A Globo conseguiu resolver o problema das plateias vazias durante a pandemia com uma versão totalmente virtual. Caravanas, universidades, fã-clubes e convidados externos são trazidos de todo o Brasil para assistir a gravações de programas como "Encontro", " Super Dança dos Famosos ", "Altas Horas" e "Caldeirão do Huck", mas quem nunca foi a uma plateia de programa de auditório pode ter se perguntado: "como será a experiência?".
Pois, o iG Gente também se fez a mesma pergunta e aproveitou o convite, feito a uma universidade paulistana e colocamos uma "espiã" para contar como é esta experiência. Desde a inscrição até a votação das duplas, a estudante Júlia Valverde contou todos os detalhes do "Super Dança dos Famosos".
Apesar de parecer algo secreto e exclusivo, para se inscrever para a plateia, é bem simples. O candidato pode entrar pelo site da "Super Dança" no Gshow e torcer para ser escolhido, seja por estar em uma universidade, fã-clube ou até em grupos de caravanas. No caso de Júlia, a universidade mandou o link de inscrição para os alunos.
Ao se inscrever no sistema de plateias da Globo, o telespectador é convidado a entrar em um grupo de WhatsApp, onde uma 'sala de espera' virtual está pronta para receber a plateia. Por meio deste grupo, os produtores e técnicos ensinam os convidados a se conectarem no programa, além de tirarem dúvidas sobre horários, conexão e posição de câmera. Mas antes de qualquer questionamento, os produtores mandam manuais e vídeos para quem quer conectar, seja pelo celular, seja pelo computador.
Como toda participação nas plateias da Globo, é preciso disponibilidade. No dia da gravação, que é às sextas-feiras, os convidados devem estar alerta, das 11h até 20h, que é o fim da gravação. Durante o dia, os técnicos fazem ajustes, testam microfone, câmera, posicionamento e outros pontos. Mas, para Júlia, esta disponibilidade teve falta do 'padrão Globo de qualidade'.
"Achei que seria mais organizado. Todo mundo testava sua câmera, seu microfone, via se estava tudo certo, até a plataforma, isso entre 11h e 13h. A produção avisou que 15h um técnico ia ver a posição da câmera e tal. Mas não apareceu ninguém! A gente entrava na sala e tinha umas pessoas que entravam lá e largavam a câmera e o microfone aberto e saía fazendo as coisas e o povo pedindo para desligar", conta.
"Mas assim, ninguém explicou. Quando foi perto da gravação, umas 16h, que aí veio um técnico de fato e entrou, respondendo algumas dúvidas pelo WhatsApp. Era bem desorganizado, descobri depois que éramos separados em quatro salas. Era na base de umas vinte pessoas de cada sala. O técnico e a produção tinha o nome de todo mundo porque ele chamava a pessoa pelo nome", conta. Júlia diz que teve que fechar a janela devido à luz da rua, que a deixava contraluz.
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Um ponto positivo na experiência foi a conversa entre plateia e produção. "Vamos assistindo o programa e, ao mesmo tempo, o produtor vai falando com a gente, dando direcionamentos. Um exemplo: 'batam palmas!'. Eram dois, que gritavam, pediam para balançar, dançar quando alguém cantava", contou.
Júlia conta que não foi possível ver as pessoas durante o programa, era apenas ela e a tela da gravação, que continha os dizeres "confidencial", para que as imagens não fossem compartilhadas antes da exibição do "Dança". O único contato externo foi com os produtores, que ela apenas ouvia.
E, claro, há a votação da plateia: diferente do programa presencial, que cada um tem um controle, a votação também é virtual e segue o esquema das votações do Carnaval. "Eles disponibilizaram um link, com login, senha e tutorial de vídeo no grupo. A gente entrava, aparecia lá o nome da dupla, mas o produtor falava: 'não votem ainda, só façam isso quando eu autorizar'", conta.
"Quando o Tiago Leifert (apresentador) fala e, entre uma conversa e outra entre jurados, o produtor dava a ordem de votar. Aí tem lá os números, tem de nove até dez, com os décimos: aí 9,1, 2, 3, até dez. Então, você volta e confirma seu voto e envia. Não tem segredo. Depois vem a próxima dupla e eles mudam a foto. É muito simples", diz.
Júlia conta que, apesar das dificuldades técnicas, participar da plateia do "Super Dança dos Famosos" é muito divertido. "Foi muito legal, uma coisa divertida foi que era uma gravação para o dia da final da Eurocopa, então o Tiago gravou quatro vezes a chamada da Euro porque ele não sabia qual que ia ser o narrador! Aí ele gravou o Kleber Machado, o Luís Roberto, o Galvão Bueno ele gravou várias vezes", conta.
Além do "Super Dança", Júlia assistiu às "Vídeo Cassetadas", clássico do domingo. "Na edição, dá a impressão que os jurados tão todos assistindo as "Vídeo Cassetadas", mas é mentira! Eles vão embora e ficam apenas a Dani Calabresa e o Welder Rodrigues, até o Tiago vai embora. Aliás, nessa edição, o programa foi cortado por causa dos penâltis da Eurocopa e não teve Vídeo Cassetadas", conta.