base. Mas seguimos caminhos distintos: ele, na TV e no cinema; e eu, na parte de produção, eventos e entretenimento. Nunca fez sentido essa comparação, então nunca me afetou. Hoje estamos em situações opostas politicamente, eu luto pelo que acredito ser o melhor para o futuro do Brasil, e ele, pelo que ele e suas convicções. Se quiserem confrontar minha visão com a dele, tudo bem, é justo, uns concordarão comigo, outros, com ele. Ele acredita nas pesquisas, e eu estou na rua vendo como é a realidade. Se ele se animar para ir me acompanhar, será um prazer levá-lo a Brasília para mostrar de perto a corrupção do setor cultural. Certamente seria um grande aprendizado. O governo federal está de portas abertas a todo grande artista com boas intenções e projetos. Basta ele ir lá apresentar.
7. Será que convém, por causa de diferenças políticas, transformar amigos e conhecidos, por quem temos tanto apreço, em desafetos?
Certamente não compensa. Mas aí você precisa fazer essa pergunta aos intolerantes que não respeitam a opinião contrária. Basta ver as declarações de artistas e influenciadores para ver onde está o ódio. No meu caso, dialogo com cada um que pensa diferente de mim, inclusive mantenho amizades. Agora #elesnao (risos).
8. Afinal, o que é ser de direita?
É não ser de esquerda, ué (risos)! Brincadeiras à parte, é ter um pensamento político que defende a manutenção das instituições sociais tradicionais – como a família, a comunidade local e a religião, além dos usos, costumes, tradições, valores adquiridos durante anos, que nos levaram até aqui, nossa formação moral judaico-cristã ocidental, e por aí vai. Mas, segundo nossa oposição, é ser fascista, racista, homofóbico e preconceituoso, ser um radical capitalista que não pensa no próximo. Ou seja, temos que dar risada de quem tem conceitos assim. Falta de conhecimento é um problema no Brasil, principalmente para os formadores de opinião, filósofos de boteco no Leblon carioca.
9. Vira e mexe, você escreve "chega logo, 2022" em suas redes sociais. Por quê? 2021 já era?
Não, porque, a cada falsa narrativa criada para desgastar o atual governo, eles vão se desmoralizando mais, tanto na pesquisa do DataFolha quanto no resultado nas ruas, na patética CPI, nas falsas acusações em 2022. O povo vai responder nas urnas. Para cada deputado traidor, para cada "Bolsodoria", 2022 vai ser um ano de muitas respostas, inclusive para mim.
10. Ex-eleitor de Bolsonaro, Lobão hoje se posiciona a favor do impeachment do presidente. Como vê essa mudança?
É um direito dele. Talvez esta seja a minha grande diferença para muitas pessoas do meu meio "artístico": respeitar a opinião distinta da minha. Não conheço o Lobão pessoalmente, nem acompanho o seu dia a dia, por isso não tenho o direito de julgá-lo por sua opção de voto, e sim respeitá-lo.