Se você é uma das pessoas que também percebeu que ultimamente a maioria das tramas da Globo usa bordéis ou casas de prostituição como um dos centros da história, você não está enganado. De 2007 para cá, a emissora usou o tema em oito novelas, fazendo com que o próprio assunto torne-se apelativo e cansativo.
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Para muitos, as novelas tem o papel - e talvez obrigação - de retratar a realidade. O que talvez justifique a maior presença do tema em novelas é a maior liberdade com que a sexualidade e o sexo são tratados no âmbito social. Mas a repetição já começa a dar sinais de cansaço.
Da prostituta Bebel (Camila Pitanga), em "Paraíso Tropical" (2007), à casa de prostituição de Laureta, em "Segundo Sol"
, novela das 21h que está no ar, os bordéis e as "casas das primas" tornaram-se uma das muletas dos autores, principalmente de João Emanuel Carneiro e Walcyr Carrasco.
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Linha do tempo
Nos últimos 10 anos, oito tramas da Rede Globo fizeram uso de moças que tinham a profissão mais antiga do mundo como a sua principal fonte de sustento. Sem fazer distinção de horários, o tema foi abordado tanto no horário nobre como na trama das 18h e das 23h.
Em "Paraíso Tropical" (2007), novela escrita por Gilberto Braga e Ricardo Linhares, a história da prostituta Bebel do calçadão de Copacabana, personagem de Camila Pitanga, ganhou destaque na telinha. No ano seguinte, João Emanuel Carneiro traz em "A Favorita" (2008) o bordel de Cislene (Elizângela), que abrigou muitas meninas que foram tentar a vida em São Paulo. As atrizes Giovanna Ewbank, Emanuelle Araújo, Deborah Secco eram os destaques
Após um iato de quase quatro anos do tema nas novelas, ele reapareceu no remake de "Gabriela" (2012), escrita por Walcyr Carrasco inspirada no romance homônimo, de Jorge Amado. Na obra, as prostitutas ganhavam destaque no Bataclan, comandado por Maria Machadão (Ivete Sangalo). Destoando do cenário de Ilhéus na década de 20, algumas prostitutas fizeram sucesso e ganharam mais destaque ao longo da trama com histórias particulares para as atrizes Leona Cavalli, Giovana Lancelloti, Emanuele Araújo e Nathália Rodrigues.
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Em 2013, duas novelas apresentaram o assunto, mas em horários diferentes. Em "Joia Rara" (2013), escrita por Duca Rachid e Thelma Guedes, a novela trazia o cabaré Pacheco Leão, com as vedetes Lola Gardel (Letícia Spiller) e Aurora Lincoln (Mariana Ximenes) como atrações da Lapa na década de 30. As atrizes Fabíula Nascimento, Simone Gutierrez, Tania Khalill, Giovanna Ebwank, Guta Ruiz e Ana Lima também faziam parte.
Já em "Salve Jorge" (2013), novela das 21h escrita por Gloria Perezque estreou alguns meses depois, o foco era o tráfico de mulheres para Istambul. Com a proposta de ter uma vida melhor no exterior, as meninas eram iludidas e acabavam trabalhando como prostitutas na boate de Irina (Vera Fischer)
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Walcyr Carrasco novamente trouxe o tema em duas das suas produções. Em "Verdades Secretas" (2015), juntamente com Maria Elisa Berredo, os autores apresentaram a prostituição no meio da moda, conhecido como 'book rosa'. Com o horário das 23h, a novela tinha cena fortes de exploração sexual e drogas.
Em "O Outro Lado do Paraíso" (2017), o bordel de Pedra Santa, conhecido também como Hora do Love Chic, ganhou destaque na pequena cidade do Tocantins e na telinha. As atrizes Mayana Neiva, Malu Rodrigues, Juliane Araújo e Priscila Assum eram algumas das responsáveis por dar cor, brilho e muita sedução ao lugar.
Não acaba por ai
Se você cansou do assunto, então prepare-se para uma dobradinha nas tramas das 21h. No ar, "Segundo Sol", novela de João Emanuel Carneiro, apresenta a casa de luxo de Laureta (Adriana Esteves) com Ícaro (Chay Suede) e Rosa (Letícia Colin) como destaque. A cafetina de Salvador escolhe e prepara mulheres e homens que são verdadeiras beldades para dar prazer para os seus clientes.
Entrando na onda de outras novelas , tudo indica que Aguinaldo Silva também vai trazer o tema como foco da sua trama. Prevista para estreiar em novembro, "O Sétimo Guardião", também vai entrar na lista.