O dramaturgo morreu nesta quinta-feira (6); ele estava na UTI após ter 53% do corpo queimado em um incêndio em casa
O dramaturgo nasceu em Araraquara, interior paulista, em 1937. Ele é conhecido pela maneira ousada de montar peças de teatro e provocar a plateia. Zé Celso iniciou a carreira no final dos anos de 1950 com duas peças: "Vento Forte para Papagaio Subir" e "A Incubadeira".
Na década de 1960 fundou o Teatro Oficina, em São Paulo. Ele começou a liderar o grupo quando ainda integrava o Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Desde 1982, o Teatro Oficina é tombado como patrimônio histórico, ele é considerado um dos mais longevos em atividade no Brasil.
Em 1966, Zé Celso viveu outro incêndio. A sede do Teatro Oficina foi destruída por um incêndio provocado por grupos paramilitares. O grupo levantou fundos para reconstruir o teatro, fazendo remontagens de antigos sucessos no palco.
Os integrantes do Teatro Oficina foram perseguidos pelo regime militar. Por isso, em 1974, Zé Celso se exilou em Portugal depois de ficar detido por 20 dias e ser torturado. No exílio, o artista apresentou algumas peças e dirigiu o documentário "O Parto". Ele retornou para o Brasil em 1978.
No cinema, Zé Celso começou como roteirista com o filme "Prata Palomares" (1972). Na carreira de ator, iniciou no "Homem Célebre (1974)". Entretanto, o maio êxito de Zé Celso no audiovisual foi comandar O Rei da Vela (1983), comédia dramática premiada no Festival de Gramado.
Ele ainda lutava, desde os anos 2000, contra o Grupo Silvio Santos, que busca construir um empreendimento comercial nos arredores do Teatro Oficina, que foi projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi e interagem com a vizinhança ameaçada pela incorporação imobiliária.
Zé Celso é reconhecido até hoje pelo trabalho como dramaturgo. Uma das peças mais irreverentes dele é Vento Forte Para um Papagaio Subir (2008), que foi montada primeiramente em 1958.