Nesta quinta-feira (6), morreu o diretor e dramaturgo Zé Celso Martinez. Ele estava internado no Hospital das Clínicas, em São Paulo, com queimaduras em 53% do corpo após sofrer um incêndio em casa. Mas a vida de Zé Celso foi marcada por uma outra tragédia. Ele perdeu o irmão caçula, Luís Antônio Martinez Corrêa, assassinado a facadas em 1987.
Enquanto Zé Celso estava no hospital, o encenador Gerald Thomas relembrou a morte do irmão dele em um post no Instagram. "É 1987: o telefone toca no meio da noite e alguém está gritando. Eu quero desligar, mas não consigo. Parece que conheço esta voz. Sim, eu conheço esta voz. É do Zé Celso. 'É meu irmão, Gerald! É meu irmão!!! Corra até a casa dele, Gerald. Corre vai. Por favor. Tá horrível'. Reconheci o pânico em sua voz. Fazia pouco tempo que eu estava no Brasil, na casa da minha mãe. Me vesti e corri porta afora, meus joelhos tremiam. O Luis Antônio morava a um quarteirão de lá", escreveu ele.
Luís foi assassinado com 107 facadas no apartamento que tinha em Ipanema, Zona Sul do Rio. Osurfista Gláucio Garcia de Arruda foi preso após ser identificado pelo porteiro como a última pessoa que saiu da casa do diretor. Ele foi condenado em segunda instância, em 1989, a 20 anos de prisão por roubo seguido de morte.
O assassinato foi brutal, Luís Antônio foi encontrado nu na cama, com mãos e pés amarrado. Por isso, a classe teatral interpretou o crime como um ato de homofobia. Todos os dias 23 de dezembro, data da morte do diretor, o Teatro Oficina faz uma homenagem, o Rito de Ethernidade de Luis.
Luís Antônio colaborou com o Teatro Oficina foidiretor de espetáculos como o musical “A ópera do malandro” (1978), de Chico Buarque, com Marieta Severo, Elba Ramalho e Ary Fontoura.
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