A campeã do concurso revelou detalhes do Miss América 2010
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A campeã do concurso revelou detalhes do Miss América 2010

Caressa Cameron Jackson, candidata afro-americana coroada como Miss América em 2010, denunciou a falta de preparo do concurso para lidar com pessoas não brancas. A organização proibia a participação de mulheres negras, e somente em 1970 restringiu essa regra, e mesmo assim Caressa não recebeu todo o apoio como as demais participantes.

No documentário Segredos do Miss América, uma série do A&E que estreou no último domingo (22), Caressa contou que precisou utilizar perucas quando era competidora porque os profissionais contratados pela Miss América não eram preparados para lidar com o cabelo de mulheres negras.

"Outras mulheres afro-americanas ganharam o Miss América antes de mim. Mas nós temos diferentes tipos e necessidades de cabelo. Eu, por exemplo, tinha um cabelo tingido e alisado quimicamente", explicou.

"A organização não estava preparada para cabeleireiros que pudessem cuidar do cabelo de pessoas afro-americanas. Acredito que minhas predecessoras, também afro-americanas, talvez tivessem um cabelo mais maneável ou com uma textura que permitia que fossem penteados. Como resultado, tive que cortar metade do cabelo e passei a usar perucas", acrescentou.

A primeira Miss América negra foi Vanessa Williams, coroada em setembro de 1938. Entretanto, a ex-participante sofreu com ameaças e ataques racistas, e precisou desistir do título após ter fotos nuas vazadas em uma revista norte-americana, seis semanas antes de sua premiação.

"A experiência de Vanessa dá luz para a discriminação existente no histórico da organização. Era bonita, jovem e poderia ter sido o rosto que lançaria o Miss América a uma era de maior inclusão e aceitação", opinou.

Caressa ainda explicou que suas redes sociais eram administradas pela organização quando foi coroada, então não tinha acesso aos ataques que recebia: "Foi assim até 2013. A mulher que venceu depois de mim teve acesso a suas próprias redes e, como consequência, abriram-se as portas para que pudéssemos ver a opinião de todo o mundo".

"Eu agradeço muito por não ter lidado com essa pressão, além da que eu já estava lidando. Acredito que se eu tivesse que lidar com tudo isso, eu teria entregado meu título. Não estavam preparados para uma Miss América negra. Tiveram a oportunidade de se ver em uma plataforma nacional e puderam celebrar a beleza e a diversidade de alguém que não era o padrão", concluiu.

*Texto de Júlia Wasko

Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e encantada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko

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