A audiência que ocorreu nesta quarta-feira (21) para dar continuidade ao processo de herança do apresentador Gugu Liberato foi marcada por uma nova surpresa: o número de herdeiros pode aumentar. Um rapaz de 48 anos, através do oficial de justiça, notificou a família do apresentador indicando o desejo de realizar o teste de DNA para comprovar a paternidade.
Os filhos do apresentador, João Augusto, Marina e Sofia Liberato, e a irmã Aparecida foram informados da existência de uma investigação de paternidade "post mortem" contra Gugu Liberato. A informação foi divulgada pela colunista da Folha de São Paulo Mônica Bergamo.
O processo é movido por Ricardo Rocha, de 48 anos, trabalhador da área de comércio. O suposto novo filho do apresentador pede a reserva de sua parte da herança para caso seja comprovada a paternidade.
Segundo o processo, a mãe do rapaz, Otacília Gomes da Silva, teria conhecido Antonio Augusto Moraes Liberato, o Gugu, no segundo semestre de 1973, "em uma padaria que existia na rua Aimberê, nº 458, bairro de Perdizes, nesta capital".
A mulher teria trabalhava como babá e empregada doméstica "na residência de uma família nipônica", localizada ao lado da panificadora. A suposta genitora frequentava a padaria diariamente, "oportunidade em que se encontrava com Antonio Augusto que, muito comunicativo, a flertava e, com o passar do tempo houve a evolução da amizade, alguns passeios, culminando em relacionamento íntimo entre eles".
Otacília Gomes da Silva descobriu a gravidez em 1974, após passar férias trabalhando para uma família do litoral paulista. Ela teria procurado Gugu para contar a novidade, mas "este não mais foi encontrado naquele comércio, perdendo totalmente o contato".
O suposto herdeiro, Ricardo Rocha, nasceu em outubro de 1974. Segundo o processo, quando Gugu iniciou a carreira na televisão, Ricardo passou a acompanha-ló a distância, e decidiu "protelar a busca do reconhecimento da paternidade para o futuro".
Com a morte do apresentador, Ricardo decidiu ir atrás dos direitos legais. Ele pede para que seja realizado o exame de DNA, solucionando a questão da paternidade. Caso necessário, ele também cogita a exumação do cadáver do apresentador.
"Diante de eventual recusa dos herdeiros ou parentes em se submeter à coleta de material genético, que se mostra essencial para o deslinde da contenda, emerge necessária a realização da exumação do cadáver, com a consequente análise do material cadavérico."
A nova fase do processo pode interferir a situação de outros envolvidos. O advogado de Rose Miriam, Nelson Wilians, afirmou à colunista que "se ficar comprovada a paternidade, isso por si só já invalida o testamento".
Na última terça-feira (20), o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu de forma unânime validar o testamento deixado por Gugu Liberato. No documento, ele teria deixado 75% aos filhos e 25% aos sobrinhos. Assim, Rose Miriam, mãe dos três filhos do artista, fica de fora da divisão. A mulher movia um processo de reconhecimento de união estável.