Nego do Borel
Reprodução/Instagram
Nego do Borel


A décima terceira edição de  "A Fazenda" nem bem começou e o nome de Nego do Borel não sai das manchetes dos sites especializados em celebridades e dos assuntos mais comentados do Twitter. Além de ser indiciado por agressões contra Duda Reis fora da casa, o funkeiro teve um acesso de fúria após a primeira festa no reality show da RecordTV, no último fim de semana.  Tanto que internautas chegaram a pedir a expulsão do participante.

Para entender melhor esse comportamento do peão, conversamos com  José Fernandes Vilas, neurocientista e autor do recém-lançado livro "Quando o Sucesso Vira Burnout", escrito com o propósito de desmistificar a patologia que tomou o apogeu das doenças psiquiátricas neste ano. De imediato, ele afirmou que o  artista não está aproveitando a oportunidade de mostrar o lado "bom moço" no programa.

José Fernandes Vilas e Nego do Borel
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José Fernandes Vilas e Nego do Borel


Ao começar a explicitar o tema, o  doutor chama atenção para o fato de o rapaz não saber lidar bem com rejeição ou pressão, "desenvolvendo vários rompantes", como se ele ignorasse as câmeras e não pudesse minimizar seu estilo "inconstante", agindo, aliás, de forma incoerente em relação ao que mostra em suas redes sociais para parecer "um cara do bem". 

Para Vilas, esse tipo de atitude o leva a pensar numa possível disfunção chamada Síndrome de Hulk. Para compreender a comparação, é importante saber que, após a repercussão descomunal nos cinemas e quadrinhos, O Incrível Hulk virou apelido para o transtorno psiquiátrico incluído no DSM-5, que se faz de um conjunto de sintomas, como explosões de raiva verbais ou mais raramente físicas, de forma repentina, disruptiva, fugaz, jamais premeditada. "Imediatamente após a explosão, existe uma sensação de alívio intenso, evoluindo após alguns minutos de culpa, vergonha pelo ocorrido e arrependimento", explicou.

Nego do Borel
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Nego do Borel


Esses "surtos de ira", ainda de acordo com o profissional, podem vir de ameaças, falatório inapropriado, xingamentos etc., como se a pessoa fosse "rodar a baiana", ocorrendo, em média, duas a três vezes por semana, num período de três meses. Nos casos mais graves, estão os crimes contra patrimônio, lesão corporal ocasionada por arma de fogo ou arma branca, havendo, pelo menos, três episódios em um único ano.

Além disso, pesquisas apontam que, no Brasil, teríamos em torno de 6,2 milhões de portadores do Transtorno Explosivo Intermitente, sendo que a proporção é de três homens para cada mulher. Trata-se de uma disfunção neuroquímica causada pela baixa produção de serotonina, sendo também de origem genética. Não há cura, e sim tratamento medicamentoso, em que se utilizam antidepressivos, ansiolíticos, antipsicóticos e estabilizadores de humor. Logo, a ajuda do psicólogo é indispensável para identificar as situações, ou melhor, os "gatilhos" de cada um, e a realização de atividade física, sono regular e alimentação saudável funcionam como promotores do bem-estar e propiciam qualidade de vida.


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