Rodrigo Fagundes está surfando uma onda das boas em sua carreira. Lembrado até hoje por causa do personagem Patrick, do humorístico "Zorra Total", dono do inesquecível bordão "olha a faca", o ator é uma das gratas surpresas no elenco de "Tudo Bem no Natal que Vem", de Roberto Santucci (conhecido pela direção de comédias blockbusters brasileiras), com protagonismo de Leandro Hassum. Ao falar sobre a produção da Netflix, destacou: "Estou muito emocionado com esse sucesso todo em menos de dois meses de lançamento, sendo que, todos os dias, recebo um elogio ou sou marcado nas redes sociais por pessoas do mundo todo".
Ainda durante o bate-papo exclusivo com o iG Gente, o artista mineiro, que cursou comunicação na PUC, relembrou seus momentos no vídeo, falou sobre a série "Impuros", da qual faz parte e é exibida no Globoplay, relatou a vontade de fazer novos trabalhos na TV aberta, expôs a paixão por novelas, descreveu a relação com fãs e redes sociais, citou o período em quarentena e disse como é viver de arte no Brasil. Mais do que isso, mencionou o relacionamento de quase duas décadas com o escritor Wendell Bendelack. "Nunca escondemos, mas não nos expúnhamos muito porque nossa relação é nosso tesouro, e o tesouro não se mostra para todo mundo". Vem com a gente!
1. Você acabou de estrear "Tudo Bem no Natal que Vem", na Netflix, e gravou mais um filme. Como é fazer cinema num país como o nosso?
Teimosia, minha e dos colegas, além de muito amor ao ofício. Ainda que minha experiência como ator em cinema seja mínima, sou um fiel espectador. E sei que sou um privilegiado por viver da minha arte, sem partir para um plano B.
2. Ainda falando sobre o longa-metragem, que está fazendo barulho pelo mundo desde a estreia, como você analisa essa repercussão?
Estou muito emocionado com esse sucesso todo em menos de dois meses de lançamento, sendo que, todos os dias, recebo um elogio ou sou marcado nas redes sociais por pessoas do mundo todo. Além de um roteiro lindo, direção, elenco e equipe afiados, o clima no set era delicioso. Acredito que isso também esteja chegando às pessoas.
3. Com a pandemia, temos visto os artistas fazendo cursos e peças virtuais. Você tem planos para algo do tipo? Acha que essas inovações serão continuadas?
Participei de lives e fiz uma leitura do projeto Rede de Leituras. Acredito que alguma coisa será integrada dessa tecnologia toda que tentamos transformar em arte, sim. Mas o teatro presencial jamais morrerá. No tempo certo, ele vai voltar! E eu quero estar lá para receber o público e dividir alegria e informação com eles.
4. Você está na Netflix e no Globoplay, com "Impuros", mas quando o veremos de novo na TV aberta?
Amei a pergunta, mas não tenho essa resposta agora. Adorei fazer a novela "Pega Pega" e espero ter essa sorte novamente na TV aberta, seja em folhetim, seja em série.
5. Você sempre mostra seu cotidiano nas redes sociais. Como costuma ser seu contato com os fãs?
Eu sou o que posto (risos). Sou bem tranquilo. Procuro responder, trocar ideias e mostrar um pouco do meu mundo para quem me acompanha. Ainda apanho um pouco dessas ferramentas, mas "tô" indo (risos).
6. De um tempo pra cá, você tem falado e mostrado mais o Wendell Bendelack. Já sofreu algum tipo de preconceito por conta disso?
Wendell e eu estamos juntos há dezessete anos. Na vida e no trabalho. Nunca escondemos, mas não nos expúnhamos muito porque nossa relação é nosso tesouro, e o tesouro não se mostra para todo mundo. Mas os tempos atuais e a homofobia que assola este país nos fizeram ver como é importante se posicionar. Não queremos aprovação de ninguém, mas de respeito e de direitos não abriremos mão. Às vezes, vem alguma alma podre tentar um ataque pelas nossas redes sociais. Se é muito grosseiro, eu vou lá, rebato e bloqueio, mas já aconteceram casos em que sinto que dá pra dialogar e respondo. É impressionante como mudam o comportamento quando damos atenção.
7. Também, nas suas mídias, vemos sua ótima relação com sua sogra, que tem morado em sua casa durante a quarentena. Qual o segredo para essa harmonia?
Você agora vai me criar um problema de ciúmes com minha mãe, que está na cidade dela e não será citada aqui (risos). Brincadeira. A Tetê, minha sogra, é um personagem, e, quando estamos nós quatro juntos, é festa! Tentamos manter a harmonia e, sobretudo, o humor no dia a dia. Rimos muito um do outro, e isso ajuda. Até nas horas difíceis, com essas mortes e o sofrimento que nos assola. Mas estamos juntos e fazendo memórias. E minha mãe já, já vem para o Rio ficar com a gente também. As duas são amicíssimas e trocam receitas pelo telefone. E estão viciadas no Shoptime agora. Temos que ficar de olho nos gastos (risos).
8. Já que estamos em período de isolamento social, indique suas produções preferidas para quem quer boas opções para passar o tempo em casa.
Sou noveleiro de raiz (risos). Amo um melodrama e nossos artistas maravilhosos. Indico muita coisa boa, como as tramas da musa Malu Mader, "Vale Tudo", "A Gata Comeu", "Avenida Brasil"... Nossa, são tantas, sobretudo as dos anos 1980 e 1990, que cresci vendo. É um universo fascinante, e aprendo muito.
9. Aliás, é impossível não associar você ao humor. Que dicas você pode dar para as pessoas se manterem sãs e sorrindo?
Olha, está difícil! Tento não deixar a minha criança morrer e me alimentar de arte com música, livro, novela ou filme. Tenho sorte também por ter Wendell e uma família que transborda amor. Mesmo longe, nos conectamos diariamente. Espero que tudo isso passe e possamos suavizar os traumas, que serão muitos.
10. Qual a primeira coisa que pensa em fazer quando for vacinado?
Continuar usando máscara, álcool em gel e abraçar meus amigos! Vai passar! Tenho fé!