“Cidade Proibida”, nova aposta de série da Rede Globo , estreou na última terça-feira (26) e deixou a desejar. Com uma premissa interessante e a promessa de uma estética pouco explorada pelo canal, a série prometeu um olhar sobre o submundo carioca dos anos 1950, em contraste com o luxo da alta sociedade, ambos sob o olhar do investigador Zózimo Barbosa ( Vladimir Brichta ).
Leia também: Noir Brasileiro com Vladimir Brichta, Globo estreia “Cidade Proibida”
A realidade foi uma estética engessada, disfarçada pela edição que dá um ar de “ noir ”, assim como a narração do personagem principal. A ideia é que, ao longo dos episódios de “ Cidade Proibida ”, acompanhemos os casos escolhidos pelo detetive particular interpretado por Brichta, sempre envolvendo adultério e, eventualmente, crime.
Leia também: Vladimir Brichta explica preparação para "Bingo – O Rei das Manhãs"
Mas na prática o resultado não foi esse, pelo menos não no primeiro episódio. Zózimo acaba, por meio de um novo caso, reencontrando uma mulher de seu passado, Lídia (Cláudia Abreu). Cego pelo amor que ainda sente pela mulher, ele ignora todos os seus instintos de detetive . O problema é que esse é justamente o mote da série – o trabalho de investigação do policial. Sendo assim, o que vemos logo no início é um profissional muito ruim em seu trabalho.
Vladimir Brichta está bem no papel, mas até agora Zózimo é o personagem menos interessante da série. Marli ( Regiane Alves ), prostituta e amante de Zózimo é bem mais interessante em seus sentimentos conflitantes. Bonitão ( José Loreto ) embora apareça pouco também agrada como um gigolô que só pensa em se dar bem, e Aílton Graça mostra um trabalho investigativo muito mais eficiente do que Zózimo na pele do policial Paranhos.
Texto
A ideia da narração em voice-over não é ruim, mas o texto é fraco. O detetive fala a mesma coisa que estamos vendo, portanto o recurso é desnecessário. Além disso, o final o episódio ficou parecendo com um novelão com um desmascarando e apontando a arma para outro, cena que lembra muito o divertido desfecho do filme “Lisbela e o Prisioneiro”, embora essa talvez não fosse a ideia. “ Cidade Proibida ” tem potencial e, se o protagonista for melhor desenvolvido nos próximos episódios, a série pode engatar. Caso contrário, a emissora perde uma boa oportunidade de aproveitar melhor seus ótimos atores.
Leia também: Saudades de “Game of Thrones”? 10 séries para assistir enquanto GoT não volta