Os maiores intérpretes da história do Carnaval do Rio de Janeiro

O carnaval carioca perdeu um dos seus maiores intérpretes. Dono de uma voz inconfundível, Melquisedeque Marins Marques, o Quinho, morreu aos 66 anos. Diante da despedida do eterno profissional, que deixou sua marca para sempre na folia, o Flipar traz uma lista com outras vozes que marcaram o maior espetáculo da terra. Na foto, o eterno Jamelão, da Mangueira.

Quando se pensa no carnaval carioca, um dos primeiros nomes que se vem à cabeça é o de Jamelão. Nascido no bairro da Corcundinha, passou a maior parte da juventude no Engenho Novo, para onde se mudou com seus pais. Ao ser levado para a Mangueira por um amigo, se apaixonou pela agremiação.

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Ao cantar em gafieiras na capital fluminense, recebeu o apelido de Jamelão e tocou tamborim na bateria da Estação Primeira. Chegou a cantar com Francisco Alves e, numa noite, assumiu o lugar dele para cantar uma música de Herivelto Martins.

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Logo depois tornou-se cantor de samba e passou por quatro gravadoras diferentes: Odeon, Companhia Brasileira de Discos, Philips e Continental. Até que teve a oportunidade de dividir o microfone com o Xangô da Mangueira em 1949, e em 1952 assumiu sozinho, permanecendo até 2006.

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Conquistou 13 títulos com a Mangueira e foi estandarte de ouro de melhor intérprete em cinco oportunidades. O sexto foi com o destaque, em 1974. José Bispo Clementino dos Santos morreu em 2008, aos 95 anos, e deixou um legado, sendo para sempre a voz da verde e rosa e um dos maiores cantores do carnaval. Em 2022, foi enredo da Estação Primeira ao lado de Cartola e Delegado.

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Outro grande nome que marcou o carnaval carioca iniciou a carreira na União da Ilha do Governador e por lá permaneceu durante 36 anos. Aroldo Melodia também entoou sua voz marcante em escolas como Mocidade Independente de Padre Miguel, Acadêmicos de Santa Cruz, Unidos da Ponte e Caprichosos de Pilares.

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Conhecido pelo grito famoso Segura a marimba!", foi enredo da Lins Imperial em 2003, intitulado "Segura Marimba, Aroldo Melodia Vem Aí!". Aroldo criou um forte identificação com a Ilha ao cantar vários dos maiores sambas da escola e da história do carnaval.

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Entre eles estão "Domingo", de 1977, "O Amanhã", de 1978, e "É Hoje", de 1982, que foram eternizados e sempre são tocados em rodas de samba. Encerrou a carreira em 1996, quando sofreu um derrame cerebral que o obrigou a andar em cadeira de rodas. Dois anos depois veio a falecer, vítima de falência múltipla de órgãos.

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Ainda que a União da Ilha não tenha títulos, Aroldo marcou história no mundo do samba. Atualmente, seu filho, Ito Melodia, segue a carreira sempre exaltando o nome do pai.

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Quem também não está mais entre nós, porém deixou marcada sua voz no mundo do samba é Ney Vianna. Um dos mais talentosos intérpretes de samba-enredo da história do Rio, começou a cantar nos anos 60 na tradicional Em Cima da Hora, do bairro de Cavalcante.

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Ao cantar o samba “O saber poético da literatura de cordel”, de 1973, ganhou o estandarte de ouro e se destacou, chamando a atenção da Mocidade Independente de Padre Miguel. Por lá, fez dupla com Elza Soares na condução do samba da verde e branca da Zona Oeste.

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Ney só se afastou da Mocidade em 1984, quando teve uma passagem relâmpago pelo Império Serrano. Em 1987, ganhou o seu Estandarte de Ouro de melhor intérprete. Na época, cantou sambas emblemáticos da história da escola como "Ziriguidum 2001, Carnaval nas estrelas", de 85, e "Tupinicópolis", de 87.

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Na noite de 15 de outubro de 1989, durante a final da escolha do samba que contaria o enredo “Vira, virou, a Mocidade chegou”, Ney Vianna teve um enfarte fulminante, morrendo em plena quadra. Os produtores do disco do carnaval de 1990 lhe renderam uma homenagem, colocando uma gravação antiga de seu grito de guerra, na abertura da faixa da escola. 

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Quem também marcou uma geração, com um estilo único de cantar é Dominguinhos do Estácio. O intérprete começou sua trajetória na então Unidos de São Carlos no fim dos anos 60. Em 1978, assumiu o microfone da Acadêmicos de Santa Cruz e, no ano seguinte, foi para a Imperatriz Leopoldinense, onde compôs o samba que levou a escola de Ramos ao seu primeiro título.

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No ano seguinte, mais um título com a verde e branca. Logo retornou à Unidos de São Carlos, que se transformou em Estácio de Sá. Em 1988 voltou a trocar a vermelho e branca pela Imperatriz e conquistou mais um título ao entoar o samba "Liberdade, Liberdade, abre as asas sobre nós".

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Depois de uma passagem pela Acadêmicos do Grande Rio, enfim, conquistou o título com a Estácio de Sá, em 1992, com um enredo sobre o modernismo brasileiro. Cinco anos depois, voltou a vencer a elite do carnaval carioca, desta vez com a Unidos do Viradouro, logo em sua estreia, com o enredo "Trevas, luz, a explosão do universo", de Joãosinho 30.

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Ficou na escola de Niterói por onze anos, marcando seu nome na agremiação. Depois de sua saída, teve passagens por Inocentes de Belford Roxo, novamente na Estácio, Imperatriz e na Viradouro dando o grito de guerra com Zé Paulo Sierra. Seu estilo limpo e único de cantar chamava a atenção, mas veio a falecer em 2021 por causa de uma hemorragia cerebral.

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Falecido no início de 2024, Quinho iniciou sua carreira na União da Ilha em 1988. No ano seguinte, teve a chance de entoar um dos sambas clássicos da insulana: "Festa Profana". Desde o início, marcou seu nome não só pela voz, como pelo estilo de animar os componentes na avenida.

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A partir de 1991, assumiu o microfone do Acadêmicos do Salgueiro, e dois anos depois, foi responsável por contribuir com a maior catarse já vista na Marquês de Sapucaí. Ao cantar o samba do enredo "Peguei um Ita no Norte", escreveu seu nome na história do carnaval, com o refrão "Explode Coração".

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Teve passagens por Acadêmicos do Grande Rio, Acadêmicos de Santa Cruz e Império da Tijuca. Além das paulistanas Unidos de Vila Maria, Rosas de Ouro e Unidos do Peruche, entre outras. Na Academia do Samba, criou um forte laço e conquistou outro título, em 2009, ao defender o samba com o enredo sobre o ‘Tambor”

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Ao todo, foram quatro passagens pela agremiação. De 1991 a 1993; de 1995 a 1999; de 2003 a 2014; e, por fim, de 2019 em diante (ao lado de Emerson Dias). Enfrentou um câncer na próstata, mas veio a falecer por causa de uma insuficiência respiratória.

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Nascido em Nova Iguaçu, Neguinho da Beija-Flor sempre teve uma voz potente e afinada. Estreou como intérprete no Leão de Nova Iguaçu, em 1970. O jovem sambista chamou a atenção de Cabana (Silvestre David da Silva), compositor dos primórdios da Beija-Flor, que o convidou para se juntar aos músicos da escola.

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Assim, transferiu-se para a Beija-Flor de Nilópolis em 1975. Até então era conhecido por Neguinho da Vala, apelido nascido na infância terrivelmente pobre, quando atravessava entre as valas da vizinhança. Na Beija-Flor de Nilópolis, criou o bordão "Olha a Beija-Flor aí, gente!", e continua no cargo até hoje.

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Tem também músicas gravadas na MPB e é considerado um dos puxadores mais carismáticos do carnaval do Rio. Em 2008 enfrentou um câncer no intestino e venceu a doença. No ano seguinte, casou em plena avenida, onde segue entoando sua voz.

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Neguinho tem números impressionantes, como 14 títulos com a azul e branca da Baixada. Possui cinco estandartes de ouro e segue ativo como um dos principais nomes do carnaval carioca aos 74 anos, ao lado do irmão Nego, que atualmente defende a União da Ilha do Governador.

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Nego, por sua vez, começou a carreira como apoio do irmão na Beija-Flor em 1981, quando também foi ganhador do samba-enredo junto com Dicró, Picolé e Neguinho. Em 1983, Nego e Neguinho venceram novamente com o enredo "A grande constelação das estrelas negras" (enredo de Joãozinho Trinta), quando a escola de Nilópolis foi campeã pela quinta vez.

Reprodução/O Melhor dos Sambas Enredos

Em 1985, fez um teste na Unidos da Tijuca com 48 pessoas, onde foi escolhido cantor oficial da escola. No ano de 1986, iniciou a carreira como intérprete oficial com o samba "Cama, mesa e banho de gato", enquanto em 1991 ganhou seu primeiro estandarte de ouro, com o enredo "Tá na mesa Brasil".

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Uma das vozes mais experientes do carnaval, Nego já teve passagens por Acadêmicos do Grande Rio, Acadêmicos do Salgueiro, Império Serrano, Unidos do Viradouro, Mocidade Independente, Imperatriz Leopoldinense, Unidos do Porto da Pedra, entre outras.

Wikipedia/Henrique Matos

O intérprete é um dos mais premiados da história do carnaval carioca e atualmente defende a União da Ilha do Governador. Nego já entoou sambas clássicos na avenida como "Aquarela Brasileira", reedição do Império Serrano em 2004, "Lenda das Sereias, Rainha do Mar", reedição de 2009 e "No mundo da lua", de 1993, da Grande Rio.

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Com passagem por escolas como Mangueira, Império Serrano e Unidos da Tijuca, o sambista Fabio Crispiniano do Nascimento também fez história. Sobrinho foi um dos intérpretes mais emblemáticos dos anos 80 no carnaval carioca.

Reprodução/Canal Fred Soares

Desde os 16 anos, Silvinho do Pandeiro desfilava pela Portela e logo emprestou sua voz à agremiação de Oswaldo Cruz e Madureira. Foi o primeiro a ocupar o posto na centenária escola, entre entre 1969 e 1986. No ano de 1983, conquistou o Estandarte de Ouro.

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Rixxah é outro emblemático intérprete, dono de uma voz inconfundível. Iniciou a carreira no conjunto Os Autênticos do Samba. Na mesma época, cantou o samba do bloco Periquito de Jardim América, tendo então sua primeira participação como intérprete de samba-enredo,  

Wikipedia/Ricardo Almeida

Passou a defender sambas em concursos internos de diversas escolas, tais como Portela, Imperatriz e Império Serrano. Também passou por Mocidade e Acadêmicos do Salgueiro. Foi estandarte em duas oportunidades: 1989 e 1995, e foi vice campeão com a Portela, com o enredo "Gosto que me enrosco", também em 95.

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Considerado por muitos como um dos grandes intérpretes do carnaval, Wander Pires iniciou sua carreira na Mocidade em 1990, quando era apoio de Paulinho Mocidade. Quatro anos mais tarde, estreou como intérprete oficial da escola. Em 1996, ganhou seu primeiro título ao entoar o samba "Criador e Criatura".

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O intérprete já teve passagens por Acadêmicos do Salgueiro, Unidos do Porto da Pedra, Imperatriz Leopoldinense, Acadêmicos do Grande Rio, Paraíso do Tuiuti e Portela. Atualmente, defende as cores da Unidos do Viradouro, que ficou com o vice-campeonato em 2023. Também foi campeão em 2017, com a Mocidade.

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Amauri Bonifácio de Paula, mais conhecido como Preto Joia começou na ala de compositores da Imperatriz. tendo sua primeira chance como intérprete em 1985. Nesse ano, por falta de energia no Sambódromo, o desfile atrasou seis horas. A performance da escola foi prejudicada, já que deveria entrar à meia-noite da segunda-feira de carnaval, no entanto, começou a apresentação pela manhã. 

Wikipedia/Ricardo Almeida

Em 1989, deu a volta por cima com a escolha do samba Liberdade, Liberdade, Abra as Asas Sobre Nós, feito em parceria com Vicentinho, Jurandir e Niltinho Tristeza, sendo poucas as vezes que teve que levar o samba à quadra. Após a saída de Dominguinhos do Estácio, foi alçado à condição de intérprete, por onde ficou por dez anos. Conquistou também os títulos de 1994, 1995 e 1999 com a escola de Ramos

Reprodução/@pretojoiaoriginal

José Luís Couto Pereira da Silva, mais conhecido como Luizito, foi um dos grandes intérpretes do carnaval. Teve início na Caprichosos de Pilares e ficou conhecido por substituir Jamelão, que estava em estado grave em 2007 Assumiu o posto na Mangueira logo depois. Foi estandarte de ouro em 2015, mesmo ano em que morreu, vítima de um um infarto fulminante.

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Carlinhos de Pilares foi um emblemático intérprete da irreverente Caprichosos. Foi autor do samba enredo "Moça Bonita não Paga" que levou à escola, em 1982, ao Grupo Especial. Também foi um dos autores de "E Por Falar em Saudade...", um dos maiores sambas da história da agremiação. Morreu em 2005, vítima de um câncer.

Reprodução/canal Apoteose do samba

Jackson Martins começou a carreira aos 14 anos tocando cavaquinho ao lado de Neguinho da Beija-Flor. Durante seis anos foi intérprete da Caprichosos de Pilares, porém seu jeito alegre e estilo de cantar chamava a atenção. Com um futuro promissor no mundo do carnaval, foi assassinado em 2004.

Reprodução/canal Apoteose do samba

Nascido em Belo Horizonte, mudou-se para Duque de Caxias com um ano de idade. Iniciou sua carreira como cantor de samba enredo no extinto bloco de enredo Acadêmicos de Caxias. Mas foi ao lado de Dominguinhos do Estácio que decolou. Em 1994, estreou na Acadêmicos do Cubango e logo foi para a Unidos do Porto da Pedra.

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Wantuir também teve passagens importantes por Unidos da Tijuca e Acadêmicos do Grande Rio, assim como no Império Serrano. Foi estandarte de ouro em 2005 e 2007 e, atualmente, retornou à escola de São Gonçalo para o carnaval de 2024. Sua filha Wictória Tavares, também é cantora e tem o acompanhado nesta trajetória. 

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Tinga, pseudônimo de Anderson Antônio dos Santos, começou na Unidos de Vila Isabel, sendo cantor de apoio de Jorge Tropical, de 2000 a 2003. No ano seguinte, assumiu o microfone da escola de Noel Rosa, com o título que recolocou a agremiação na elite. Também teve passagem pela Unidos da Tijuca, onde ganhou o Estandarte de Ouro, mas retornou à Vila, e será o puxador em 2024.

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