O neto da atriz Daisy Lúcidi, Luiz Claudio Mendes , também conhecido como Cau Mendes, fez uma homenagem e um desabafo no Facebook, após a avó morrer vítima da Covid-19 . A artista passou mal na semana passada e a caminho do hospital chegou a dizer para tranquilizar a neta: “Não se preocupe não minha filha, não peguei essa doença”.

Daisy Lúcidi
Reprodução/Facebook
Daisy Lúcidi morreu vítima da Covid-19


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No relato, Luiz Claudio contou que Daisy Lúcidi era apaixonada pela vida e pela televisão e chamou de “loucos irresponsáveis” as pessoas que teimam em minimizar a gravidade do coronavírus . “Nesse momento de dor para tanta gente no mundo e tão triste também para nossa família, nos confortamos em saber que ela teve uma vida plena e feliz”, afirmou.

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Daisy Lúcidi começou a carreira na televisão em 1963, na minissérie "Nuvem de Fogo". O primeiro papel de destaque foi na novela "João da Silva", em 1973. Ela também foi vereadora e deputada estadual por 18 anos no Rio de Janeiro e seu último trabalho na TV foi na novela "Geração Brasil", em 2015.

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Confira na íntegra o texto feito pelo neto da atriz vítima da Covid-19:  

PAIXÃO PELA VIDA

Quando em agosto passado mina avó Daisy Lúcidi, que eu chamava de “mãe Daisy” pois quando criança a achava muito nova pra ser avó, completou 90 anos, fizemos uma grande festa para ela. “Paixão pela vida”, esse foi o tema da comemoração.

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A paixão pela vida realmente a movia! Profissionalmente foram muitas paixões que sempre soube desenvolver com maestria: A paixão pelo rádio, teatro, TV, paixão pela música que tanto divulgava, pelas novelas, pelo cinema... Enfim, paixão pela comunicação, pela arte! Com o tempo, motivada pela assistência social que já praticava no seu programa de rádio, sentiu a necessidade de fazer algo mais objetivo, concreto pelo próximo. Assim ganhou mais uma paixão que paralelamente levaria por toda vida: a paixão pela política.

Mas minha avó sempre teve uma paixão maior: a paixão pelo marido, pela família! Viveu uma linda história de amor com meu avô Luiz Mendes que só foi encerrada com o “até que a morte os separe”, quando ele se foi em 2011. Foram 64 anos de um casamento feliz onde não havia desejo de protagonismo em nenhuma das partes. Desde que se casaram sempre foram figuras de destaque em suas profissões mas isso nunca os atrapalhou, muito pelo contrário, juntos eram mais fortes e se completavam como poucos!

Quis o destino que, depois de perder em um curto espaço de tempo, minha bisa, meu tio, meu avô e meu pai, aquela mulher tão atuante, opinativa, de personalidade tão forte, foi dando lugar a uma senhora quieta e pacata, que apesar de continuar muito lúcida, mais ouvia do que opinava. Não via aquilo como tristeza mas sim como sabedoria! De olhos sempre fixos na TV, parecia que todas as suas forças; aquelas que ela sempre tão bem usou para se comunicar com eloquência com o público, se transformaram em carinho, em uma generosidade sem igual com todos ao seu redor. E ela era muito feliz assim!

Talvez por meu saudoso pai ser filho único, e nossos avós maternos serem de outra cidade, eu e meus irmão sempre tivemos muito contato com nossos avós paternos. Eram nossos segundos pais, nossas referências, nosso porto seguro! Crescemos ouvindo deles quatro, valores como respeitar ao próximo, tratar a todos de forma igual, saber respeitar as diferenças e entender que o seu direito termina onde começa o do outro. Acreditar na necessidade de sermos benevolentes e de se crer que a felicidade de cada um de nós só pode ser plenamente alcançada e vivenciada quando os que estão ao nosso redor estão satisfeitos também.

Semana passada, apesar de toda precaução que estávamos tendo com ela, minha avó passou mal. A caminho do hospital disse pra minha irmã: “Não se preocupe não minha filha, não peguei essa doença”. Ironia do destino... Seu forte amor pela vida, o motor que sempre a moveu, não a fazia enxergar a dura realidade dos números e a levou falsamente a acreditar que a morte não era opção. Mas, infelizmente já com 90 anos, dessa vez estava enganada, foi vencida pela frieza das estatísticas e por uma doença terrível que alguns loucos irresponsáveis teimam em querer minimizar.

Nesse momento de dor para tanta gente no mundo e tão triste também para nossa família, nos confortamos em saber que ela teve uma vida plena e feliz, cheia de amor, vitórias, realizações, e que seu legado sempre estará presente entre nós!

Queremos agradecer a atenção dispensada à ela por toda imprensa do país e principalmente aos amigos e fãs de todo Brasil que nos mandaram tantas mensagens positivas e fizeram tantas correntes de oração. Muito obrigado a todos do fundo do coração. Se cuidem, fiquem em casa se possível!

Mãe Daisy, mande um super beijo pra bisa, pro meu pai e pro meu avô e diga a eles que continuamos por aqui com muita saudade, mas levando adiante tantos ensinamento que vocês nos deixaram. E, como você sempre fez; sem perder a paixão pela vida!

Te amo!

Do teu neto Cau (Luiz Claudio Mendes)

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