O cantor Gusttavo Lima foi alvo da Operação Integration nesta segunda-feira (23), que visa combater uma organização criminosa ligada a jogos ilegais e lavagem de dinheiro. A investigação é a mesma que culminou na prisão preventiva da influenciadora Deolane Bezerra.
De acordo com a juíza Andrea Calado da Cruz, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Gusttavo Lima teria facilitado a fuga de um dos investigados da operação, o dono da empresa Vai de Bet, José André, e sua esposa, Aislla.
No documento, Andrea escreve: "É imperioso destacar que Nivaldo Batista Lima [nome verdadeiro de Gusttavo Lima], ao dar guarida a foragidos, demonstra uma alarmante falta de consideração pela Justiça. Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas. A conexão de sua empresa com a rede de lavagem de dinheiro sugere um comprometimento que não pode ser ignorado".
De acordo com o jornalista Léo Dias, Gusttavo Lima viajou para Miami, nos Estados Unidos, horas antes de ser divulgado o decreto judicial que ordena a prisão do sertanejo. Essa é mais uma polêmica que marca a carreira de Nivaldo Batista, o Gusttavo Lima.
Relembre outras polêmicas de Gusttavo Lima
Crime ambiental
Gusttavo Lima foi indiciado pela Polícia Civil de Goiânia por crime ambiental em 2018. De acordo com o delegado Luziano de Carvalho, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), o cantor ampliou a represa de sua fazenda sem permissão das autoridades.
Ele e outros envolvidos respondem ao artigo 60 da Lei 9.605/98, que trata de obras e serviços "potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes". A pena prevista é de um a seis meses de detenção ou multa, ou ambas as penalidades juntas.
Dinheiro público
O nome de Gusttavo Lima entrou na mira de autoridades devido ao recebimento de quantias milionárias de dinheiro público.
Em 2022, o Ministério Público de Roraima abriu uma investigação para apurar a contratação do sertanejo para um evento em São Luiz, o menor município do estado, em que o cachê seria de R$ 800 mil. O problema é que a cidade registra apenas 8 mil habitantes e a apresentação do cantor resultaria em um custo de R$ 100 por pessoa, contando adultos e crianças.
Na mesma época, outro show do cantor foi cancelado. Ele havia sido contratado pela prefeitura de Conceição do Mato Dentro (MG) por R$ 1,2 milhão. O valor chamou atenção das autoridades e gerou revolta nas redes sociais, resultando na dissolução do contrato.
Pandemia
Em 2020, quando o artista passou a realizar lives devido às restrições da pandemia de covid-19, Gusttavo Lima foi processado pelo Conar. O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária encontrou irregularidades nas campanhas publicitárias de bebidas alcoólicas que o cantor fazia durante as apresentações.
No ano seguinte, em meio a um cenário de muitas mortes por covid-19, o cantor sertanejo fez um show para 500 pessoas no Mato Grosso. A atitude foi condenada em meio as campanhas de distanciamento social.