Uma tentativa de movimentação na conta bancária da advogada Dayanne Bezerra Santos foi o suficiente para levantar suspeita no gerente do banco. De acordo com a Piauí, a tentativa de sacar o montante aconteceu em 20 de novembro de 2023, quando a influenciadora entrou em contato com o responsável no Banco Itaú, em São Paulo, para agendar um saque de 2 milhões de reais em quatro dias.
Preocupado com o valor, o funcionário do banco questionou Dayanne sobre a transação e foi informado que o dinheiro seria usado para comprar um imóvel de Deric Elias Costa Silva, que estava sob investigação por atividades criminosas. O gerente pediu uma cópia do contrato de compra, mas Dayanne afirmou que só teria o documento após entregar os 2 milhões a Silva.
O banco notificou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) após notar movimentações financeiras suspeitas na conta de Dayanne Bezerra Santos, que não condiziam com sua renda declarada à Receita Federal, segundo informou a publicação. Além do banco ter recusado o saque do valor a conta da advogada também foi fechada por suspeita de lavagem de dinheiro. Deric Elias Costa Silva, o suposto vendedor do imóvel, foi preso em julho deste ano, acusado de homicídio.
De acordo com levantamento realizado pela Piauí em cartórios de imóveis no estado de São Paulo, nos últimos dois anos, a família Bezerra Santos , composta por Dayanne , sua mãe Solange e suas irmãs Deolane e Daniele , também advogadas criminalistas, viu seu patrimônio imobiliário crescer de 4,7 milhões para 16,7 milhões de reais na Grande São Paulo, um aumento de 260%.
As frequentes transações imobiliárias do clã Bezerra Santos , muitas vezes superiores a um milhão de reais, levantam suspeitas de envolvimento em lavagem de dinheiro do crime organizado. Em setembro, Deolane e sua mãe, Solange, foram presas preventivamente por supostamente branquear milhões do jogo do bicho em Pernambuco, sua terra natal. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) analisou as contas das quatro mulheres e identificou centenas de movimentações financeiras suspeitas, além de discrepâncias entre os valores depositados e sacados e o patrimônio declarado.
Ao ser presa no início de setembro, Deolane afirmou à Polícia Civil de Pernambuco que sua renda mensal média era de 1,5 milhão de reais, oriunda de honorários advocatícios e publicidade em redes sociais. Esse valor é notável, especialmente quando se considera a infância difícil da família em Vitória de Santo Antão, Pernambuco.