Foragido e procurado pela Justiça, o humorista Carlos Alberto da Silva, mais conhecido como Mendigo
, pode ter suas contas bancárias bloqueadas a qualquer momento. Quem protocolou o pedido foi o ativista da Aliança Nacional LGBTI+ e suplente de deputado Agripino Magalhães, que em 2020 processou o ex-integrante do Pânico pelo crime de homofobia.
No pedido protocolado nesta quinta-feira pelo advogado Francisco Angelo Carbone Sobrinho, o pedido de bloqueio de contas bancárias e também o acionamento do Detran para a apreensão de possíveis veículos que estejam no nome de Carlinhos Mendigo é para facilitar a localização do humorista.
"Diante da gravidade do ato, requer que seja deferida a prisão do réu, para que seja interrogado, expedindo-se o competente mandado. Além disso, que sejam bloqueadas as suas contas bancárias através do Sistema Bacen Jud, bem como seus veículos junto ao Detran, até ulterior deliberação", diz o apelo da defesa do ativista.
Desde o ano passado, ele é procurado pela Justiça por dois motivos: não pagamento da pensão alimentícia do filho que teve com Aline Hauck (a dívida ultrapassa os R$ 90 mil) e para responder pelo crime de homofobia que praticou contra Thammy Miranda e contra pessoas transexuais.
O Ministério Público foi acionado para procurá-lo, mas os promotores deram com as caras nas portas. Foram identificados dois imóveis de luxo na cidade de São Paulo, onde Mendigo teria vivido por algum tempo, mas atualmente ele não se encontra em nenhum dos dois endereços.
Os oficiais chegaram a ir à sede da Jovem Pan, na avenida Paulista, onde o humorista trabalhou até 2017, mas também não o encontraram por lá e tampouco obtiveram informações relevantes a respeito de seu paradeiro.
Embora esteja oficialmente foragido, Mendigo segue frequentando assiduamente as gravações do programa Ticaracaticast, gravado em São Paulo e apresentado por Marvio Lucio (o Carioca) e por Marcos Chiesa (o Bola), seus amigos desde os tempos do Pânico.
Crimes
Mendigo foi processado pelo crime de homofobia após ter feito uma série de publicações de cunho transfóbico em seu perfil no Instagram atacando Thammy Miranda, filho de Gretchen, por ter sido contratado para atuar em uma campanha de Dia dos Pais em 2020.
"Prefiro ser órfão do que ser adotado por uma mulher operada que se passa por homem, para ter o privilégio de adotar uma criança. Prefiro ser também órfão, do que ser criado por um homem operado se passando também por mulher para querer ser mãe", escreveu Mendigo na ocasião.
O ativista da Aliança Nacional LGBTI+ e suplente de deputado Agripino Magalhães protocolou uma denúncia por incitação ao crime de homofobia na 2ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância (DECRAD). O caso foi parar nas mãos do Ministério Público, que formalizou a queixa à Justiça. E agora Mendigo é procurado para responder pelo crime de homofobia.
Além disso, ele foi condenado à prisão preventiva pelo não pagamento da pensão alimentícia de seu filho, fruto da relação com Aline Hauck. A dívida já ultrapassou a quantia de R$ 90 mil. Também em 2020, ele usou suas redes sociais para fazer uma ameaça de morte indireta à mãe de seu filho.
"Cada dia que passa, mais eu entendo o goleiro Bruno (...) Aqui para a justiça brasileira, só f*dem a vida do meu filho (...) Deveria fazer igual o goleiro Bruno fez, mas a gente tem que só falar, e falar pode, né… e às vezes fazer também, porque com seis anos você tá na rua. (...) Querem a graninha da pensão? Espera aí sentadinha!", escreveu.