Barack Obama foi por oito anos o homem mais poderoso do mundo. Quatro anos depois de sair da Casa Branca, o ex-presidente dos Estados Unidos lança um livro de memórias: o "Uma Terra Prometida".
Em entrevista ao "Conversa com Bial", nesta segunda-feira (16), Obama falou sobre Jair Bolsonaro (sem partido), o comparou a Donald Trump (Republicanos) e afirmou que talvez Joe Biden seja um elemento pacificador entre as nações.
“Eu não conheço o presidente do Brasil. Eu já tinha saído quando ele assumiu o cargo. Então não quero dar uma opinião sobre alguém que não conheci. Posso dizer que, com base no que vi, as políticas dele, assim como as do Donald Trump, parecem ter minimizado a ciência da mudança climática. E o Brasil é obviamente um ator central na ação de poder ou não frear os aumentos de temperatura que podem causar uma catástrofe global", iniciou Obama.
Entre as pautas do papo, Pedro Bial quis saber o que Obama achou das provocações do presidente brasileiro em rebate a Joe Biden: "Quando acabar a saliva, tem que ter pólvora", disse Bolsonaro - em relação as pressões de Joe em sobre as queimadas na Amazônia -, sugerindo um possível embate entre os países.
"A minha esperança é que, com o novo governo de Biden, exista uma oportunidade de redefinir a relação. Sei que Joe Biden vai enfatizar que a mudança climática existe. Tanto os Estados Unidos quanto o Brasil vão desempenhar um papel de liderança. Sei que Joe Biden vai enfatizar a ciência quando se trata da existência da Covid-19. Precisamos nos mobilizar dentro no nosso país e de forma internacional para tentar dar um fim a essa pandemia. Mas, no fim das contas, os Estados Unidos e o Brasil têm muitas coisas em comum. O progresso que precisa acontecer, não só no hemisfério, mas no mundo, vai ser, em parte, determinado pela qualidade da relação entre os nossos dois países”, pontuou o ex-presidente dos EUA.
Kamala Harris e o empoderamento
Obama também falou sobre a atual vice-presidente dos EUA, Kamala Harris. Ela é a primeira negra e mulher a ocupar o posto.
“O trabalho de empoderar as mulheres é contínuo. Foi interessante, como presidente, poder observar que os países que oprimem as mulheres, que não usam os talentos das mulheres, tendem a ser os países que não se desenvolvem economicamente e que têm outros problemas. Os países que muitas vezes estão se saindo bem e que conseguem desfrutar de todo o potencial do país em parte é porque reconhecem que, se não incluírem meninas e mulheres, metade da população envolvida em resolver os problemas, criar negócios e encontrar curas para novas doenças... se não treinamos metade da população, é como uma equipe de futebol que deixa metade dela fora de campo. Você vai perder. Espero que Kamala Harris seja apenas o início de um processo no qual cada vez mais mulheres no mundo sejam vistas como líderes viáveis nos níveis mais altos”, disse Obama.