Em 1974, uma menina de  10 anos ganhou o Oscar. Trata-se de Tatum Beatrice O’Neal, até hoje a atriz mais jovem a ser premiada na cerimônia mais badalada do cinema mundial.

 Reprodução: Flipar
Na ocasião, ela foi laureada como Melhor Atriz Coadjuvante por sua performance em “Lua de Papel” (1973). 

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A sua interpretação no filme do diretor Peter Bogdanovich foi tão festejada que para muitos críticos da época ela deveria ter sido indicada para a categoria principal, a de Melhor Atriz.
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“Lua de Papel” se desenvolve durante a chamada Grande Depressão de 1929, nos Estados Unidos, em uma das maiores crises do capitalismo.
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Na trama, Tatum vive a pequena Addie, que cruza o caminho do protagonista, o vigarista Moses Pray, interpretado por Ryan O’Neal, pai da atriz. 
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A glória precoce contrasta com a vida de Tatum O’Neal. Na autobiografia “Uma Vida de Papel”, a atriz revela diversas tragédias que permearam sua caminhada. 
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A começar pela relação com o próprio pai. Ela conta que Ryan O’Neal, morto em 2023 aos 82 anos, teve uma reação explosiva ao saber que ela tinha sido indicada ao Oscar e ele não. Ressentido, o ator deu um soco na filha.
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A premiação, que deveria ser uma lembrança doce, desapareceu de sua memória, segundo ela descreve no livro. 
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“O sentimento que mais associo à vitória no Oscar é uma tristeza avassaladora por ter sido abandonada por meus pais - ambos, pois minha mãe permaneceu em silêncio - mais uma vez”, narra Tatum na biografia. 
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Joanna Moore (1934 - 1997), mãe de Tatum, também era atriz e, na época da premiação da filha, era consumida pelo vício em álcool e outras substâncias.
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A atriz afirma que mais à frente o pai mudou seu comportamento em relação à glória da filha e demonstrava orgulho. Eles ensaiaram uma reaproximação nos últimos anos da vida de Ryan.
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“Era como se, de repente, ele visse que havia valor em ter uma filha vencedora do Oscar”, enfatiza.

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A vida de Tatum  foi marcada pelo distanciamento dos pais - Ryan O’Neal também era dependente químico - e por episódios de abuso que ela revelou ter sofrido. 
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Ela própria acabou se viciando em drogas como a heroína e tentou dar cabo da própria vida três vezes. 

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Em maio de 2020, aos 59 anos, ela ficou em coma por seis semanas após sofrer uma overdose que resultou em um derrame. “Quase morri”, declarou Tatum à revista “People”. 
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“Fui viciada a vida inteira, com altos e baixos nos últimos 30 a 40 anos”, afirmou a atriz na entrevista. Nos tratamentos de reabilitação ela precisou reaprender a ler, escrever e falar. 
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Além de Kevin, Tatum é mãe de Sean e Emily. Os três são fruto do casamento da atriz com o consagrado tenista John McEnroe. 

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O casamento com McEnroe (foto) durou oito anos. O divórcio foi litigioso, com o tenista obtendo vitória judicial pela guarda dos filhos alegando que Tatum era dependente química.

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Uma curiosidade sobre a vida amorosa de O’Neal é que ela foi a primeira namorada de Michael Jackson. Ao menos, foi o primeiro relacionamento que o astro do pop expôs publicamente.
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Além de “Lua de Papel”, Tatum atuou em outros filmes, como “Garotos em Ponto de Bala’ (1976), “The Runaways: Garotas do Rock” (2010) e “Possessão - O Último Estágio” (2019), mas não chegou nem perto de repetir o sucesso do filme que estrelou ainda na infância e deu a ela o Oscar. 

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Em 1974, uma menina de 10 anos ganhou o Oscar. Trata-se de Tatum Beatrice O’Neal, até hoje a atriz mais jovem a ser premiada na cerimônia mais badalada do cinema mundial. Reprodução: Flipar

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