CRATO (CE)* - Ter acesso à "vida secreta" de Vyni, que ele faz questão de esconder de seus amigos do BBB22 e também dos telespectadores do programa, ajudam a entender por que um personagem tão carismático das redes sociais se tornou em uma figura tímida e de pouco destaque dentro do maior reality show da TV brasileira. Descobri que ele carrega muitos traumas. Um deles foi o abandono que sofreu de sua mãe biológica quando ainda era um bebê.
"Ela simplesmente pegou as coisas dela e foi embora. Sumiu, sem dar nenhuma explicação. Fiz de tudo para ele não sentir falta. Hoje ele é meu filho", disse a simpática dona Quinha, avó de Vyni.
A convite dos meus amigos do site Página Sete , viajei a Crato, cidade da região do Cariri, no interior do Ceará, e conheci a casa do brother e sua família. A simpática e emotiva dona Quinha, avó do rapaz, me fez revelações importantes, que podem justificar seu comportamento tímido no programa.
Vyni foi morar com os avós quando tinha entre seis e sete meses de vida, juntamente com seu pai, Cícero, e sua mãe. Mas eles ficaram sob o mesmo teto por puquíssimo tempo. Dona Quinha não soube (ou não quis) explicar os reais motivos que fizeram sua ex-nora sumir do mapa.
“Marquinhos (é dessa forma que ela chama o neto) chorava muito quando era bebê. Sentia muita falta de mamar no peito. Uma vizinha nossa, que tinha acabado de ter filho, foi quem amamentou ele durante muito tempo", revelou a avó.
Partiu de Vyni o interesse para encontrar a mãe biológica. Cicinho, que sempre manteve contato com sua ex-mulher, a convenceu de visitar o jovem no Cariri. "Ela veio, ficou um pouco e logo partiu embora de novo. Hoje ele não reclama mais da ausência da mãe porque aqui em casa ele tem todo o amor do mundo. Ele é meu tesouro mais precioso. É o meu filho", afirmou dona Quinha.
Fome
A única fonte de renda da família é o restaurante Pirão de Costela, que graças à presença de Vyni no BBB22 acabou se tornando ponto turístico em Crato. Mas antes do programa, nem todos os dias o local recebia clientes. E por isso a questão financeira sempre foi um problema para a família.
“Por diversas vezes a gente não tinha dinheiro pra nada e ele ia para a faculdade e passava o dia inteiro lá sem comer nada. Isso partia o meu coração. Não ter um real para ele merendar me fazia chorar. Mas ele nunca reclamou", relembrou dona Quinha.
A falta de dinheiro fez Vyni mentir para a própria família. Por diversas vezes, acabava atrasando o pagamento da mensalidade do ônibus fretado que o levava para a faculdade. E para não correr o risco de ser barrado pelo motorista, ele dizia que não tinha aula naquele dia.
"Quando eu descobri isso, dei um jeito. Porque nessas horas a gente precisa se virar. E eu juntei um pouquinho daqui, outro pouquinho dali, atrasei outras contas e paguei. O motorista me falou que jamais barraria a entrada dele porque o Marquinhos era a alegria da viagem. Eu chorei muito nesse dia", finalizou a avó de Vyni.
* A coluna viajou a Crato (CE) a convite do site Página Sete