Depois de 15 anos estabilizado sob o Ponto de Equilíbrio, André Sampaio agora parte para novos desafios na sua carreira solo. O músico da banda de reggae deu um pontapé inicial nessa sua nova fase em 2012, quando atravessou o oceano rumo à Burkina Faso e ao Mali, para explorar a sonoridade contemporânea que emerge por lá. Depois de dois meses na África Ocidental, o músico lançou de forma independente o disco “Desaguou” (2013). Mas o seu afro-rock não parou por aí e agora promete voltar à tona cinco anos depois com o seu segundo disco, “Alagbe”.

Leia também: Próspero na música e no amor, 2017 de Anitta é a equação perfeita da fama

André Sampaio viaja por raízes africanas em novo trabalho, que deve sair ainda este ano
Reprodução/Instagram
André Sampaio viaja por raízes africanas em novo trabalho, que deve sair ainda este ano

 “Ao longo dessa caminhada com o Ponto de Equilíbrio tive muitas interações e influências com as músicas de matriz africana como samba, maracatu e esse era um dos principais caminhos que eu buscava inclusive dentro da guitarra”, conta o músico em entrevista ao iG Gente . “O próprio reggae já faz uma referência muito forte a África e os seus ritmos e tudo isso foi me levando para esse lado”, completa o guitarrista.

Leia também: Despacito colocou a música latina no radar mundial e foi o fenômeno do ano

Buscando convergir as guitarras contemporâneas da África com a sonoridade brasileira da diáspora africana, Sampaio entrou em contato com músicos que tem conquistado o mundo em festivais de música internacionais. “Eu encontrei no afro-rock - ou outro rótulo o que melhor define o que faço - um caminho que sintetiza todas essas influências das minhas viagens e vivencias no Brasil com capoeira e com o candomblé, que eu já faço parte a um tempo”, comenta. “Tem vários outros contemporâneos que estão nessa busca, mas com o que quero é a guitarra como protagonista”, completa.

Nessa aventura musical, o candomblé, por sua vez, se faz muito presente em suas composições. Seu novo álbum, que leva o nome do guardião atabaques no culto do candomblé, exemplifica essa conexão do músico com o que ele chama de complexidade cultural. Para o músico, o candomblé não é apenas uma religião, uma vez que comporta culinária, conhecimentos naturais, vestimentas e culturas próprias. “Tem também a musicalidade que tanto influenciou e influencia a nossa música brasileira. Oque seria do samba, do maracatu, do samba de coco sem a cultura de terreiro?”, questiona o músico. O primeiro single do seu álbum, Alagbe, que será lançado na próxima quarta (20) nas plataformas de streaming, por exemplo, busca evidenciar essas vozes. “Alagbe é um manifesto contra as violências temos sofrido recentemente e tem se agravado. São violências históricas”, comenta.

undefined
Divulgação
Capa do novo single de André Sampaio

Para Sampaio, esse complexo cultural é formado majoritariamente por pessoas negras que defendem as suas identidades e ancestralidades africanas e os ataques de intolerância religiosa não podem ser desvinculados do racismo no país. “As autoridades fazem vista grossa pra esse tipo de situação. Vemos que o que é atacado são esses traços de identidade que reforçam o vinculo com a africanidade, com a dignidade do povo que veio para cá em condição de escravidão e refazer esse caminho é uma luta de todos os que se identificam com essas religiosidades”, opina.

O papel da música

Diante deste cenário, Sampaio busca trazer a tona a beleza dessa cultura por meio da sua guitarra e do afro-rock. “A música na sua essência, mesmo para entretenimento, tem caráter sutil ligada à religiosidade. Eu acho que o papel da arte e da música é de trazer isso tudo para o cotidiano, de tirar do folclórico, do primitivismo e dos preconceitos”, comenta. Com o álbum chegando nos serviços de streaming e nas prateleiras no primeiro semestre do próximo ano, Sampaio já adianta: “Eu vivo isso e busco não falar pelas pessoas, mas trazer essas vozes. Os músicos tem essa característica de trazer diversidade”. 

Crime e moda

Divulgação
"American Crime Story" já tem data de estreia no Brasil. Série vai ao ar a partir de 19 de janeiro

A aguardada nova temporada de “ American Crime Story ”, que falará do assassinato de Gianni Versace, já tem data para ser exibida no Brasil. A nova temporada irá ao ar pela FX a partir de 18 de janeiro, as 23h. No elenco, Edgar Ramírez vive Gianni Versace, Penélope Cruz é sua irmã Donatella, Ricky Martin interpreta Antonio D’Amico, parceiro de toda a vida do estilista, e Darren Cris é o assassino Andrew Cunanan. A proposta é, a partir da cena do assassinato, explorar os bastidores do crime que chocou o mundo da moda há exatamente 20 anos. Produzida por Ryan Murphy, a série propõe uma nova história baseada em fatos reais, assim como fez na primeira temporada, onde explorou o caso O.J.Simpson.

Leia também: "Feud": quais tretas entre famosos estariam na versão brasileira da série?

Alô Alô Therezinha

Acabaram essa semana as gravações do longa “ Chacrinha : O Velho Guerreiro”, baseado na história do famosos apresentador. Protagonizado por Stepan Necerssian e Eduardo Sterblitch, no papel de Abelardo jovem, o filme tem no elenco Karen Junqueira como Rita Cadillac, Gianni Albertoni como Elke Maravilha, além de Thelmo Fernandes, Carla Ribas, Gustavo Machado, Rodrigo Pandolfo, Pablo Sanábio, Laila Garin, Antonio Grassi, Amanda Grimaldi e participação especial do ator Marcelo Serrado. A produção associada deste projeto fica a cargo de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni.

Stepan Nercessian  já interpretou Chacrinha no teatro e em especial para a TV  Globo. Gravações do filme já foram finalizadas
Divulgação/TV Globo
Stepan Nercessian já interpretou Chacrinha no teatro e em especial para a TV Globo. Gravações do filme já foram finalizadas

“O longa foi uma experiência bem diferente, pois apesar de eu ter uma intimidade com o personagem por conta do teatro, eu ia, entrava no personagem por uma ou duas horas e no especial da TV Globo também foi a mesma coisa, fui lá e filmei um dia. Agora no filme o que mais estranhei foi chegar cedo pela manhã, se vestir de Chacrinha, e ficar doze horas dentro do personagem o tempo todo. Foi um novo método de concentração, um exercício novo.”, destacou Necerssian.

Leia também: Marvel apresenta África jamais vista no empolgante trailer de "Pantera Negra"

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!