No mês em que completa dez anos na presidência do grupo Jovem Pan, Tutinha Carvalho renunciou ao cargo nesta segunda-feira (9) após a cobertura desastrosa e vergonhosa feita por seu canal de notícias sobre os ataques terroristas em Brasília que ocorreram no último domingo (8).
Ao longo da cobertura, comentaristas do canal entraram ao vivo relativizando o crime cometido pelos bolsonaristas que tomaram o Congresso Nacional. Alguns chegaram a dizer claramente que os atos eram uma demonstração de descontentamento com o sistema eleitoral brasileiro e uma resposta às ações do ministro Alexandre de Moraes. Tudo em um tom de defesa dos criminosos.
Tutinha, aliado de Jair Bolsonaro, decidiu deixar a cadeira de presidente, que passará a ser ocupada por Roberto Araújo, CEO do grupo desde 2014. Com essa movimentação, ele pretende salvar a empresa do colapso, já que perdeu suas principais fontes de renda: o apoio financeiro do ex-presidente da República e também de seus canais no YouTube, que foram totalmente desmonetizados.
A saída de Tutinha foi publicada em primeira mão pelo site Tudo Rádio, e confirmada pela coluna com fontes que atuam na rede Jovem Pan. Embora o empresário deixe a presidência, ele seguirá no conselho executivo.
A coluna procurou a Jovem Pan, mas o processo de comunicação com a empresa é complicado. Somente em 2022, a assessoria de imprensa foi trocada por quatro vezes, e não existe um departamento interno que cuide deste setor. Parece absurdo, né?