Carmo Dalla Vecchia falou publicamente da orientação sexual, pela primeira vez, em 2021. O ator se declarou para o marido, João Emanuel Carneiro, com quem tem um casamento de 17 anos, na "Super Dança dos Famosos", da Globo. Mas, antes disso, alguns rumores já apontavam para tal relação. Ao iG Gente, ele conta como as especulações interferiram no trabalho, já que o gaúcho atuou em "A Favorita" (2008), novela escrita pelo cônjuge na emissora carioca.
Primeiro, Carmo, que tem um filho de três anos com o marido , elogia a trama. "Era uma história fascinante e é fascinante até hoje. Não sei se seria feita atualmente, porque é bem diferente de tudo que a televisão geralmente faz", analisa o ator.
Mesmo que tenha adorado interpretar Zé Bob na novela, o ator, de 50 anos, faz uma confissão. "Talvez, naquele momento para mim, tenha sido difícil também porque eu me sentia cobrado de uma maneira muito forte, era um personagem muito grande para fazer", diz.
Carmo explica que a cobrança não era só pelo peso do personagem, mas também pela relação que já tinha com João. Na época, os dois eram casados, mas não tinham assumido, publicamente, a sexualidade.
"Eu era casado com o autor. Então, as pessoas falavam: 'Quem é esse cara que está aí casado com autor? É gay? As pessoas queriam falar que eu era gay e era um prato cheio para fofoca. Talvez, por isso, eu tivesse sentido um peso em cima de mim", conta.
Ele destaca que a pressão vinha das pessoas de fora dos bastidores da novela, que queriam apontar a sexualidade e, por isso, evitava falar do assunto. "Eu sempre preservei muito a minha casa [vida pessoal] nesse sentido. Eu não dava muita entrevista porque sempre vinha uma pergunta, porque as pessoas sabiam que eu era gay, do tipo: 'Que tipo de mulher você gosta?", relembra.
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O artista ainda afirma que nunca ouviu, diretamente, acusações de ter conseguido o papel em "A Favorita" pela relação com o autor. No entanto, destaca: "Mas a internet é um terreno livre para fazer isso. Na época, eu sabia que falavam, eu sentia um ventinho aqui, ó", diz, apontando para a orelha.
O ator acredita que todos os comentários maldosos vinham do preconceito das pessoas na época. "Sabe o que seria isso na época? Principalmente, o preconceito. Porque várias outras histórias envolveram diretores ou autores casados com atrizes. Mas sendo gay, na época, era um prato cheio para fofoca", finaliza.
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