A nova novela de Glória Perez, “Travessia” tem a missão de substituir “Pantanal” na faixa das 21h na TV Globo. A audiência do remake, porém, não assusta a autora, que comemorou que a nova trama será a substituta do sucesso de Benedito Ruy Barbosa. “É bom estrar depois de uma novela que tenha elevado o patamar, é maravilhoso. É tudo o que a gente quer”, comemorou a escritora.
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Glória, no entanto, lembrou que ao contrário de “Pantanal”, “Travessia” é uma obra aberta. Isto é, a novela segue sendo escrita enquanto está no ar. Isso não aconteceu com o folhetim de Bruno Luperi, já que foi uma exigência da TV Globo, por conta da pandemia, que a trama já estivesse toda escrita antes de estrear. Assim, a autora disse que estará de olho na experiência do público. “Quando você escreve tudo antes para passar depois, o público fica de fora desse diálogo, o público não entra, isso não acontecerá com Travessia”, explicou.
Glória contou que internet é uma das formas que ela utiliza para acompanhar a opinião pública, mas que também tem pesquisadores que vão às ruas sentir o que a população está achando da novela. “Uma das minhas pesquisadoras, por exemplo, quando está na fila do banco solta um bordão para ver qual será a reação das pessoas, se elas comentam”. A escritora considera essa um informação importante, já que, segundo ela, se o público não está entendendo a novela, é porque ela está escrevendo errado.
“Sempre presto atenção no que o público está dizendo. Se ele não está entendendo, a culpa é minha, de quem escreve. Então, eu escuto muito às ruas, as pessoas; Não para mudar a história, mas para explicar melhor”, explicou.
Ainda sobre a audiência de “Pantanal”, Mauro Mendonça Filho, diretor de “Travessia”, também considerou positivo o sucesso da novela antecessora. O profissional considera que é mais fácil manter o público entre as atrações do que conquistá-lo novamente.
“É maravilhoso a antecessora ser um sucesso. A gente tá num país que ama novela, então resgatar um público é muito mais difícil do que mantê-lo. Pedir para que eles fiquem é muito mais legal do que chamar eles de volta. A gente tá muito feliz com Pantanal, é uma novela lindíssima, o que a gente quer é manter. A pressão seria muito maior se fosse o contrário”, contou.
Tecnologia e outras culturas
Travessia se passa entre Rio de Janeiro, Maranhão e Portugal. Essa é uma assinatura da autora que gosta de misturar outras culturas nas novelas que escreve. Glória justifica que isso acontece por ela “gostar do conflito de pessoas que enxergam o mundo de maneira diferente”. Segundo ela, olhar para o outro com cultura diferente, faz com que a gente pense sobre a própria vida.
Assim, portanto, é na cultura maranhense que a autora se debruça em “A Travessia”, contando a história de Brisa, a protagonista vivida por Lucy Alves. “O Maranhão é um lugar alegre, colorido e peculiar. Ele começa com uma ocupação francesa, depois vem os holandeses, depois os portugueses. Tudo isso somando aos índios e aos povos africanos. Ou seja, dá um caldo maravilhoso”, explica a autora, relembrando a origem do estado.
Para além dos temas culturais, como também é comum na assinatura de Glória Perez, a novela tratá problemas atuais para o debate público. “A novela analisa como as velhas modalidades de crimes se transformaram com a internet”, contou a autora, que justificou, porém, que a novela não será sobre tecnologia, mas sim sobre “a relação dos seres humanos e a inteligência artificial”. O ponto alto da trama se dá com uma deep fake em que Brisa, a protagonista, será vítima e acusada de sequestrar bebês.
“Travessia” estreia dia 10 de outubro na tela da TV Globo. A abertura da novela será uma readaptação da música “Tempos Modernos” de Lulu Santos, cantada por Seu Jorge “com uma pegada mais tecnológica”, completou o diretor Mauro Mendonça Filho.
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