Se existem coincidências, elas têm sido muitas ultimamente na vida profissional de Lázaro Ramos . Para citar apenas a mais impressionante, ficamos com o fato de que todos os seus projetos antes do coronavírus falavam de confinamento.
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Sob sua direção, a peça “O método Grönholm”, que estava em cartaz, mostrava quatro profissionais numa sala lutando por uma vaga de emprego. O monólogo “Antes do ano que vem”, também dirigido por Lázaro Ramos , estrearia com Mariana Xavier na pele de uma faxineira, que acaba presa no apartamento da patroa.
Tinha ainda a peça “O topo da montanha”, que reestrearia em julho, sobre a última noite de vida de Martin Luther King num quarto de hotel. E o filme “Medida provisória”, com que Lázaro faria seu début na direção de longa-metragem (no festival South by Southwest), em que parte dos personagens vive o confinamento.
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"É doido porque a ficção, nos últimos anos, começou a fazer distopias, e a gente achava distante. A nossa situação de agora é bem distópica. Eu, como baiano, acredito em tudo: no oculto, na religiosidade e na natureza, que manda recado pra gente. Estou revendo meus erros", contou.
Ele também achou um jeito de ser útil na quarentena. Tem feito entrevistas com especialistas pelo Instagram para tirar dúvidas sobre a pandemia . Hoje, às 17h, estreia live para divulgar o trabalho e os serviços de pequenos empreendedores brasileiros.
Sobre a Covid-19 , o ator falou um pouco do sentiu: "Quando começou, estava forte, depois, bateu uma bad , uma tristeza gigante". Um dos maiores desafios é tirar o pé do acelerador e ficar em casa isolado com a família.
"Somos eu, Taís, João Vicente (8 anos), Maria Antônia (5 anos) e nosso cachorro, o Batata, em casa. É um desafio ficar 24 horas com esposa e filhos. Tentamos entender quando um está mais fragilizado e buscamos compensar. Eu e Taís falamos algo afetuoso quando o outro está mais tenso. Estou olhando de perto para os meus filhos. Começo a me ver neles, qualidades e defeitos, entender que tipo de pai eu sou e como posso agir melhor", disse. "Meu humor não é o mesmo todo dia. Há dias em que acordo com uma angústia."
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Ele também confessou que tem atacado a geladeira de madrugada. "Estou com medo de sair com 215 quilos dessa quarentena (risos). Como biscoito recheado de madrugada porque meus filhos não vão ver. Outro dia, foi um pacote de salgadinho à 1h da manhã! Ah, e tenho dado bronca nos velhos da família.