Em 1917 o mundo conheceu a Casa de Windsor, anteriormente chamada de Saxe-Coburgo-Gota. Um século depois, entre altos e baixos, a Família Real britânica se mantém no rooftop das dinastias mais populares do mundo moderno. 

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Rainha Elizabeth II
Reprodução Twitter
Rainha Elizabeth II

Nos tabloides as notícias são mescladas, entre uma celebridade e um filme, existe sempre uma matéria sobre a Família Real britânica. No Brasil, este fenômeno editorial é forte e com a chegada do artifício da tecnologia o interesse no clã cresceu voluptuosamente.

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Nos últimos 12 meses, personalidades como Rainha Elizabeth II , Príncipe Harry, Príncipe William e Meghan Markle mantiveram altos índices popularidade no Google Trends, detendo de 80 a 100 pontos, em um ranking de 0 a 100, nos mais variados estados do Brasil.

A menos pontuada da família é Kate Middleton, com 21 pontos, no entanto, em datas comemorativas, como aniversários e cerimônias, a nobre têm picos de 100 pontos. Um exemplo disto é o dia 28 de abril, véspera do aniversário de casamento da Duquesa.

Para corroborar o crescimento de interesse, o iG Gente conversou com a jornalista, professora de história e especialista em monarquias Astrid Beatriz Bodstein. 

“A britânica ainda é a dinastia que mais chama atenção das pessoas. Existe um interesse muito grande e constante. Certamente têm picos aí, em uma década têm mais gente interessada, em outra têm menos, até porque as pessoas morrem e nascem”.

Questionada sobre o motivo de tanto interesse dos brasileiros pela realeza britânica, a especialista argumenta. “Quando falamos em monarquia na Europa, são 12, dessas 12 a britânica sempre foi a mais popular porque têm um trabalho de marketing contínuo desde o tempo pós segunda guerra. Esse marketing mexe com o imaginário coletivo”.

Ao citar o imaginário coletivo, Astrid fala não apenas sobre símbolos, mas de protocolos, etiquetas, políticas e, principalmente, nostalgia. A curiosidade de um tempo distante, pelo menos para o Brasil. O interesse para, citando Sérgio Chapelin, saber “como vivem, o que comem, o que fazem, como sobrevivem e onde moram” os nobres. 

O efeito rede social

Casamento de Diana e Charles
Divulgação
Casamento de Diana e Charles

Apesar de considerar que a internet tenha sido uma artifício que motivou, não só o movimento monarquista mas, o interesse por monarquias ao redor do mundo, Astrid confessa que o mesmo “desnudou” a nobreza, a deixando comum, alcançável.

“Ao mesmo tempo que a internet trouxe essa proximidade [com os membros da realeza], ela também desmistificou a mesmo. É uma via de mão dupla”, disse ela, dando a entender que a aproximação dos internautas ao cotidiano dos nobres sanou parte da curiosidade e do encanto do público.

Todavia, antes mesmo da tecnologia ser um grande fenômeno, membros da realeza como Charles e Diana paravam o mundo ao celebrar seu casamento, em 1981. Enquanto isso, os herdeiros do ex-casal, Harry e William, que se casaram na era digital, mesmo possuindo as ferramentas para ter um casório mais icônico, não alcançaram o mesmo patamar de seus pais.

Sobre isso Astrid disserta: “Têm o casamento de Charles e Diana, em 80, e William e Harry agora na década de 10. São 30 anos de diferença. Eu acredito que as coisas são muito variáveis.  A própria correria da vida moderna justifica. As pessoas não têm mais o mesmo estilo de vida do que na época de Diana e Charles. No casamento do William, por exemplo, eu tinha que lecionar. Assim como eu, muita gente não pôde assistir”.

Apesar do estilo de vida contemporâneo ser um inimigo para a popularidade da realeza britânica, a especialista acredita que alguns eventos futuros prometem paralizar a sociedade mundial, assim como o casório de Di e Charles fez. 

“A a realeza britânica continua em voga, afinal, têm aí certos eventos que atrairão o público, como a (futura) morte da Rainha Elizabeth II, a coroação do Príncipe Charles, o mistério de saber se Camila será coroada, a possibilidade de Charles abdicar em nome de William... tem todos estes pontos em questão”.

O fim de uma dinastia? 

Com os Windsor em reinado por mais de 100 anos, a reportagem questionou se há possibilidade de, em um futuro próximo, a dinastia ser derrubada por outro regime, já que, apesar de enxuto, o movimento anti-monarquista britânica tem feito bastante barulho.

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“O grande perigo para as monarquias é um conceito de União Europeia, porque aí você tem um território sem fronteiras. Na minha opinião, acho que isso pode representar um perigo. As revoluções são sempre desastrosas e eu espero não estar aqui para ver a queda de nenhuma Família Real ", finalizou a especialista em monarquias Astrid Beatriz.

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