Reynaldo Gianecchini participou do podcast "Café com Mussi" do ex-BBB Rodrigo Mussi e relembrou momenos difíceis que enfrentou na vida. Ele falou do tratamento contra o câncer linfoma não Hodgkin e do início da carreira de ator.
O artista começa contando do diagnóstico da doença: "Eles não conseguiam descobrir que tipo de câncer eu tinha. Então foi gradual. Fiquei um mês no hospital para eles tentarem entender e a gente começar o tratamento. Neste um mês, imagina o que passou na minha cabeça. Foi o mês que eu tive medo. Quando falei: 'Vamos começar essa luta'. Eles falaram que não podia porque talvez nem fosse aquilo... Daí eu negava também. Foi legal por um lado porque fui me preparando. Sabia que ia ficar sem cabelo".
"Acho sempre difícil quando a cabeça está bagunçada. Quando a cabeça está legal, você pode estar vivendo a história mais cabeluda, mas passa bem, como a história do câncer que eu tive. Eu estava tão bem de cabeça, que estava tao entregue para viver aquele processo, que não foi tão cabeludo. Me sentia bem durante o processo todo", completou.
Gianecchini, então, relembrou de mais momentos em que a "cabeça estava no lugar errado", como na época em que atingiu o sucesso em "Laços de Família". "Outras fases da minha vida me desestruturaram muito, minha mente estava no lugar que me derrubava. Dai é difícil, nada te dá prazer, você não come e nem dorme direito. Por exemplo, Laços de Família foi um sucesso incrível, mas ninguém imagina como foi difícil para mim. Minha vida virou para outro lugar, virei pessoa pública e era um ator inexperiente, fazendo uma coisa daquela envergadura. Minha cabeça estava zoada. Aquele ano foi super difícil, de desconforto. Lembro de ir trabalhar quase que humilhado no estúdio, como e todo mundo estivesse olhando para mim e pensando 'tadinho dele'. Depois de dez anos, na época do câncer, eu estava lá pleno", explica.
O ator, então, pontua que a luta contra o câncer o transformou: "Essa coisa de você estar neste território de dar uma olhada para a finitude próxima, encarando uma possível morte é tão transformador. Faz você amadurecer. Comecei a questionar tudo: 'o que sou de verdade?, para que, de onde vim?, para onde eu vou?'. Quando a gente está neste lugar totalmente vulnerável, tem que deixar o ego de lado. Eu estava doente, não podia malhar, tinha zero preocupação com a imagem, estava totalmente inchado, não podia beijar na boca, não podia namorar, não podia trabalhar... Sobra você viver ali na presença daquilo, totalmente imerso. Eu não brigava. Eu aceitei e encarei como se Deus quisesse falar comigo e essa era a forma", diz.
"Acho que o grande sentido é a gente aprender a amar. A gente só consegue realmente mudar as coisas quando a gente começa a vibrar em outro lugar, com o coração", continua.
Ele contou que entre os aprendizados que adquiriu está o de não se levar tão a sério. "Em Laços de Família só via o que não era legal. Agora na reprise vi coisas legais que eu trazia. Não assisto mais com aquele chicotinho, me machucando. Sou mais flexível", relata.
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