Thyago e Mayara, integrantes da Família Tenório do reality show Ilhados com a Sogra, da Netflix, contaram com exclusividade ao podcast Não é Nada Pessoal, apresentado por Arthur Pires e por este colunista que vos escreve, que se decepcionaram com os demais participantes e romperam contato com todos ao final das gravações. E também falaram sobre os episódios que levantaram um debate sobre racismo dentro e fora do programa.
Alvo de ataques das demais famílias --que saíram queimadíssimas do reality show--, o casal esclareceu que nunca houve nenhum pedido de desculpas por parte dos adversários. Os comportamentos de alguns participantes foram apontados pelo público e influenciadores militantes da luta racial como atos de racismo. "Eu acho que não se pede desculpas quando não se sente culpa", avaliou Mayara.
De acordo com Thyago, alguns adversários se justificaram publicamente na tentativa de minimizar seus atos, e recorreram ao velho pretexto de que haviam sido prejudicados pela edição do reality show para aliviar a própria barra e reduzir o volume de críticas.
"Imagina se tivesse sido eu que tratasse a Severina igual outros tratavam as sogras. Você tá entendendo? Eu ia ser a Karol Conka de calça. Tava cancelado. Imagina se tivesse sido a Severina que tivesse trapaceado em uma prova. O apontamento ia ser totalmente diferente", avaliou o criador de conteúdo.
Para o casal, a sorte é que a edição do reality show mostrou justamente o que aconteceu, incluindo as incoerências, contradições e mentiras de seus oponentes. "Coisas que falaram que eu disse, a edição, graças a Deus e maravilhosamente, colocou a verdade da minha fala. O V.A.R.", reforçou.
"Só que lá dentro eu tive isso. E aqui fora, que a gente não tem [o V.A.R.] e nossa palavra é diminuída a todo instante? Ninguém nos ouve. Não tem V.A.R. aqui pra gente. Então foi muito importante ter colocado", acrescentou.
Além disso, Thyago relembrou que mesmo com as comprovações de que ele, Mayara e Severina foram perseguidos e sofreram racismo no reality show, outras pessoas ainda tentam empurrar para eles a culpa da indisposição coletiva, tudo porque ele e a sogra haviam se entendido e estabelecido a paz na relação entre eles, mas por estratégia de jogo optaram por não expor isso aos rivais.
E isso foi o estopim para que comportamentos bizarros fossem vistos na Netflix, como um homem branco, na casa dos 30 anos, e de classe média apontando o dedo na cara de uma idosa preta e pobre, com um tom de voz extremamente acima do aceitável para uma conversa.
"Pessoas que nunca foram seguidas no mercado, que nunca perderam uma vaga de emprego por conta da cor da pele, querem ter autonomia pra falar o que é ou não racismo. É inadmissível isso", desabafou Thyago.
*Texto de Júlia Wasko
Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e encantada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko