Ex-ator, Thiago Gagliasso, irmão de Bruno Gagliasso, aproveitou sua participação no Congresso Politicamente Correto (CPI), organizado pelo deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ), no últiimo sábado, para fazer um stand-up sobre seu rompimento famliar por divergências políticas com Bruno, crítico ao governo do presidente Jair Bolsonaro.
Thiago foi escalado para substituir o secretário Especial de Cultura, Mario Frias, impedido de comparecer por que estava cumprindo quarentena de quatro dias após ingressar no Brasil sem o passaporte sanitário.
O eventou contou com a presença de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ) investigado no inquérito das rachadinhas, e com a participação do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), que, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, está proibido de falar com veículos de comunicação sem autorização judicial, além de estar com suas redes sociais bloqueadas.
Thiago subiu ao palco para falar na mesa Cultura Nacional Dominada pelas Esquerdas e pelo Politicamente Correto. Fez piada sobre ser um mutante falando de cultura (fez parte do elenco da novela da Record), imitou várias vezes o presidente Jair Bolsonaro - chegou a mostrar um áudio dele falando sobre não ter lhe dado a devida atenção em um evento -, criticou a classe artística, o meio "prostituído" do entretenimento e, mais do que tudo, usou boa parte de seu tempo para falar sobre o rompimento com o irmão por desavenças políticas.
"Quando eu tive esse rompimento familiar com meu irmão eu abri o olho para muita coisa. Minha vida seria mais fácil se eu estivesse lá em Fernando de Noronha nadando com golfinho e sendo mais um alienado", disse ele. Em tempo: Bruno tem uma pousada em Noronha.
No palco, Thiago disse que abriu os olhos para estudar política depois das eleições de 2018: "Como quem encontra Jesus, eu encontrei na política uma diretriz". Falou ainda da produtora Paula Lavigne, a quem chamou de "Doutora Paula", e fez referência ao Bloco da Preta, organizado pela cantora Preta Gil. Em contrapartida, elogiou Neymar, que tem, segundo ele, uma "boa relação com o governo", e o sertanejo Gusttavo Lima, que "ganha dinheiro com sua música".
O ator Paulo Gustavo, morto pela Covid-19, também esteve em seu repertório. Thiago elogiou o talento do ator, mas ressaltou: "Tenho certeza que se Paulo Gustavo estivesse vivo não aprovaria essa lei", afirmou sobre a Lei Paulo Gustavo, que foi aprovada em novembro pelo Senado e sugere repasses na ordem de R$ 3,8 bilhões em recursos federais a estados e municípios para minimizar os efeitos da pandemia no setor cultural. O projeto é combatido pela administração federal.
Críticas ao filme "Marighella", que conta a vida do guerrilheiro e tem Bruno no elenco, também foram feitas por Thiago. "Nossos heróis nacionais estão aqui, são os pais de família", disse ele, que elogiou o irmão como ator e bom pai, apesar dos "defeitos políticos". "Não falo mais com meu irmão e ele era um dos meus melhores amigos. Hoje, é aniversário do meu sobrinho e nem convite eu tenho", reclamou.