Antes mesmo de ser nomeada Terra de Vera Cruz, a música já marcava presença em solo tupiniquim, mas nada de ser interpretada por famosos. Sempre ecoando entre as matas virgens e os minerais intocados, os batuques e cânticos indígenas, mesmo sem intenção, estreavam a primeira arte em um dos maiores países do continente americano.
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Com a chegada dos famosos portugueses em 1500, um novo tipo de música chegou ao país tropical. No entanto, levou muito mais tempo do que gostamos de admitir para que os próprios brasileiros começassem a produzir seu próprio estilo de música.
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Com mistura de portugueses, africanos, italianos, entre outros, o brasileiros são puros frutos da miscigenação. Como a população, sua música também recebeu muitas influências de outras culturas.
Com o passar dos anos, o desenvolvimento de tecnologias se tornou mais intenso. Isso deu início a um movimento imparável de produção dos meios de comunicação, que começaram a ganhar espaço nas ruas e residências. Ídolos, cantores, atores, locutores, entre outros artistas passaram a ser destaque entre a população por suas obras e produções.
Durante a vida, eles foram adorados. Eram tão talentosos que suas artes tornaram-se um legado para a população brasileira. Uma base cultural, uma influência ou uma raiz.
A partir disso, selecionamos um compilado de artistas brasileiros que já morreram, mas que não devemos esquecer. Não deixe de conferir.
A música e Maysa Matarazzo
Nascida no Espírito Santo, a carreira musical de Maysa começou de forma banal durante uma reunião familiar, em 1956.
O que deveria ser apenas um capricho de uma esposa entediada, acabou se tornando coisa séria quando o disco se tornou um sucesso nas rádios.
Dona de músicas como Meu Mundo Caiu , Ouça , Ne Me Quitte Pas , entre outras, Maysa fez tanto sucesso que tornou-se a primeira brasileira a cantar no Japão. Até que em 1977 ela morreu tragicamente num acidente de carro.
A arte de Dalva de Oliveira
De voz afinada, e bela, Dalva de Oliveira foi considerada a Rainha da Voz e o Rouxinol Brasileiro. A cantora é um dos grandes ícones brasileiros que já morreram, mas não devemos esquecer.
Em 1937 gravou, junto com a Dupla Preto e Branco, o batuque Itaquari e a marcha Ceci e Peri , ambas do Príncipe Pretinho.
O sucesso foi tanto que em 1950 a cantora retornou as paradas, só que desta vez em carreira solo. A voz de Dalva era tão requisitada que ela chegou a dublar os diálogos da Branca de Neve na primeira versão do filme produzida pelos estúdios Disney, em 1938.
No total, foram mais de 400 músicas de sua autoria, sem contar as faixas em que fazia coro nos discos de Carmen Miranda.
No entanto, em 1972 Dalva de Oliveira se despedia deste plano. A cantora morreu de emorragia interna causada por um câncer esofágico.
Emilinha Borba, a grande cantora
Conhecida por sua arte, Emilinha foi uma das mais populares cantoras de samba do Brasil. Ainda jovem, a artista participou de inúmeros shows de talentos, mas foi aos 14 anos que ela ganhou seu primeiro prêmio. Daí em diante não parou mais.
Famosa por interpretar canções como A História da Baratinha , Pirulito , Ninguém Escapa e muito mais, Emilinha era um sucesso imparável!
Apadrinhada por Carmen Miranda, Emilinha Borba foi sucesso na rádio, teatro e cinema.
No entanto, em junho de 2005, ela sofreu um traumatismo craniano após cair de uma escada e morreu de hemorragia intracerebral.
Chico Viola, o pioneiro
Francisco de Morais Alves, mais conhecido por Francisco Alves, Chico Alves ou Chico Viola foi um dos mais populares cantores da primeira metade do século XX. A qualidade de seu trabalho lhe rendeu, em 1933, a alcunha de Rei da Voz.
Foi dele a primeira gravação de disco elétrico feita no Brasil. Graças a ele compositores como Cartola, Heitor dos Prazeres ou Ismael Silva vieram a ser consagrados, o mesmo ocorrendo com várias canções que interpretou, como Ai! que saudade da Amélia , ou a primeira gravação do samba Aquarela do Brasil , de Ary Barroso.
Em 1952, Alves dirigia seu carro voltando de São Paulo, para onde foi se apresentar, quando um caminhão chocou-se violentamente contra ele. Com a pancada, o artista morreu imediatamente.
Grande Otelo, uma estrela
Nascido em 1915, Grande Otelo foi ator, compositor, produtor, comediante, cantor e muito mais. Grande artista de cassinos cariocas, ele participou de diversos filmes brasileiros de sucesso, entre os quais eram famosas comédias das décadas de 1940 e 50.
Sua vida teve várias tragédias. Seu pai morreu esfaqueado e a mãe era alcoólatra. Quando já era um ator consagrado, sua mulher se suicidou logo após matar com veneno seu filho de seis anos de idade. No entanto, isso não o fez desistir da vida.
A partir dos anos 60, Otelo passou a ser contratado da Rede Globo, onde atuou em diversas telenovelas e séries de grande sucesso, como “Uma Rosa com Amor”, “Escolinha do Professor Raimundo” entre várias outras.
No cinema, participou do filme “It's All True”, de Orson Welles. O intérprete e diretor estadunidense considerava Grande Otelo o maior ator brasileiro.
O artista morreu em 1993, em Paris. Grande Otelo viajou à França para ser homenageado no Festival de Nantes, mas nem chegou a comparecer ao evento.
Cauby Peixoto
Cauby gravou seu primeiro álbum em 1951, que foi chamado de "Saia Branca". Na época, por não ser muito famoso, teve pouca repercussão.
Em 1955 lançou seu primeiro sucesso no Brasil, o Blue Gardênia , em uma versão que trouxe dos Estados Unidos em português.
Em 1957, foi o primeiro cantor brasileiro a gravar uma canção de rock em português, denominada Rock and Roll em Copacabana , que foi composta por Miguel Gustavo, também autor da marchinha Pra Frente, Brasil .
Nos anos seguintes Cauby foi só sucesso. Já no fim de sua vida, ele foi homenageado pelo Grammy Latino e comparado a inúmeros astros internacionais.
Cauby Peixoto morreu em 2016, aos 85 anos, em São Paulo. O cantor estava internado devido a uma pneumonia e não resistiu.
Menção honrosa: Dona Ivone Lara
Graduada em enfermagem e especializada em assistência social, a sambista lançou seu primeiro disco aos 56 anos. Sua trajetória na vida e na música inspira a quem olhar. Dona de um talento imensurável, Dona Ivone Lara compôs para inúmeros artistas como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, entre outros.
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A artista que revolucionou a música foi internada em 2018 , no Rio de Janeiro. No entanto, ela faleceu três dias depois de insuficiência cardiorespiratória. Logo após sua morte, inúmeros famosos
prestaram homenagens nas redes sociais.