A nova temporada do reality Big Brother Brasil (BBB), em mais uma edição, destaca a preocupação dos participantes com o chamado “cancelamento”, ação resultante de comentários e atitudes dos confinados. Com 10 dias de exibição ao público, a disputa pelo prêmio milionário colocou 26 participantes, entre famosos e anônimos, para o veredicto popular, e apresenta como um dos destaques negativos o cantor e compositor Rodriguinho, ainda não eliminado, porém com uma ampla rejeição do público que acompanha o programa, especialmente, a grande massa das redes sociais.
Segundo a médica psiquiatra Dra. Patrícia Pires, em tempos atuais onde o meio digital, por vezes, dita as regras comportamentais da sociedade é necessário o cuidado redobrado dos indivíduos que se propõem a uma ampla exposição, como a participação em um reality show. Ela pontua que, hoje, comentários e atitudes necessitam de cuidados redobrados antes de serem expostos a alguém ou a um grupo.
“Todas as vezes que um indivíduo faz a defesa de uma causa, mas não consegue transmitir com exatidão o objetivo da mesma, será possível interpretações errôneas tanto do público, quanto das pessoas que estiverem ao seu redor, acarretando discórdias. Estamos falando de emoções das pessoas e, consequentemente, da saúde mental, pois determinadas ações impactarão no indivíduo. As pessoas aproveitam da liberdade de expressão e, ainda, que estão detrás de uma tela para não terem piedade ao denegrir a imagem de qualquer um”, reflete a psiquiatra.
A visão do público que assiste ao programa e movimenta as redes sociais, passou a colocar o cantor e compositor Rodriguinho, uma espécie de vilão, pois em poucos dias passou a perseguir o motorista de aplicativo Davi, motivado pelo voto recebido durante a formação do primeiro paredão. A atitude somada aos comentários machistas, inclusive o julgamento ao comportamento da modelo Yasmin Brunet pontuaram muitas das falas negativas do artista.
De acordo com a médica, o programa discute muitas questões comportamentais e servem como exemplo para que o público aproveite para pensar sobre suas próprias posturas. “Uma atitude importante é que a pessoa, após algum acontecimento conflituoso, fique sozinha e tente manter a calma e, claro, faça uma reflexão sobre a situação. Pense de modo empático e se coloque no lugar do outro para que se observe melhor o seu comportamento. Quando se tem humildade é fácil para uma melhor compreensão e, acima de tudo, refletir como trabalhar e transmitir suas opiniões sem fazer ofensas. Sempre temos que compreender como seriam nossas reações, se a situação fosse de modo inverso”, destaca.
Sobre as consequências de um cancelamento, ou seja, uma rejeição, a profissional finaliza: “Todas as vezes que o indivíduo se depara com uma situação dessa é necessário uma atenção emocional, uma ajuda médica, pois pode prejudicar a saúde mental. Pode resultar em uma patologia, uma depressão motivada pelo sentimento de tristeza, de melancolia, de frustração. Não é fácil e nem aceitável uma rejeição”.