Carminha, Nazaré Tedesco e Odete Roitman são, com certeza, os primeiros nomes que rolam na boca daqueles que adoram falar nos inúmeros títulos de sucesso da teledramaturgia brasileira. Sem sair em defesa das mocinhas, verdade seja dita: o que seria dessas novelas se não existissem tantas vilãs que apimentam as histórias e deixam a trama ainda mais instigante?
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Dentre tantos sucessos que transitam entre as novelas das 18h, 19h e 21h, confira quais foram, além da memorável Carminha , as malvadas que fizeram e aconteceram na programação predileta dos brasileiros e que marcaram o imaginário coletivo dos telespectadores que são amantes de uma boa novela .
Atena – "A Regra do Jogo" (2015)
Entre os caminhos cruzados do bem e do mal em “A Regra do Jogo” (2015), de João Emanuel Carneiro, Giovanna Antonelli deu vida a uma vilã que não mediu esforços para conseguir tudo o que queria . Francineide dos Santos, que faz uso do codinome Atena, é uma estelionatária que falsifica cartões de crédito, rouba sem parar e se passa facilmente por rica graças as roupas de grife e aos luxos que consegue custear com todo o dinheiro alheio que usurpa. Apaixonada por Romero Rômulo (Alexandre Nero), um dos cabeças de uma facção criminosa, a vilã se envolve e também entra para a quadrilha organizada. Perigosa!
Cora – "Império" (2014)
Invejosa é um bom adjetivo para classificar a vilã Cora, vivida na fase mais nova por Marjorie Estiano e na mais velha por Drica Moraes na novela “Império” (2014), de Aguinaldo Silva. Por cobiçar a relação de amor proibida que a irmã Eliane (Vanessa Giácomo/Malu Galli)
queria, mas tinha medo de viver com o próprio cunhado José Alfredo (Alexandre Nero), Cora sabotou o plano de fuga dos dois e fez fosse preciso que se separassem. Além disso, a vilã viveu uma vida de obsessão por José Alfredo (isso mesmo, o amor da vida da própria maninha) e ainda comemorou a morte da própria irmã. Recalcada!
Aline Noronha – "Amor à Vida" (2013)
A cara de boazinha da suposta boa moça Aline (Vanessa Giácomo) conseguiu enganar durante muito tempo muitos personagens de “Amor à Vida” (2013), de Walcyr Carrasco. Com o plano de se vingar do médico rico César (Antonio Fagundes) à mando da tia frustrada por conta do affair falho com o ricaço, Aline conquistou o milionário aos poucos e conseguiu fazer com que ele se separasse da própria família para ficar com ela. O que ficou escondido de todos, por confiarem na falsiane, é que Aline mantinha em seus planos o assassinato de César e esses começam a ser colocados em prática quando a malvada deixou o médico cego depois de adicionar uma substância misteriosa em sua comida.
Carminha – "Avenida Brasil" (2012)
Essa é osso duro de roer. Devido a frustração de ter nascido no meio do lixo, Carmen Lúcia, vivida por Adriana Esteves em “Avenida Brasil” (2012), cresceu frustrada e com horror a pobreza. Além de ter matado o marido Genésio (Tony Ramos) na companhia do amante Max (Marcello Novaes), Carminha se livrou da enteada Rita (Débora Falabella), órfã de mãe, e a deixou abandonada no lixão após conseguir subir na vida por ter se casado com o jogador de futebol cheio da grana, Tufão (Murilo Benício). Fria, ambiciosa e inesquecivelmente caricata, Carminha bombou a audiência da novela das nove e pegou o posto da maior vilã dos últimos tempos. O páreo é duro para superar essa aí. Será que um dia rola?
Tereza Cristina – "Fina Estampa" (2011)
Em “Fina Estampa” (2011), de Aguinaldo Silva, Cristiane Torloni viveu Tereza Cristina, a rainha do Nilo, como era chamada por seu mordomo que vivia a tiracolo da madame. Perua, cheia da grana e, inclusive, meio cafona com tantas roupas de grife espalhafatosas e super coloridas, a socialite nunca esperou que sua filha pudesse se apaixonar pelo filho de Griselda (Lilia Cabral), mulher honesta e trabalhadora, mas que aos olhos da vilã é vista como pobretona. Tereza Cristina pode ter aparecido há tempos na TV, mas sua mania de chamar todos de “bebê” virou até meme e ainda vive no imaginário do público. Inesquecível!
Yvone – "Caminho das Índias" (2009)
Adicionando mais um número para a lista das recalcadas (e loucas), Letícia Sabatella deu vida à invejosa Yvonne, que tem tudo para parecer inofensiva e inocente, mas que tem um rostinho tão lindo que chega a ser capaz de causar uma discóridia e tanto dentro de um lar. Em “Caminho das Índias” (2009), de Gloria Perez, a bela e sedutora tinha entre os objetivos conquistar, de todos os jeitos, o marido da melhor amiga na trama, Silvia (Débora Bloch). Fazendo uso de suas habilidades com os jogos de sedução, a vilã fez o público pegar raiva de tão abusada e acabou levando até uns tabefes (merecidos) de Silvia na novela.
Flora – "A Favorita" (2008)
Numa disputa pelo posto de mocinha junto com Donatela (Cláudia Raia), Flora (Patrícia Pilar) até que conseguiu passar por mocinha durante um bom tempo para os telespectadores de “A Favorita” (2008), de João Emanuel Carneiro. Após ter saído da prisão determinada a provar sua falsa inocência, dissimulada e convincente, Flora foi parte de um triângulo amoroso ao lado de Donatela, ex-colega de infância, e de Marcelo Fontini (Flavio Tolezani), por quem levou culpa pelo óbito. Com sua falsa doçura e cautela típica de uma expert em crimes, enganou a todos buscando atestar seu bom caráter (que de bom não tinha nada), mas não obteve sucesso. No fim da história, acabou tomando um tiro e voltando para atrás das grades.
Maria Sílvia Barreto – "Duas Caras" (2007)
Noiva de Marconi Ferraço (Dalton Vigh) em “Duas Caras” (2007), de Aguinaldo Silva, Maria Silvia Pessoa de Moraes Barreto, vivida pela atriz Alinne Moraes, também registrou uma vilã e tanto na história da dramaturgia no Brasil. Entre se atirar de uma escada para estragar uma festa e chegar ao ponto de beirar a loucura por ciúme e obsessão pelo marido, Silvia fez com que o público pegasse raivinha, ganhou na categoria de doida e foi até internada numa clínica para perturbados mentais na trama. Doidinha de pedra!
Bia Falcão – "Belíssima" (2005)
Fazendo parte, também, da lista das vilãs que tem horror a pobre assim como Carminha , Bia Falcão, interpretada pela ilustríssima Fernanda Montenegro em “Belíssima” (2005), de Silvio de Abreu, também marcou com a humilhação e arrogância com a qual tratava a maioria das pessoas a sua volta. Além de ter entre seus feitos usar o bordão “pobreza pega”, que virou até paródia na época da novela, a milionária também tinha entre seus objetivos se livrar da namorada pobre de seu neto, Vitória (Cláudia Abreu). Além do comportamento pedante, Bia foi uma vilã não só cínica, mas bem da espertinha: no fim da novela, fugiu com Mateus (Cauã Reymond), garoto de programa que aceitou viver no bem bom com a ricaça. Ligeira!
Cristina Ávila – "Alma Gêmea" (2005)
Sem o mínimo de escrúpulos, matar, roubar e forjar uma gravidez estão entre a lista que compõe a ficha de maldade de Cristina Ávila (Flávia Alessandra) em “Alma Gêmea” (2005), de Walcyr Carrasco. Ambiciosa, queria a todo custo se casar com Rafael (Eduardo Moscovis) para meter a mão na grana e ficar rica. Com uma atração pelo viúvo que não consegue segurar somada a determinação para conseguir o que quer, as maldades de Cristina aconteciam a todo momento com qualquer um que fosse ousado o suficiente para cruzar seu caminho.
Nazaré Tedesco – "Senhora do Destino" (2004)
Sem medir o mínimo das consequências que podem ter seus atos de loucura, Nazaré Tedesco, em “Senhora do Destino” (2004), de Aguinaldo Silva, entra, sem dúvida, no ranking das vilãs mais malvadas e dissimuladas que marcaram a história das telenovelas.
Adriana Esteves e Renata Sorrah deram vida, nas fases antiga e atual, à uma prostituta do bordel de Madame Berthe que se apaixona por Luís Carlos (Tarcísio Filho/Tarcísio Meira) e quer se casar com ele de qualquer maneira para mudar de vida. Certa de que o único jeito de conseguir o que quer é por meio de uma gravidez, a louca rouba Lindalva ainda bebê (Carolina Dieckmann) de Maria do Carmo (Carolina Dieckmann/Suzanna Vieira), por ser estéril. No fim, depois de ter jogado até o marido escada abaixo, a vilã é presa, foge da cadeia e se joga de uma ponte. Isso é o que se pode chamar de uma mulher sem limites!
Bárbara Campos – "Da Cor do Pecado" (2004)
Nutrindo uma relação de revolta contra qualquer coisa que interfira em seus planos, Bárbara Campos foi interpretada por Giovanna Antonelli em “Da Cor do Pecado” (2004), de João Emanuel Carneiro e tinha como objetivo principal usufruir da fortuna de seu namorado Paco (Reinaldo Gianecchini), que tem as estruturas balançadas depois de conhecer Preta (Taís Araújo). Determinada, inteligente, mas dissimulada, a vilã marcou com a sensualidade (e a maldade) com que se esforçava para manter os planos malignos em curso.
Laura – "Celebridade" (2003)
Laura Prudente da Costa (Cláudia Abreu) também entra para o time das recalcadas. Fingindo ser fã de sua rival Maria Clara Diniz (Malu Mader) em “Celebridade” (2003), de Gilberto Braga, o único objetivo da vilã na novela é por fim na fama que Maria Clara conseguiu com a música “Musa de Verão”, composta pelo padrasto de Laura. Por isso, a invejosa quer tudo o que a rival tem e cansa tanto a beleza de Maria Clara, que rolam vários arranca-rabos. Laura morre na trama, mas deixa para trás um longo histórico de barracos com direito a tapa na cara e tudo mais. Da pá virada!
Olga – "Chocolate com Pimenta" (2003)
Pelo jeito, a maldade disfarçada pelo jeitinho de boa moça não foi exclusividade de Carminha . A novela das seis de Walcyr Carrasco usou o estilo de época como cenário para "Chocolate com Pimenta" (2003) e teve Priscila Fantin na pele de Olga, uma adolescente mimada por ser filha do delegado da cidade e bem malvadinha. Com os cachinhos que disfarçavam suas más intenções e lhe davam uma aparência doce, a vilã se aproveitava da impressão inocente que causava para fazer um inferno na vida de Aninha (Mariana Ximenes), sua concorrente no jogo de sedução com o partidão Danilo (Murilo Benício). Sacana e disfarçada de boazinha, um dos feitos mais malvados da vilã foi dar em Aninha um banho de tinta verde na frente de um monte de gente. É maldade para mais de metro!
Maria Altiva – "A Indomada" (1997)
Eva Wilma, ao longo de “A Indomada” (1997), de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares, interpretou mais uma vilã que ficou marcada na teledramaturgia brasileira. Altiva, má e mesquinha, humilhava o filho e não parava de arrumar motivos para brigar com a sobrinha. Devido ao caráter fantasioso da novela que dava as caras em alguns momentos, a vilã teve um fim inusitado e deixou a trama no estilo Halloween: virando fumaça, seu rosto tomou conta da cidade e assombrou a todos deixando a mensagem de que a vingança de Altiva um dia chegaria. Que medo!
Branca – "Por Amor" (1997)
Na autoria de Manuel Carlos, “Por Amor” (1997) teve como vilã Branca, interpretada por Susana Viera. A madame carioca, ao longo da trama, não deixou de registrar sua arrogância humilhando o filho caçula Leonardo (Murilo Benício) e desfazendo de qualquer pessoa em posição subalterna. Mesmo casada com Arnaldo (Carlos Eduardo Dolabella), ainda arrastava uma asa para seu ex-namorado da juventude Atílio (Antonio Fagundes) e destratava Helena (Regina Duarte), atual do galã. O fim da malvada foi acabar sozinha, abandonada dentro de uma enorme mansão.
Raquel – "Mulheres de Areia" (1993)
Quando dinheiro e ascensão social estavam em jogo, Raquel (Glória Pires) não pensava duas vezes antes de ser falsa e egoísta. Em “Mulheres de Areia” (1993), de Ivani Ribeiro, a vilã Raquel é irmã gêmea da doce Ruth (também interpretada por Glória), que é casada com o empresário Marcos Assunção (Guilherme Fontes), mas que custa perceber que o relacionamento perfeito é ameaçado pela consanguínea invejosa por pura cobiça e ambição. Espertinha, Raquel se aproveita da semelhança física com a irmã para por em prática seus planos malignos. Que sacanagem!
Laurinha – "Rainha da Sucata" (1990)
Na pele de Gloria Menezes, Laurinha foi vilã da novela “Rainha da Sucata” (1990), de Silvio de Abreu. Além de elitista (mesmo falida), falsa e perigosa, ainda tem de enfrentar todos os dias a paixão imoral que nutre pelo enteado Eduardo (Tony Ramos). Laurinha é do tipo malvada até o último, mas elegante: apronta todas sem medir esforços para conseguir o que quer sempre na maior estica.
Perpétua – "Tieta" (1989)
Em “Tieta” (1989), de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares, Perpétua, vivia por Joana Fomm, foi uma vilã querida pelo público e o conquistou por meio das situações cômicas que protagonizou na novela. Sempre de luto e dando o seu meulhor para manter o caráter conservador, a vilã era doidinha de pedra e mantinha numa caixa branca o órgão genital do marido falecido, fato que só foi revelado no fim da trama. Fazendo uso da falsa personalidade beata, Perpétua cometia pecados sórdidos e se esforçava para enganar a todos mascarada de católica fiel.
Odete Roitman – "Vale Tudo" (1988)
Marcada pelas tiradas clássicas e um desprezo dos mais frios e indiferentes em relação aos pobretões, Odete Roitmann foi a vilã de “Vale Tudo” (1988), de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères e, sem dúvida, pode entrar na competição com Carminha no quesito maldade. Autoritária e esnobe, Odete humilhava todo e qualquer subordinado e causou uma pergunta que tomou conta da cabeça dos telespectadores até o fim da novela: “quem matou Odete Roitman?”. Pelo jeito, Carminha aprendeu com a escolinha de maldade deixada por inúmeras vilãs que fizeram história na telinha. Parece que não faltou nada de insipiração, hein?