“Five Days At Memorial” explora os dilemas éticos que médicos precisaram enfrentar nas condições precárias de um hospital de Nova Orleans, nos Estados Unidos, cercado pela inundação após o Furacão Katrina. Vera Farmiga , Cherry Jones e o elenco da série conseguiram entregar uma performance impactante sobre as dificuldades neste cenário catastrófico, mas o diretor Carlton Cuse enfrentou alguns desafios para recriar a realidade da cidade devastada pela tempestade tropical em 2006.
Em entrevista ao iG Gente, o também roteirista e produtor executivo da novidade detalhou o processo prático de montar os cenários para o seriado da Apple TV+. “Houve enormes desafios técnicos para recriar uma cidade que está debaixo d'água. Este hospital foi realmente inundado e temos fotos de referência de pessoas indo até o hospital em barcos de resgate”, conta o profissional, se referindo aos fatos da trama baseada no livro-reportagem da jornalista premiada Sheri Fink.
“Construímos um tanque com cerca de 15 milhões de litros de água e colocamos uma parte do exterior do hospital lá, inserindo barcos no tanque para criar o nível de autenticidade que queríamos”, aponta. Conhecido pelo trabalho como produtor executivo de “Lost”, Carlton também ressalta que todos os ambientes foram criados sempre visando a segurança da equipe.
“Tivemos que recriar [os cenários], torná-los seguros e descobrir como contextualizar tudo isso. Nós realmente queríamos que o público sentisse como era estar em uma cidade inundada. E precisávamos dramatizar isso. Foi um trabalho árduo, mas obtivemos os recursos da Apple e tivemos muitas pessoas inteligentes para descobrir como poderíamos realmente fazê-lo funcionar e integrá-lo para que parecesse real”, complementa.
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Outros recursos ainda foram usados para contextualizar o público em "Cinco Dias no Hospital Memorial", título da série no Brasil. Entre as cenas mais dramáticas e os momentos de ação diante da destruição do furacão, a produção traz trechos de noticiários e filmagens reais da época da tragédia, que se mesclam entre as gravações nos cenários, como o construído no tanque de água.
Cuse relata que foi necessária a contratação de um time específico para selecionar os arquivos de canais da TV norte-americana que noticiaram o evento em 2005. “Como estávamos tão inseridos nesse hospital, queríamos encontrar uma maneira de contextualizar o que estava acontecendo, era importante fornecer contexto para o público”, defende.
“Uma das coisas interessantes é que a história [do hospital] foi retratada e coberta na época por pessoas que agora são âncoras de notícias mais importantes na televisão americana [...] Nos pareceu importante entender como as coisas eram vistas na mídia neste período e que tipo de cobertura estava sendo feita, para entender qual foi o contexto para as decisões que os personagens tomaram”, reconhece.
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O diretor exemplifica um momento do seriado que contou com cenas de um acontecimento real exposto na TV: “Vemos o então presidente George Bush voando em um avião [diante da tragédia, sem ajudar as vítimas]. Essa foi uma metáfora tão perfeita para mostrar como as pessoas em Nova Orleans se sentiam negligenciadas e descartadas”.
"Cinco Dias no Hospital Memorial" estreou na Apple TV+ com os três primeiros episódios e os próximos capítulos serão disponibilizados semanalmente, às sextas-feiras, até 16 de setembro.
+ O "AUÊ" é o programa de entretenimento do iG Gente. Com apresentação de Kadu Brandão e comentários da equipe de redação, o programa vai ao ar toda sexta-feira, às 12h, no YouTube, com retransmissão nas redes sociais do portal.