CRATO (CE) - Por muitos anos Vyni Fernandes escondeu de sua família alguns segredos, dores e traumas, e agora, por conta do BBB22, ele tem tornado público. Sua sexualidade e a violência física que sofreu por conta dela são alguns exemplos. E as confissões têm sido motivo de choro entre os parentes e amigos do bacharel em Direito.
A convite dos meus amigos do site Página Sete
, viajei a Crato, cidade da região do Cariri, no interior do Ceará, para conhecer melhor a história de Vyni. Um dos assuntos que precisei abordar foi a sexualidade do participante do reality show da Globo e fiquei impressionado com as revelações de dona Quinha, a avó que assumiu a figura de mãe na vida do jovem.
Um dia antes de embarcar para o Rio de Janeiro e entrar no pré-confinamento do BBB22, Vyni reuniu a família na sala de sua casa e se assumiu gay. Foi uma choradeira sem fim. Embora alguns desconfiassem por conta de seu jeito delicado, o assunto nunca foi debatido em casa e o brother nunca disse algo que pudesse dar a entender que ele sente atração por homens.
"Ele juntou todo mundo aqui e falou. Eu chorei muito de tristeza, porque minha maior preocupação é com o que pode acontecer com ele na rua. Não quero que ele seja agredido", disse dona Quinha.
"Vyni sofreu muito bullying desde pequeno por ser mais dócil e ter esse jeitinho mais delicado. Já vi ele chorando por causa disso, mas sempre estive ao seu lado. Não tem coisa que mais me machuca do que ver meu filho triste. Isso é a morte para mim", acrescentou.
Outro segredo que Vyni revelou, mas desta vez em rede nacional, foram as agressões físicas que sofreu por ser gay. Dentro do BBB22, ele fez Eliezer Neto chorar ao relatar um episódio em que apanhou na rua após ser perseguido por um grupo de rapazes que se incomodou com seu comportamento. Dona Quinha ficou sabendo disso junto com todo o Brasil.
Isolamento
Vyni se tornou uma pessoa tímida e reservada desde então. Ele passa horas trancado em um quartinho localizado nos fundos da casa, sem janela e sem circulação de ar, onde estudava, fazia trabalhos para estudantes de Direito que o contratavam e criava os roteiros dos vídeos que postava em suas redes sociais.
"Ele só saía para almoçar. Até a merenda eu trazia aqui pro meu menino. Ele ficava o dia inteiro aqui enfiado nos livros, lendo e escrevendo. Tinha dias que entrava aqui cedo e só saía à noite", explicou a mãe do rapaz.
O quarto se tornou o porto seguro do participante do BBB22. Ele não tem o hábito de sair para se divertir em bares ou casas noturnas, por medo de ser vítima novamente de homofobia e também por falta de dinheiro. Seus passeios se resumem a visitar os amigos e parentes, ou pequenos giros pelo centro de Crato, que muitas vezes se resumem a acompanhar sua mãe nas visitas ao hospital.
"Vyni fica aqui em casa o dia inteiro. E agora que ele não está aqui eu sinto muito a falta dele", desabafou dona Quinha.
*O colunista viajou a Crato (CE) a convite do site Página Sete
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