Muito embora fosse uma manhã fria de segunda-feira, em São Paulo, Rita Batista estava longe de parecer indisposta. Após a malhação, a apresentadora atendeu a ligação do iG Gente com sorriso no rosto e pronta para papear, com bom humor e disposição. Rita deixa evidente a energia de que está realizada profissionalmente, agora que é uma das apresentadoras do “É de Casa” (TV Globo), programa matinal do sábado da emissora.
+ Entre no canal do iG Gente no Telegram
e fique por dentro de todas as notícias sobre celebridades, reality shows e muito mais!
Desde 2003 atuando como jornalista, Rita Batista se criou no rádio, migrou para a televisão como repórter, fez grandes coberturas do carnaval baiano e esteve em alguns programas de televisão na Band e SBT. Em 2020, a profissional assinou com a TV Globo para atuar como repórter das atrações matinais e, há dois meses, ela se tornou uma das comandantes do “É de Casa”. Questionada se teria “chegado lá”, agora como apresentadora na TV Globo, a jornalista confirmou: “Super!”.
“Sempre foi um sonho [estar na TV Globo]. É aquilo, as pessoas estão me conhecendo agora obviamente, né? Porque ‘100 milhões de um’ não é brincadeira. Tenho 19 anos na profissão. Nesses 19 anos, eu fui construindo essa carreira e ‘cerejei’ o meu bolo há dois anos, quando entrei na TV Globo”, afirma.
É de casa, literalmente, uma família
Na nova configuração, atualizada em julho deste ano, Rita apresenta o programa ao lado de Maria Beltrão, Thiago Oliveira e Talitha Morete. Os apresentadores substituem grandes nomes do jornalismo que já apresentaram o matinal, por exemplo, Tiago Leifert, Zeca Camargo, Patrícia Poeta e outros que foram lembrados por Rita para reforçar o orgulho que sente ao estar na atração. Sobre a sintonia entre os apresentadores, ela revela que não poderia ser melhor, mas para isso, eles tiveram que criar uma espécie de imersão.
“A gente fez como os elencos fazem em novela, né? Então saímos para jantar, para almoçar, para falar bobagem, né? Falar da vida, se conhecer mesmo, se entender. Criamos um grupo nosso no WhatsApp, fora os grupos mesmo de conteúdos para criar essa intimidade porque é um programa coletivo, é um programa com um formato que a coletividade é importante, né?”, explica a apresentadora.
Segundo Rita, esse contato foi importante para que todos se conhecessem profundamente, além de entenderem os temas que cada um tem mais afinidade, mas também os que são mais delicados. Para exemplificar esse “combinado”, Rita expôs o programa do dia dos pais, que foi um tanto delicado para ela, já que ela possui problemas pessoais neste campo. Nesses encontros que ficou entendido, mesmo que na entrelinha, que Maria Beltrão é a âncora do programa e que todos têm orgulho em aprender com a veterana vinda da GloboNews.
O “É de Casa” é um programa ao vivo, com quase cinco horas de duração, quatro apresentadores e inúmeras pautas. A organização disso tudo se dá no convívio dos apresentadores e nas longas reuniões semanais, além do roteiro. Se é cansativo estar tanto tempo ao vivo, Rita descarta. Ela, que se define como “fominha do vivo”, relembra 12 horas de transmissão que comandava nos carnavais de Salvador e defende que as horas passam voando.
Qual é o próximo passo depois que “chega lá?”
“As coisas que lhe fizeram chegar até aqui não são as mesmas que lhe levarão adiante”, lembra Rita sobre uma frase que um diretor tem costume de dizer. Ela declamou o verso para explicar que, embora esteja no auge da carreira, ela segue em transição, se aperfeiçoando e trabalhando para continuar crescendo.
Com mais uma frase ela definiu a situação atual, descartando qualquer comodidade. “É agora que a cobra fuma, meu amor”, brinca. “Não é que estou na Globo e não preciso fazer mais nada. Longe disso. É preciso que a gente se aperfeiçoe no ofício. "Agora que a gente tem a faca e o queijo na mão, que façamos verdadeiramente o romeu e julieta”, reflete.
A apresentadora se mostra tranquila em aprender ao lado dos colegas, em não chegar “já dando tchauzinho na janela”, em se aperfeiçoar e ocupar o papel como apresentadora, colhendo todas as experiências possíveis. Mas confessa que num próximo passo, um programa ao vivo e diário não seria uma má ideia. “Eu amo o diário, né? Aquilo, voltamos, eu sou fominha de vivo”, reforça.
A representatividade é necessária, mas também pesa
Rita Batista é uma mulher preta, nordestina e com forte posicionamento. Com opinião, a apresentadora rebate quando é necessário e aborda temas polêmicos com altivez, mas explica que não quer “ser pautada”. Rita percebe que o público espera duas coisas dela: ou que ela aborde apenas assuntos pautados pela representatividade que ela exerce ou que ela cometa um erro em rede nacional.
“Hoje todos os olhares midiáticos estão voltados para as mulheres de uma maneira geral, aí indo para as especificidades, né? As mulheres pretas e as mulheres nordestinas. O Brasil está se redescobrindo. Tá todo mundo muito tenso, muito preocupado, as questões estão cada vez mais afloradas. Em quatro anos parece que todas as pessoas que tinham as suas diferenças ali, contidas por conta da legislação, simplesmente expandiram seus preconceitos, exercitando as discriminações no mais alto grau e aí obviamente que os grupos minoritários viraram alvo. Então, quando a mesma pessoa reúne diferentes pautas, ela fica ainda mais exposta. Esse público... eles esperam o meu erro”, analisa Rita.
Com uma representatividade que talvez incomode certo grupos, a apresentadora se mostra ao vivo por quase cinco horas. Se isso poderia assustar alguns, Rita se mostra segura em se expor sem medo de opiniões alheias. A apresentadora tem ciência que o errar, na internet, vale mais que muitos acertos. “É como se errar anulasse tudo o que você fez até então”, opina.
Neste tema, Rita se define como “o alvo e real oportunidade”, mas não teme o cancelamento, já que sabe o que diz. “Eu verso em todas as frentes, sempre obviamente pautada no conhecimento. Se a gente falasse menos, talvez compreendesse mais. Geralmente eu só falo quando sei o que eu estou falando, e eu vou explicar”, conta.
Estão pegando pesado com Patrícia Poeta
Seguindo no campo de críticas acima do normal, Rita avalia a situação da colega de emissora, Patrícia Poeta. A apresentadora que substituiu Fátima Bernardes no “Encontro” é diariamente alvo de críticas nas redes sociais por conta do desempenho no comando do programa. “Estão pegando pesado”, avalia Rita.
Para exemplificar, a apresentadora citou um episódio ocorrido há algumas semanas que gerou uma série de críticas para a ex-Jornal Nacional. Na ocasião, após passar a palavra para o colega Manoel Soares, Patrícia sai de cena de cabeça baixa e uma fisionomia séria . Rita contou que ao ler as críticas contra a colega ficou surpresa.
“Ela saiu de cabeça baixa como todos saímos da cena. Todos, sem exceção, quando o outro colega vai falar a gente sai da cena. Gente, pelo amor de Deus, vocês estão procurando chifre em cabeça de cavalo. Já deu, por favor, essa conversinha, esse papo aí já foi, né? O povo perdeu a sensibilidade, gente”, reclama Rita.
A jornalista ainda disse que não acredita que exista um problema entre Patrícia e Manoel, visto que os dois conseguem apresentar com tranquilidade o programa diário, elevando a audiência e, inclusive, conquistando novos patrocinadores. “Até onde eu sei, onde eu tenho acesso, a gente continua tendo audiência e tendo os compromissos comerciais todos firmados e mais, né? E mais eu tô vendo clientes novos”, adianta.
‘Adriane Galisteu me mostrou o caminho das pedras’
Em 2012, na Band, Rita foi uma das apresentadoras do “Muito+”, um programa de entretenimento também apresentado por Adriane Galisteu, Gominho e Lysandro Kapila. Questionada sobre a relação com os demais apresentadores atualmente, Rita foi só elogios. Segundo ela, todos conversam, mas confessa que com a correria do dia a dia as trocas vão ficando mais difíceis.
Embora a distância dificulte a convivência, Rita fez inúmeros elogios para Adriane Galisteu, apresentadora de "A Fazenda" e "Power Couple" na Record. Se por um lado a crítica tentava rivalizar as duas na época do “Muito+”, no dia a dia Adriane foi uma grande amiga para Rita. A apresentadora contou que a atual comandante de “A Fazenda” a apresentou para a imprensa paulistana. “Adriane me mostrou o caminho das pedras”.
“Ela tem muita experiência não só de TV e comunicação, mas também do entretenimento puro. Então, ela também me mostrou o caminho das pedras não só na mídia, mas também com as pessoas. Como lidar nesse universo porque a gente sabe que é preciso saber entrar e saber sair, né? Porque às vezes a gente entra numas questões e não consegue sair delas ou a gente quer entrar nas questões, mas não deixam a gente entrar. Enfim, por mais competentes que sejamos, então, a Adriane sempre me mostrou esse lado”, relembra com gratidão.
O “Muito +” ficou cerca de 10 meses no ar e, após esse período, Rita voltou para Salvador. Após 19 anos na carreira, quando questionada sobre o conselho que ela se daria mais jovem, Rita confessou: “Eu teria me aconselhado a permanecer em São Paulo depois do Muito +”, entrega.
Segundo ela, estar entre São Paulo e Rio de Janeiro é estar nessa "vitrine do jornalismo nacional". Assim, ela teria “diminuído o período no vácuo”. Pouco tempo depois, porém, a apresentadora com bom-humor refletiu que tudo acontece como tem que acontecer. “Se eu ficasse em São Paulo talvez eu não tivesse hoje o meu filho, né? Ah, tudo acontece na hora certa”, finaliza com um sorriso largo.
+ Saiba mais no canal do iG Gente no Telegram
!