Karla Sofía Gascón em
Reprodução/Divulgação
Karla Sofía Gascón em "Emília Perez"

A atriz espanhola Karla Sofía Gascón, recentemente indicada ao Oscar de Melhor Atriz pela atuação em "Emilia Pérez", surpreendeu o público ao admitir que já foi racista durante o lançamento de seu novo livro, "Lo Que Queda De Mi" ("O Que Sobrou de Mim", em tradução livre), na Espanha. A declaração ocorreu semanas após a artista ter sido alvo de cancelamento nas redes sociais devido a publicações antigas consideradas polêmicas.

Em um tom provocativo, Gascón comparou-se a figuras históricas e políticas: "Sou menos racista que Gandhi e menos fã do [partido de extrema direita] Vox que [o ex-eurodeputado Pablo] Echenique. Se você quer uma manchete, aí está", afirmou. 

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A atriz, que é a primeira mulher trans indicada ao Oscar na categoria de Melhor Atriz, também defendeu-se das acusações de racismo e extremismo, afirmando que não precisa ser perdoada. "Ninguém tem que me perdoar nada. Quem se sente atingido por coisas que pude ter feito [e falado] em minha vida, que venha e me diga", declarou ao jornal El Mundo. Ela ainda criticou o que chamou de "hipocrisia" em torno de seu cancelamento, alegando que foi vítima de uma campanha planejada. "Está claro que houve uma campanha contra mim e que eles não desistiram até conseguirem o que queriam", disse.


Polêmicas anteriores

As declarações de Gascón reacenderam debates sobre suas postagens antigas nas redes sociais, que incluíram comentários controversos sobre muçulmanos, o caso George Floyd e a diversidade no Oscar. Em junho de 2020, a atriz chamou George Floyd, cuja morte gerou protestos globais contra o racismo, de "vigarista viciado em drogas". "Pouquíssimas pessoas se importaram com George Floyd, mas sua morte serviu para revelar mais uma vez que há quem considere os negros como macacos sem direitos e quem considere que a polícia é assassina. Todos errados", escreveu na época.

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Em setembro de 2020, Gascón ironizou uma foto de uma família muçulmana, criticando o tratamento dado às mulheres no Islã. "O Islã é maravilhoso, sem nenhum machismo. As mulheres são respeitadas e, quando são muito respeitadas, deixam um quadrinho no rosto para que os olhos e a boca fiquem visíveis, mas só se elas se comportarem. Embora elas se vistam assim por sua própria vontade. Que asco mais profundo para a humanidade", declarou. Em 2016, ela chegou a comparar o Islã a uma doença, afirmando que "o Islã está se convertendo em uma infecção para a humanidade que deve ser curada urgentemente".

Além disso, a atriz criticou a diversidade do Oscar em 2021, comparando a cerimônia a "um festival afro-coreano, uma manifestação do Black Lives Matter ou ao 8M". "Cada vez mais o Oscar parece uma cerimônia de filmes independentes e de protesto. Além disso, uma gala feia, feia", disse na época.


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