O ator Mateus Carrieri se emocionou ao falar do processo de transição de gênero de seu filho mais novo, Nico, de 15 anos. Em entrevista ao podcast Não é Nada Pessoal, Carrieri contou como foi receber a notícia assim que saiu do reality A Fazenda e explicou a melhor forma que encontrou para ajudar o menino nessa nova descoberta.
"Tô aprendendo todo dia, até hoje é um aprendizado diário que te faz refletir, como você tem que tratar o filho e como você tem que tratar outras pessoas também. Eu até me emociono falando dele. Ontem a gente foi ver o jogo do Palmeiras e foi uma emoção porque eu sinto que ele usou o futebol para se aproximar de mim, ele nem curtia tanto futebol", disse Carrieri com lágrimas nos olhos.
Mateus descobriu sobre a transição de gênero do filho assim que saiu de A Fazenda 12. Na época, Nico tinha 13 anos e se considerava não-binário, uma pessoa que transita entre o gênero feminino e masculino.
"Quando eu voltei da Fazenda ele queria conversar comigo e falou: 'Pai, eu sou gênero fluido'. Eu fiquei: 'Que que é isso? Me explica', porque nunca tinha ouvido esse termo", contou o ator.
Mateus afirmou que apesar das dificuldades iniciais ao utilizar os pronomes corretos para se referir ao filho, ele aprendeu e continua aprendendo muito como o adolescente.
Além do acolhimento, o ex-peão buscou ajuda profissional para ajudar na transição de Nico: "O que eu podia buscar era terapia e um ginecologista especializado, um cara que começou a me dar as diretrizes de como pode ser feita uma transição".
"Deixei claro para ele duas coisas. Primeiro, 'eu estou do teu lado para facilitar a vida nesse processo, vou tentar ser um facilitador e não o cara que vai te expulsar, te bater e te convencer do contrário. Mas, ainda como qualquer adolescente, eu sou teu pai, sou o adulto e eu que vou comandar tudo isso'", relembrou.
Aos 55 anos, Carrieri fala sobre o assunto nas suas redes sociais e o tema vem atingindo outras pessoas que passam por situações similares. Os seguidores que são parte da comunidade LGBTQIA+ se sentem confortáveis de partilhar situações de preconceito que vivem nas suas famílias, e alguns pais dizem ter uma maior compreensão sobre seus filhos.
"Você tem que amar seu filho, é o básico. Você não vai deixar de amar. Uma atitude violenta e radical não combina com ser pai ou ser mãe na minha visão", declarou.
*Com a colaboração de Amanda Moreira.