A participante da quinta temporada de "Casamento às Cegas" Renee Poche está processando a Netflix e a produtora Delirium por ter sido alvo de abusos durante a gravação do reality show norte-americano. A veterinária alega ter sido enclausurada pela produção e obrigada a ficar sozinha com o par Carter Wall, quem acusa ser um homem abusivo e viciado em drogas. O caso foi reportado pela revista norte-americana Variety.
"Minha experiência em Casamento às Cegas foi traumática. Eu me sentia uma prisioneira e não recebi apoio nenhum quando falei para a equipe da Delirium que não me sentia segura", aponta Renee.
Segundo a participante, a produtora do reality show confiscou seu passaporte, habilitação e celular. Além disso, a veterinária foi alocada em um quarto sem poder sair sozinha, somente acompanhada de um produtor.
No relato, Renee aponta que o caso piorou quando se envolveu com Carter Wall, seu par no programa de relacionamento. Ela alega que o homem foi selecionado pela produção mesmo sendo viciado em drogas, desempregado e sem moradia e também o acusa de ter comportamentos violentos e abusar do uso de anfetamina e álcool.
"Eu tentei lidar com as emoções que senti durante um tempo e cheguei a conclusão de que precisava compartilhar o que aconteceu. Julguei que seria certo avisar outras pessoas sobre a verdade do que todos os meus colegas de elenco tiveram que suportar", desabafou.
Durante o programa, ela e Carter Wall ficaram noivos e viajaram para o México acompanhados dos outros casais formados pelo reality. Entretanto, a dupla problemática teve poucos momentos de destaques na edição, levando o público a acreditar que o casal teve uma boa relação.
Com o reality em exibição, Renee falou publicamente dos motivos que pudessem ter levado ao "boicote" da edição, que optou não mostrar o relacionamento desastroso.
A atitude da veterinária fez com que a produtora Delirium a processasse pedindo US$ 4 milhões (R$ 19,6 milhões) de indenização por quebrar cláusulas de confidencialidade do contrato.
Renee Poche agora revida a ação na justiça e também inclui a Netflix no processo. À Variety, os advogados da veterinária, Bryan Freedman e Mark Geragos, apontaram que o contrato é usado como ferramenta para coibir que participantes façam denúncias de abusos.
"Eu achei que os contratos eram uma pegadinha. O que a Renee sofreu é inaceitável e parte de um segredo sujo da indústria", disse Geragos. "Nós esperamos que milhares de pessoas apareçam depois que perceberem que esses acordos são não apenas ilusórios como também ilegais", completou.