Talvez ele seja James Bond no futuro. Talvez não. Na verdade, James Bond se beneficiaria de ser interpretado por um dos homens mais charmosos e sensuais da atualidade. O londrino Idrissa Akuna Elba, popularmente conhecido como Idris Elba, é filho de imigrantes africanos – o pai é de Serra Leoa e a mãe é de Gana – além de ator, é produtor musical e DJ.
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Idris Elba nunca esteve tanto no cinema como em 2017, para todos os efeitos um ano especial. São cinco lançamentos, o quarto da leva estreia nesta quinta-feira (2) no Brasil. Em “Depois daquela Montanha”, um romance que também é um drama de sobrevivência, se perde na montanha após um acidente aéreo com Kate Winslet. James Bond pode até não vir, o próprio Daniel Craig já disse que Elba seria perfeito para o papel, mas o ator inglês de 45 anos tem no filme de Hany Abu-Assad um exemplo de quebra de paradigma. Eis um filme que não estamos acostumados a ver um casal inter-racial. Elba, com leveza e finesse, vai demolindo fachadas em Hollywood.
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“A Torre Negra” não foi um hit, mas se há algo na adaptação de Stephen King à prova de críticas é a presença de Elba. Ele que já contracenou com Beyoncé no cinema, no protótipo de supercine “Obsessiva” (2009) e produziu e cantou junto com Jay Z o álbum de “O Gangster” (2007), filme em que contracenou com outro ícone negro do cinema, Denzel Washington.
Outro filme de gangster estava em seu horizonte, antes de migrar completamente para o cinema americano. Fez “Rock´n´Rolla: A Grande Roubada” (2008), de Guy Ritchie antes de engatar “Os Perdedores” (2010), “Ladrões” (2010), “Thor” (2011), “Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança” (2011), “Prometheus” (2012) e “Círculo de Fogo” (2013). Os dois últimos lhe conferiram certa popularidade nos Estados Unidos, para além dos fãs da série “Luther” (2010-2018), em que faz um atormentado policial à caça de assassinos implacáveis e impiedosos.
Autonomia
Hoje Idris Elba já é capaz de alternar papeis em produções mais comerciais como “Star Trek: Sem Fronteiras” (2016), com filmes mais autorais, como “Beasts of No Nation” (2015), primeiro filme comprado e originalmente exibido pela Netflix, que lhe rendeu entre outros prêmios, o SAG de ator coadjuvante. “Atentado em Paris” (2016) e “Depois daquela Montanha” são demonstrações tanto da respeitabilidade adquirida por Elba, como de seu talento e versatilidade.
O ator também pode ser visto atualmente em “Thor: Ragnarok” e no início de 2018 retorna aos cinemas brasileiros com “A Grande Jogada”, filme que marca a estreia na direção de Aaron Sorkin e em que divide a cena com Jessica Chastain.
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Idris Elba é um dos grandes nomes da cultura pop atual. Na última semana, foi o anfitrião da entrega dos prêmios Fifa em Londres. As capas de revistas de cinema, moda e comportamento parecem não resistir a seu encanto neste fim de ano; há quem diga que ele será o homem mais sexy do mundo da People em 2017. Em 2018, no entanto, o inglês quer descansar de toda essa badalação e ir badalar pelo mundo como DJ. É cool ou não é?