Gregorio Duvivier começa nesta sexta-feira (5) um novo capítulo de sua carreira, quando o programa "Greg News" for ao ar pela primeira vez na tela da HBO. Claramente inspirado no "Last Week Tonight" do britânico John Oliver, o comediante pretende abordar temas da política e da sociedade brasileira com um humor ácido.

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Divulgação/HBO
Gregorio Duvivier apresenta o "Greg News", na HBO, a partir desta sexta-feira (5)

"O que eu espero é que seja inesperado. O que mais quero para esse programa é que ele não seja a mesma coisa que a gente já vê", disse Gregorio Duvivier em entrevista exclusiva ao iG .

A primeira temporada terá 20 episódios semanais e os programas serão gravados às quartas-feiras para irem ao ar às sextas da mesma semana. Por isso, o apresentador não faz ideia dos temas que serão abordados, mas já antecipa alguns que ele quer discutir: drogas, sistema prisional e reforma da polícia, entre outros.

Na entrevista abaixo, Gregorio fala sobre a expectativa para o "Greg News", o público que quer atingir e a repercussão que espera do programa: "Eu acho que apanhar dos dois lados faz parte."

Leia a entrevista com Gregorio Duvivier:

iG: O que o público pode esperar do "Greg News"?
Gregorio Duvivier:  O pessoal pode esperar humor político e uma leitura divertida da sociedade e dos fatos. O que eu espero é que seja inesperado. O que mais quero para esse programa é que ele não seja a mesma coisa que a gente já vê. Tem uma coisa que eu acho que é perigosa: volta e meia todo mundo está tuitando e dizendo a mesma coisa. Espero que a gente consiga dizer coisas novas e relevantes sobre aqueles temas que está todo mundo falando, mas, às vezes, as pessoas não estão vendo o óbvio. Acho que esse é um dos objetivos do humor. Jogar um olhar novo, fresco, para uma realidade, algo que ninguém está jogando, está jogando só olhares viciados.

iG: O programa é mesmo inspirado no "Last Week Tonight"?
GD:  O John Oliver é a principal referência, ele é uma mente brilhante. É um comedy news, mas com uma forte pegada temática. Não é uma revista da semana, só. Vai ser algo temático, para a pessoa ver depois, um mês, dois meses. Ela pode ver e rir.

iG: Você cogita fazer um programa de debates, ao estilo do "Real Time With Bill Maher"?
GD:  Eu acho um grande formato o do Bill Maher, pode até ser uma ideia para o futuro, mas, por enquanto, não. A gente vai ficar mais no comedy news clássico, no formato bancada, discorrendo sobre um tema. Tem até espaço para uma entrevista. Bem oral, monólogo mesmo, feito aquela parte inicial do talk show.

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Divulgação/Rogério Resende

Gregorio Duvivier com o traje que usará no "Greg News"

iG: Os vídeos do John Oliver costumam viralizar na internet. Você acha que os seus terão o mesmo potencial?
GD:  Isso combina com a internet. É atual, mas não é imediato. Então ele não está falando do que acabou de acontecer no último segundo, mas de algo que daqui a um mês vai continuar relevante. Às vezes até infelizmente vai continuar relevante, porque é um tema que não vai ter tido nenhum tipo de progresso. Tem uns temas que eu estou louco para falar, tipo drogas, sistema prisional, reforma da polícia. São temas que não vão se resolver da noite para o dia, infelizmente.

iG: Quem é o público que você quer atingir?
GD:  O ideal é que a gente saia da velha bolha da esquerda. Isso é o legal de estar na HBO, que é um público muito vasto e diferente. Não tem nada a ver com o público do Porta [dos Fundos]. Então acho que vai juntar os públicos e a gente vai conseguir falar com novas pessoas. Vamos falar com quem já concorda com a gente, mas também falar com pessoas que não necessariamente discordam, mas não têm uma opinião formada, ou não tinham parado para pensar no assunto, que é a grande maioria das pessoas. A gente fala de polarização no Brasil, que as pessoas se odeiam, claro que tem 10% que odeia os outros 10%, mas tem uma grande parte dos brasileiros que não se encaixa em nenhuma das classificações, que não tem ódio uma da outra. Não é coxinha nem petralha. Tem uma quantidade enorme de brasileiros que se recusa a cair nesses rótulos. Não é que elas estão em cima do muro, elas só recusam esses rótulos, não vão às ruas nem de amarelo nem de vermelho. Isso pra mim é importante, importante lembrar que a maioria dos brasileiros se encaixa nessa categoria.

iG: Você está preparado para apanhar dos dois lados?
GD:  Eu acho que faz parte [apanhar dos dois lados]. A gente não pode se preocupar com isso, com hater ou com lover. Eu acho que o hater e o lover são duas faces da mesma moeda. Quem se preocupa muito com o lover, com ser amado, acaba se preocupando com o hater também, fica deprimido por ter muito hater. Se você não faz para ter lovers, você não vai se importar em ter haters. Não tem que fazer pros lovers, tem que fazer para quem não está nem aí, para quem não gosta de política, para quem não te conhece. Tem que fazer para a senhora que está em casa, para os adolescentes.

iG: Você acha que o público já está preparado para um programa como o "Greg News"?
GD: Eu acho que o público está muito sedento por humor no Brasil, por algo que você consiga rir, algo que explique um pouco. O humor ajuda a gente a viver. Ele empresta um sentido para coisas que não têm necessariamente um sentido. É uma leitura da sociedade, da vida, dos grandes mistérios da vida, que vão desde a morte à tomada de três pinos. E o humor explica um pouco o inexplicável.

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"Greg News com Gregorio Duvivier"
Quando: sextas-feiras, a partir de 5 de maio, às 22h
HBO e HBO GO

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