A bailarina clássica Ingrid Silva usou suas redes sociais para desabafar sobre um caso de racismo que sofreu nos Estados Unidos. No vídeo publicado, ela conta que foi abordada por um homem americano, que falava português, perguntando se ela e a filha eram brasileiras. 

Ingrid respondeu que sim e o homem continuou a conversa dizendo que já havia viajado para o Rio de Janeiro, e que achava a cidade maravilhosa. Durante o papo, ele perguntou se a brasileira morava na cidade, e ela disse que estava no local a trabalho. Logo que a bailarina disse isso, o americano perguntou se ela era "cleaning" (faxineira). 

Ela ficou surpresa com a afirmação do homem e ressaltou que depois de 14 anos morando em Nova York, ela nunca teve uma conversa com alguém que assumisse que apenas pelo fato dela ser negra ela seria faxineira. 

A renomada bailarina clássica ainda deixa claro que o vídeo não é um insulto às empregadas domésticas, até porque era a profissão de sua mãe. E que o ponto discutido no vídeo era sobre racismo. 

Quando Ingrid contou ao homem que era bailarina clássica e que iria se apresentar no teatro da cidade, o norte-americano ficou extremamente surpreso. Por isso, ela pergunta em seu vídeo:  "Por que eu não poderia ser uma bailarina classica?".

Ela ainda ressaltou o motivo das pessoas olharem para um negro e nunca associar a uma diretora de empresa, a um presidente, ou até mesmo a uma bailarina clássica. 

"Olha como esse racismo estrutural e essa base da pirâmide é louca. Louca, não, é tudo estruturado para que pessoa pretas não tenham oportunidade crescer, ou quando crescem elas não são vistas dessa forma", declarou em seu vídeo. "Vocês entendem como o racismo é algo tão sutil e tão avassalador, tão escroto que desestrutura toda uma estrutura?", continuou.

Assista ao desabafo da bailarina: 

*Com a colaboração de Victória Rossi