Os fãs da cantora Britney Spears subiram, nesta terça-feira (10), a hashtag #freebritney no Twitter, em referência ao movimento pela liberdade financeira e social da cantora . O assunto ficou entre os 10 mais comentados da rede social durante boa parte do dia, quando Britney participou de mais uma audiência judicial por sua independência. Desta vez, a cantora solicitou, dentre outros pontos, o afastamento do pai dela, Jamie Spears, do cargo de tutor de seu patrimônio. O caso se arrasta na justiça há 12 anos e os fãs acreditam que ela esteja mais perto de conquistar a liberdade. 

Brtney Spears
Reprodução/Instagram
Brtney Spears


Desde 2007, quando Britney Spears teve um surto público, ela foi submetida a uma tutela temporária de seus direitos e bens financeiros, controlados pelo pai dela. Contudo, uma série de denúncias começaram a apontar irregularidades na tutoria, como internações compulsórias, desaparecimento de grandes quantias de dinheiro e negação de direitos humanos.


"Ela precisar pedir autorização para engravidar ou até mesmo para sair de casa. Ela não tem direito de ir e vir. Ela não tem carteira de motorista. Hoje, Britney não tem esses direitos e isso está documentado", afirma Alan Mangabeira, um dos criadores do único fã-site brasileiro em atividade da cantora (www.britneyonline.com.br), que vem trabalhando para subir a hashtag nas redes sociais.

Além do afastamento do pai, Britney Spears também pede na justiça que nenhuma pessoa da família dela possa assumir o cargo de tutoria de seus direitos e bens, mas que uma empresa especializada nesse tipo de tutoria assuma. A cantora também deseja poder escolher a empresa que vai assumir a tutoria e uma nova equipe de advogados.

De acordo com Alan Mangabeira, os fãs brasileiros vêm se mobilizando cada vez mais fortemente nas redes sociais para chamar atenção para o caso. "O Brasil é o país que faz essa tag subir primeiro, levando-a sempre para os 10 assuntos mais falados do Twitter. Toda vez que tem uma nova audiência, essa tag sobe. Boa parte disso é pelo engajamento dos brasileiros na internet. Outros fã-clubes também se mobilizam. Nosso fã-site vem se organizando nesse sentido", afirmou.

"Da mesma forma que a gente faz mutirões para que Britney ganhe prêmios, decidimos que deveríamos usar esse engajamento para algo maior. Obviamente é um movimento de fã, mas ele já vem extrapolando isso, porque é um movimento pelos direitos básicos de uma mulher", pontuou Mangabeira. 

O fã, que também é doutor pela UFPE, professor de comunicação e pesquisador de fandoms, ainda relata que vem sofrendo sanções por chamar atenção para a causa nas redes sociais. "Recebemos um e-mail da empresa que administra a carreira de Britney, pedindo a retirada do conteúdo que publicamos quando fãs suspeitaram de uma internação forçada, no começo deste ano. Pouco tempo depois, nosso Twitter foi derrubado. E, nas duas últimas semanas, também tivemos o Instagram derrubado duas vezes seguidas, e ainda não conseguimos reativá-lo, tal como vários outros perfis e fã-clubes que apoiam a hashtag #freebritney ao redor do mundo via instagram". 

Entenda o caso

Em 2007, após ter um surto público, Britney Spears foi internada em uma clínica psiquiátrica. A expressão Free Britney começou a ser utilizada inicialmente, há mais de 12 anos, pelo fã-site norte-americano Breath Heavy, expressando um desejo de que Britney recebesse alta médica.Para poder retomar a carreira, os contratos que tinha perdido e a guarda dos filhos, a justiça determinou uma tutela da cantora, que ficou com o pai dela, Jamie Spears.  

Em 2019, a expressão voltou a aparecer no podcast BritneyGrain, após denúncias anônimas de que a cantora estava sendo submetida novamente a internações compulsórias. Nesse momento, o Free Britney começou a se formar enquanto um movimento de fãs em todo o mundo pelos direitos da cantora. Ao mesmo tempo, denúncias de irregularidade na tutela de Jamie Spears sobre a filha começaram a chegar ao judiciário norte-americano e as investigações tiveram início. Desde então, a cantora vem participando de audiências judiciais nas quais pede para retomar alguns de seus direitos.


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