No mês em que o aclamado regente da Bachiana Filarmônica Sesi-SP comemora seus 81 anos, o Centro Cultural Fiesp inaugura a exposição inédita "João Carlos Martins: 80 Anos de Música". Para o curador e diretor Jorge Takla, habilidoso em lidar com elencos numerosos, a grande surpresa no decorrer do trabalho foi descobrir uma quantidade extraordinária de material no exterior, como "artigos, comentários e críticas elogiosíssimas".
Logo no início da galeria, o som de uma orquestra afinando seus instrumentos prepara para a imersão. A partir daí, prêmios e fotos da sua carreira artística estão por toda parte, divididos em duas fases: a primeira delas, o Pianista — com corredores pictóricos, que conduzem a uma viagem entre 1940 e 2003 —, e a segunda, o Maestro — onde o público tem contato com a determinação de um ser humano em uma síntese de múltiplas leituras.
Outros pontos altos são a Sala do Piano, em que uma holografia de Martins conversa com visitantes e toca grandes clássicos, a da Orquestra, que dá a oportunidade de todos regerem uma sinfonia, em uma brincadeira interativa, além dos ambientes menores de projeção, com passagens de suas apresentações, depoimentos de várias celebridades e entrevistas nacionais e internacionais.
A atuação nas áreas social e educacional também tem vez na apresentação, assim como a forte ligação com a ciência e a saúde, já que enfrentou as consequências de uma distonia focal, enfermidade neurológica que altera as funções musculares. E não poderia faltar o samba — ele foi homenageado no enredo "A Música Venceu", que deu o título de campeã à Vai-Vai, em 2011 — e o futebol, por meio de seu envolvimento com o time da Portuguesa.