Já pode ser encontrado nas livrarias o livro “Olho a Olho com a Medusa” (Editora CJA, 188pgs)  em que a autora Sandra Godinho pincela um painel robusto das complexidades e contradições humanas em um punhado de contos assertivos que abrangem situações conflituosas como: suicídio, eutanásia, aborto, pedofilia, preconceito, traição, vingança, drogas, homossexualidade, geofagia, masoquismo, enganação e ainda outras vivências.

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A escritora Sandra Godinho

A coluna entrevistou Sandra Godinho sobre o livro que é uma das melhores opções de presente disponíveis para as festas de fim de ano para quem aprecia uma boa leitura.

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1 - Como surgiu a ideia de fazer este livro e por que relacioná-lo à figura da Medusa?

A ideia partiu de um projeto de extensão de uma universidade chamado Clube do Autor com o qual eu colaborava como escritora e revisora, ao mesmo tempo em que fazia o mestrado em Sociolinguística. Então, em determinado semestre, não houve verba, mas as ideias ficaram borbulhando e eu, inspirada, resolvi escoar as estórias da cabeça para a tela do computador. Quando vi, eram várias, algumas baseadas em casos reais e outras, pura ficção. Quanto à figura mitológica, tal qual o feitiço da Medusa, ficamos petrificados ao nos deparar com os tabus que permeiam nossa sociedade.

2 - O personagem corrupto que teme mais por sua virilidade do que a Justiça é uma criação particularmente interessante nesse momento do País. Como foi esse processo? O que o escritor pode emprestar da realidade e do universo à sua volta e como encontrar equilíbrio entre a ficção e o concreto?  

A ideia surgiu de uma brincadeira sobre a ambiguidade de dois significados da palavra corrupto. Um termo recorrente nos noticiários do país. Ao mesmo tempo, quis enfatizar a total inversão de valores da nossa classe política. Eles não se incomodam de ser corruptos. Insulto é ser o animal delicado. Acredito também que o escritor se alimenta de imaginação tanto quanto de realidade. Uma música, uma poesia, uma imagem, uma notícia de jornal, um pingo da torneira na pia, tudo é alimento e o equilíbrio se dá no olhar que o escritor lança a determinado tema. Luís Fernando Veríssimo usa o humor para falar de coisas sérias. Dráuzio Varella, da seriedade e por aí vai.

3 - Quais são os tabus mais difíceis de abordar do ponto de vista criativo? Por quê?

Os tabus mais difíceis de abordar são os que causam maior repulsa. Falar sobre canibalismo, incesto, zoofilia, etc é difícil porque causa perplexidade e desconforto, pela degradação humana. Pior quando o leitor compreende que acontece a um bom número de pessoas. Pior ainda quando ele se vê retratado no texto, coisa que os grandes mestres conseguem com louvor. A mente humana se abre a um portal de  interpretações, o que explica os grandes assassinos terem tantos seguidores, assim como os grupos terroristas, os xenófobos, os ditadores e etc.

4 - Deixou contos fora do livro? Por quê?

Por limitação técnica, deixei de fora alguns contos que falavam sobre o profano, o abuso e a violência contra a mulher, injustiça etc. O livro ficaria muito extenso caso colocasse todos os contos sobre tabus.

 5 - Como escritora você sente que a correção política cerceia as liberdades de criação? Por quê? 

Sim, com certeza. O politicamento correto traz uma censura tácita que impede o escritor de falar sobre temas espinhosos. As pessoas não podem censurar qualquer  tipo de manifestação por se sentirem ultrajadas, mas trazer o assunto à tona para um debate proveitoso.

Uma dupla promissora

Paloma Duarte e Rafinha Bastos na nova série do Multishow
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Paloma Duarte e Rafinha Bastos na nova série do Multishow

 Com estreia marcada para o dia 5 de dezembro, na faixa das 22h do canal pago Multishow, Paloma Duarte faz sua estreia no canal, ao lado de Rafinha Bastos . A trama gira em torno da rotina do casal de protagonistas Michel, vivido por Rafinha, e Luli, que ganha vida através de Paloma. Ele é um ácido crítico de TV e ela, uma jornalista que foi demitida de um emprego tradicional e está entrando no mundo dos Digital Influencers. “Acho muito estimulante para o ator ser dono do seu próprio produto e conteúdo. Costumo dizer que sou letrada em internet, mas peguei dicas com as minhas filhas. É um grande desafio e foi muito bom para entender todo o processo, ainda mais este mercado, que só cresce”, avaliou a atriz sobre seu novo desafio. Na série, a maioria das cenas se passam no apartamento do casal e é onde a maior parte dos conflitos surgem - e serve como um alerta de como a tecnologia pode aproximar quem está longe e distanciar quem está perto.

Música para a alma

A cantora Héloa em A Paz que eu Desejei
Gabriel Barreto
A cantora Héloa em A Paz que eu Desejei

Uma das grandes sensações da música sergipana, Héloa lança o clipe da música A Paz que Desejei, escrita por Eduardo Escariz e que integra o sensacional disco “EU”. No clipe-documental, gravado em Riachuelo, interior de Sergipe, a cantora (também atriz) decide tornar público, em imagens, o processo de imersão por ela vivido, é a personagem do seu próprio clipe, que se passa na Região do Vale do Cotinguiba, região canavieira, de grande força ancestral no que tange as manifestação de presenças africanas, no estado de Sergipe. Vale a pena se deixar tocar pela música e pelas imagens.

 Um novo capitalismo?

Inédito nos cinemas brasileiros, o documentário "Um Novo Capitalismo" estreou nas plataformas de streaming e no on demand nesta quinta-feira (30).  Inspirados em uma pesquisa da ONU que sinaliza a gravidade das desigualdades sociais no mundo, um grupo de empreendedores brasileiros, indianos e mexicanos pensam e criam estratégias para construir um novo capitalismo, mais justo e humano, com projetos de negócios mais lucrativos, e, ao mesmo tempo, que visassem acabar com a pobreza.  o filme remoi a questão: Como viver em um mundo sem desigualdade social? A produção pode ser encontrada no NOW, no Vivo Play, no iTunes e no Google Play.

Cena do filme
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Cena do filme "Um Novo Capitalismo" que pode ser encontrado no on demand

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