Gloria Pires é um rosto carimbado nas novelas da Rede Globo.  Ver a atriz atuando no horário nobre da Globo - atualmente no ar em "O Outro Lado do Paraíso" -  não é uma novidade, ainda mais em 2018, momento que a artista completa 50 anos de carreira com um total de 23 telenovelas no currículo. Consagrada no mundo das artes, Pires é uma das atrizes que deram vida a personagens que ficaram marcados na mente dos brasileiros - também no cinema .

Gloria Pires em
Reprodução/Memória Globo
Gloria Pires em "Dacin' Days", seu primeiro trabalho de nome nas telenovelas

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Sua trajetória começou ainda aos cinco anos de idade, quando apareceu na televisão em seu primeiro trabalho na abertura da novela “A Pequena Órfã”, produzida pela extinta TV Excelsior, em agosto de 1968. Logo em seguida foi convidada a integrar o elenco da trama, mas por pouco tempo já que teve que acabar se afastando por questões de saúde. A telenovela foi reproduzida pela Rede Globo mais tarde, em 1971, consagrando a estreia de Gloria Pires na emissora.

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Em 1972, ela atuou ao lado de Chico Anysio em “Chico City”, uma série de televisão ainda preto e branco. Mas o seu primeiro papel marcante veio aos 15 anos de idade, em “Dancin’ Days” (1978), de Gilberto Braga, em que interpretava a mimada Marisa de Sousa Mattos.

Seu trabalho na telenovela foi um marco para a carreira da atriz e a boa atuação acabou rendendo-lhe o troféu APCA na categoria de atriz revelação. Além disso, no ano seguinte, graças à sua atuação, Pires conquistou um papel de protagonista em “Cabocla”, telenovela de Benedito Ruy Barbosa. No meio tempo, a atriz acabou casando-se com Fábio Junior, com quem teve a também atriz Cleo Pires.

Gloria Pires ainda fez parte do elenco de outras grandes obras dos anos 1980, como a adaptação audiovisual do clássico literário “O Tempo O Vento – 1ºV.” e “Direito de Amar”. Além disso, foi nessa década que a atriz voltou a trabalhar com Gilberto Braga em “Água Viva” (1980).

A parceria foi proveitosa entre os dois, já que ambos ainda fizeram juntos outras telenovelas no decorrer das décadas, como “Louco Amor” (1983), “Vale Tudo” (1988), “O Dono do Mundo” (1991), “Paraíso Tropical” (2007), “Insensato Coração” (2011) e, mais recentemente, “Babilônia” (2015).

Sempre escrevendo personagens fortes para Gloria Pires, Gilberto Braga fez com que Maria de Fátima e a antagonista enfermeira Norma alçassem grandes voos na televisão brasileira, mostrando que Gloria Pires também tinha um lado vilã para honrar.

Gloria Pires no cinema

Gloria Pires em sua primeira atuação no cinema
Reprodução
Gloria Pires em sua primeira atuação no cinema

O ano de 1981 foi o marco de Gloria Pires na sétima arte, já que a atriz estreou no filme “Índia, a Filha do Sol”, com direção de Fábio Barreto. Um dos principais atrativos comerciais do longa, além do fato de que a atriz pela primeira vez estaria nas telonas do cinema, era o de que Pires apareceria pela primeira vez nua frente às câmeras.

Apesar de ter sido o primeiro papel da atriz na sétima arte, a década rendeu para sua atuação nas telonas, com filmes como “Memórias do Cárcere”, “Bésame Mucho” e “Jorge, um Brasileiro”. Entretanto, foi na década de 1990 que sua atuação nesse novo formato lhe rendeu bons frutos, já que chegou a ser indicada como Melhor Atriz por “O Quartilho” em festivais de cinema internacionais, como o de Viña del Mar e o de Havana, além dos brasileiros APCA e Imprensa.

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Uma década intensa

Etapas de gravação em
Reprodução
Etapas de gravação em "Mulheres de Areia" que Gloria Pires interpretava duas personagens simultaneamente

Os anos 1990 consolidaram Gloria Pires como uma artista multifacetada A atriz também roubou os holofotes da televisão brasileira com “Mulheres de Areia”, interpretando as gêmeas Ruth e Raquel. A novela foi um remake de uma trama homônima de Ivani Ribeiro, que foi ao ar na TV Tupi na década de 1970.

O desafio era evidente: se por um lado Ruth era uma irmã doce e meiga, Raquel transpassava agressividade e malvadeza. Para entrar em personagens tão distintas, Pires não hesitou em utilizar de artifícios, como a mudança de aroma, nada sentida pelos telespectadores, mas que fizeram total diferença na sua atuação. Para Ruth, um perfume suave e para Raquel, uma fragrância mais forte.

A dedicação rendeu bons frutos à atriz, que conquistou, mais uma vez, o Troféu APCA na categoria de Melhor Atriz e o Troféu Imprensa, também na mesma categoria, por sua atuação na telenovela. Ainda atuou em mais quatro novelas naquela década, entre elas “O Rei do Gado”, mas acabou se afastando das telinhas retornando apenas em 2002 com “Desejos de Mulher”.

Uma pausa

Após a gravação da novela e casada com Orlando Morais, Pires acabou se mudando mais tarde para Goiânia. Naquele ano, sua família já era maior: Antônia, com 10 anos, Ana, com dois e estava prestes a receber o quarto filho, Bento, que veio ao mundo somente em 2005, o mesmo ano que retornou ao Rio de Janeiro e às atividades, com a participação na novela “Belíssima”.

Também atuou em “Paraíso Tropical” em 2007, fez participação especial em “As Brasileiras”, em 2012, no mesmo ano em que atuava em “Guerra dos Sexos”. Além disso, antes de estrelar em “O Outro Lado do Paraíso”, Gloria Pires estava em “Segredos de Justiça”.

Explosão na sétima arte

Gloria Pires em
Reprodução
Gloria Pires em "Flores Raras"

A virada do século, por sua vez, fez com que Gloria Pires explodisse no cinema. A atriz foi a protagonista do longa de Daniel Filho, “Se Eu Fosse Você”, que foi o filme brasileiro de maior público em 2006. Não à toa, portanto, que quando foi exibido na televisão pela primeira vez, em abril de 2009 na “Tela Quente”, o filme alcançou a maior audiência daquele ano, com 32 pontos.

O sucesso fez com que um segundo filme viesse à tona em 2008, mas a atuação na comédia romântica ficou de lado por um tempo para a atriz, que começou a se dedicar a filmes mais dramáticos. Primeiro, veio “É proibido Fumar”, dirigido por Anna Muylaerte em 2009, que concorreu em diversos prêmios, fazendo com que a atriz levasse oito pra casa.

Depois, foi a vez de “Lula, o filho do Brasil” em 2010, de Fábio Barreto e em 2013 de “Flores Raras", de Bruno Barreto, que trazia a história real de amor entre a poetisa americana Elizabeth Bishop e a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares. Na época, teve até especulação da ida de Gloria Pires para prêmios internacionais como o Globo de Ouro, ainda mais por ter viajado por dez festivais, incluindo o Festival de Berlim, onde ganhou o prêmio de público.

No ano seguinte, ao lado de Regina Braga, Gloria Pires participou da biografia “Irmã Dulce”, dirigido por Vicente Amorim. Em 2015 vieram dois longas: “Linda de Morrer” e “Pequeno Dicionário Amoroso 2”. Entretanto, em 2016 a atriz roubou os holofotes novamente com “Nise: O coração da Loucura”, sendo a protagonista Nise da Silveira e trazendo à tona a luta antimanicomial dirigido por Roberto Berliner.

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Influente

De acordo com a revista Forbes Brasil, a Gloria Pires chegou a ser a 28ª celebridade brasileira mais influente em 2013. Seu reconhecimento no mundo das artes ainda perpetua no País, ainda que, às vezes, ela possa cometer alguns deslizes. Independentemente do cenário, parece que a carioca ainda tem muito a celebrar!

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