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Com curadoria de Fernanda Diamant e sob o charme da cidade de Paraty, o autor carioca será o homenageado dessa edição da festa literária

A FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) é uma daquelas feiras que mexe com o imaginário do amante do livro. Romantizada por sua essência intimista, regada a cultura mais clássica com mesas acontecendo em casarões antigos ou em meio a rodas de amigos, a cidade de Paraty parece ter caído como uma luva para o cenário perfeito!

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Divulgação/Flip
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Respeitada por todo o mercado editorial, a FLIP é uma incentivadora do debate, acolhe diversos gêneros e nacionalidades, além de proporcionar a cada ano o reconhecimento a um homenageado. E esse ano é a vez do carioca Euclides da Cunha .

Euclides é um daqueles autores que somos obrigados a ler na época da escola, ainda sem muita maturidade para entendermos a complexidade de um contexto regionalista em meio a um conflito, com o início do pré-modernismo. E aí ou você ama, odeia ou volta a leitura até entender.

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Cercado de polêmicas e visto como um homem grosseiro por muitas pessoas, Euclides foi assassinado pelo amante da esposa. Um escândalo para a época, e se não bastasse uma morte tão trágica, seu filho também foi morto pelo mesmo amante, após uma tentativa de honrar o nome do pai.

Mas suas obras são inegavelmente marcantes e importantes para a literatura e para o entendimento da nossa própria história, já que seu livro mais famoso, “ Os Sertões ”, retrata fielmente a vida precária do povo nordestino e as consequências da Guerra de Canudos, sobre a qual aliás, Euclides, quando repórter do jornal O Estado de São Paulo , fez a cobertura completa.

Além da temática que envolve o homenageado, a FLIP também trará outras mesas com temas diversos como jornalismo e meio ambiente, que debaterá o impacto ambiental causado pela intervenção humana no planeta com a brasileira Cristina Serra e o americano David Wallace-Wells - (13/07 – às 20h30).

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E a tradicional mesa de despedida da FLIP trará esse ano, pela primeira vez, um convidado especial que será o comandante de embarcações Amyr Klink . Nessa mesa os autores leem trechos de seus livros preferidos – (14/07 – às 12h30).

A programação também se estende por mesas paralelas conhecidas como off-flip , que são oferecidas e organizadas pelos parceiros e editoras e são a cereja do bolo, complementando com temáticas do mercado e afins.

Se você nunca foi, vá! Além de uma experiência literária provocativa, a FLIP também proporciona o contato com a literatura não comercial e tem como missão invisível tirar você da sua zona de conforto. Certamente você não voltará o mesmo leitor.

Para sugestões e pautas: colunaquartacapa@gmail.com