Nesta terça-feira (17), Lobão foi o grande destaque do programa “The Noite” apresentado por Danilo Gentili . Durante a entrevista o cantor, divulgou seu novo projeto e revelou como se tornou querido entre os integrantes do Comando Vermelho.
Leia também: O que os tweets de Lobão dizem sobre o Brasil de 2018?
"Fui preso umas 539 vezes de 1986 até 1992, em tudo que era lugar do Brasil eu era preso porque o juiz falava que eu era considerado um mal social. Eu mandava todo mundo se foder. Como eu era muito doidão, todo mundo tinha que ser revistado no meu show. Surreal", queixou-se Lobão .
Leia também: Lobão: "É um momento ridículo, uma 'lucianohuckzação' do Brasil"
Nos momentos seguintes, o cantor e compositor detalhou a Danilo Gentili o tempo conturbado de sua vida: “Tive que fugir, fui condenado, cumpri três meses e fui morar nos Estados Unidos. Quando voltei, em 1989, continuei sendo preso. Eu ficava com mais 30 pessoas na cela. Na primeira cela tinham três chefes de tráfico. Cheiravam muita cocaína, o lugar era muito quente, ratos, um fedor... Falei: 'chega de cocaína, vamos adotar o Rivotril'. Jogava Rivotril para todo mundo. Fui adotando medidas higiênicas, as pessoas foram ganhando ternura pela minha pessoa", continuou.
Durante o "The Noite", o escritor e roqueiro chegou a revelar que até se envolveu com uma facção criminosa: "Virei mascote, involuntariamente, do Comando Vermelho. Quando saí da cadeia os chefes me levaram pro morro. Tive aula de tiro".
Lobão e a Música
Sobre o novo projeto musical, que contém alguns sucessos do rock nacional dos anos 80, Lobão contou durante o papo que algumas músicas que queria gravar ficaram de fora.
"Não sou cantor, sou um compositor e eventualmente canto. Tiveram músicas que eu adoraria cantar e não consegui. Como, por exemplo, o Ritchie. Eu não tinha esse charme. Os Titãs também não consegui colocar nenhuma música”.
Leia também: Nascidos no mesmo dia, Tom Zé e Lobão são antagonistas na arte e na política
Por fim, Lobão falou ainda explicou como o rock nacional era visto nos anos 80: "O rock tinha um papel muito indefinido. A direita te odiava e a esquerda te achava americanizado".