A música “Vida Real”, abertura do “Big Brother Brasil” (TV Globo), questiona nos primeiros versos: “Se você soubesse o que fazer, o que você faria? Aonde iria chegar?”. Bem, nem todos sabem a resposta ideal para as perguntas, mas pode-se dizer que Flaviano e Gilberto estão tentando. Os dois não se conhecem, mas possuem muito mais em comum do que imaginam.
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Em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, está Gilberto. Ele tem 35 anos, é casado e pai. O carioca já tentou entrar 17 vezes no Big Brother Brasil. A primeira inscrição foi para o “BBB 7”, quando o formato ainda era por meio de correspondências. Gilberto explica que sempre assistiu ao programa e assim que completou a maioridade passou a se inscrever para participar do reality da Globo.
Desde então, ele foi chamado somente para duas seletivas, uma para o "BBB 9" e outra para o "BBB 17". No primeiro, ele ainda chegou a fazer a entrevista e, inclusive, conheceu o ex-BBB Max, o campeão daquela edição. Já para o "BBB 17" Gilberto não viu o e-mail enviado pelq produção e perdeu o prazo.
“BBB é meu sonho de garoto, é como ser jogador de futebol. Sempre quis, sempre sonhei e vou continuar tentando. Cada vez que eu não passo em uma seletiva, me sinto ainda mais desafiado a me inscrever novamente”, conta o carioca, que já está inscrito para a edição de 2023.
Já em Brejo do Cruz, na Paraíba, está Flaviano Júnior, de 26 anos, que é professor infantil. O jovem se inscreveu 8 vezes para o programa. Bem como Gilberto, ele declarou que cresceu assistindo ao reality e sempre sentiu no coração que iria entrar no programa dirigido por Boninho.
“Cresci assistindo o Big Brother e entrar na casa sempre foi um sonho, então, desde que completei os meus 18 anos, eu comecei a me inscrever”, relembra Flaviano. O que acontece com o paraibano, porém, é que ele foi um pouco além que Gilberto.
Obstinado a entrar no reality, Flaviano chegou a ir atrás da produção em João Pessoa sem ser convidado para a seletiva. “Em 2017, eu já cansado de não ser chamado para seletiva, fiquei sabendo que a produção viria para a Paraíba, em João Pessoa. Daqui da minha cidade para lá são 6 horas de viagem e eu lembro que eu estava sem dinheiro”, conta Flaviano.
A solução vista pelo professor? Pedir um empréstimo para uma amiga e pedir carona até João Pessoa para encontrar a produção do "BBB" na tentativa de fazer o processo seletivo. Flaviano conseguiu R$ 200 e um abrigo com outra amiga na capital paraibana. Ao chegar na cidade, ele foi até a filial da TV Globo perguntar em qual hotel estava sendo realizado o processo seletivo.
“No dia seguinte, mesmo com a produção falando para eu não ir, eu fui até o hotel. Chegando lá, com segurança lá na porta, contei para ele minha história, aí ele pediu minha identidade, foi até lá na produção e de repente ele me chamou. A produção deixou eu fazer a seletiva sem ser convidado”, entrega Flaviano, que disse ter visto o ex-BBB Lucas Fernandes, que também estava participando do processo seletivo e acabou entrando no "BBB 18".
Ainda com a sorte de ter participado da seletiva, Flaviano não foi selecionado para as próximas etapas. Após voltar para Brejo da Cruz e aguardar, o professor não teve retorno da produção do reality. A solução, então, seria aguardar o próximo ano, certo? Não! Flaviano decidiu continuar tentando. “Eles não ligaram aí quando foi isso no final de novembro foi questão de uma semana para eu organizar minha ida ao Rio de Janeiro”, diz.
Ou seja, como não teria passado na primeira seletiva regional, Flaviano decidiu que iria, por conta própria, participar da seletiva nacional, que acontece no Rio de Janeiro entre novembro e dezembro. Mais uma vez, o professor infantil buscou abrigo com uma amiga e fez um empréstimo com um agiota.
Ele estava esperançoso que no Rio falaria com a produção e, enfim, conseguiria a vaga no reality. Enquanto a amiga parcelou as passagens, o jovem conseguiu um empréstimo de R$ 500. Era tudo o que ele tinha para tentar a oportunidade no Sudeste. “Cheguei no Projac, contei minha história na recepção, mas infelizmente não deu. Ninguém quis saber, as recepcionistas disseram que muitas pessoas já tinham feito isso”, relembra.
Sem oportunidade, Flaviano ficou mais alguns dias no Rio de Janeiro e, em seguida, voltou para a casa no interior da Paraíba. Em 2018, o paraibano voltou a se inscrever. Ele aprendeu com a lição de aguardar ser chamado em casa? Não!
Desta vez, o nordestino soube o hotel em que a produção estaria em Maceió (AL), foi ao banco e fez mais um empréstimo, de R$ 2 mil. “Meu nome está sujo até hoje”, conta, rindo. Mais uma vez Flaviano foi até o destino para tentar uma oportunidade de ser entrevistado - mesmo sem ter sido selecionado para a etapa. Porém, a produção do programa da Globo o barrou e vetou o sonho de participar do processo seletivo.
Atualmente, tanto Flaviano como Gilberto investiram em consultorias com o influencer Gabriel Cruz, que cria conteúdos sobre como entrar no Big Brother Brasil. Questionados se em algum momento, com as negativas, eles teriam desanimado, os dois foram diretos e disseram que jamais vão desistir de entrar no programa. Além disso, eles seguem acreditando que uma hora vão conseguir. “Cara, BBB não tem idade e se inscrever é de graça, então, enquanto existir eu vou me inscrever e uma hora eu vou conseguir”, defende Gilberto.