Jenna Evans Welch comenta críticas ao filme de ‘Amor e Gelato’
Autora do livro adaptado pela Netflix participa da Bienal do Livro de São Paulo neste domingo (10)
Jenna Evans Welch descreve como um "sonho realizado" a possibilidade de vir ao Brasil para participar da 26ª Bienal do Livro de São Paulo neste domingo (10). A escritora chega ao país diante de recentes críticas dos leitores à adaptação da Netflix de "Amor e Gelato", livro que inicia a trilogia de romances pela qual ganhou popularidade.
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Em entrevista ao iG Gente, a autora norte-americana conta que também se surpreendeu com as mudanças que a plataforma de streaming fez na história, já que apenas vendeu os direitos da obra e não se envolveu com o projeto. "Não tive nenhum envolvimento com a criação do filme, então, muito disso também foi uma surpresa para mim. Foi útil lembrar que o filme foi uma resposta ao meu trabalho, não uma réplica do que eu havia criado", declara.
"Morei na Itália dos quinze aos dezessete anos e foi especial ver personagens que criei andando por lugares por onde passei na adolescência", diz Jenna. Ela segue apontando como parte favorita do longa as interações entre os Lina e Howard e ainda conta como sentiu falta de que a trama fosse "ambientada no cemitério americano de Florença".
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Welch analisa que a adaptação de uma das obras já publicadas é um "objetivo de longa data". "Fiquei surpresa com a gama de emoções durante a criação e lançamento do filme, não foi pouca coisa colocar minhas ideias nas mãos de outros artistas", expõe.
A autora também reconhece o carinho dos leitores com a trama do livro, mas entende como vender os direitos foi a decisão "certa". "É emocionante observar o quanto os leitores realmente se importam com a história original. Entendo como pode ser decepcionante ver uma história mudada. Mas vender os direitos de filme foi a escolha certa para mim na época e já ajudou muita gente a encontrar meu trabalho", relata.
Aprendizados
Questionada sobre como considera os feedbacks do público em relação ao que escreve, Jenna analisou: "Percebi que não há como agradar a todos os leitores. E, se eu tentar, o resultado é um romance plano. Então, quando estou escrevendo, sempre tento lembrar de mim mesma quando adolescente. Tive um profundo amor por livros e ficava muito decepcionada com os poucos livros para jovens adultos".
A autora conta que o livro "Evolution, Me & Other Freaks of Nature", de Robin Brande, foi de extrema importância para a jornada dela no universo literário, já que, assim que leu, "sabia que era exatamente o tipo de livro que queria escrever". Welch ainda aconselha jovens escritores sobre a paciência nos primeiros rascunhos.
"Quando você está começando, seu nível de gosto não corresponde ao seu nível de habilidade. Eu tinha uma ideia clara do que eu queria escrever, mas demorei muitos anos e muitos rascunhos até chegar perto de alcançar. Desisti em um ponto por vários anos, porque me preocupava que nunca seria capaz de criar algo que correspondesse aos meus próprios padrões. Mas a única maneira de aumentar sua habilidade é praticar. Todos nós começamos escrevendo livros que são terríveis", entrega.
Atualmente, a autora conta que sente prazer nos "estágios finais de terminar um romance", ao passo que descreve todo o processo de escrita como "desafiador". "Escrever vem bem devagar para mim. Sempre tive que trabalhar muito difícil desenvolver enredo e história. Também acho um sentimento extremamente vulnerável, às vezes doloroso para colocar meu trabalho no mundo", complementa.
Brasil e futuro
Conhecida por tornar os cenários das histórias quase como um personagem dos livros, Jenna Evans Welch conta que ainda gostaria de explorar novos países além de Itália e Grécia nas tramas que escreve.
A autora não nega a possibilidade de escrever um livro ambientado no Brasil: "Eu amo essa ideia! Sei que é muito rica culturalmente e pelas fotos sei que é deslumbrante. Acho que seria um ótimo cenário para um romance".
Em relação aos trabalhos futuros, a escritora também adianta o que podemos esperar do próximo livro, intitulado “Spell For Lost Things”: "É um salto criativo para mim, pois é mais complexo do que os meus trabalhos anteriores. O romance é duplo ponto de vista, contado a partir da perspectiva de dois adolescentes, Mason e Willow. Mason é um adolescente que vive em um orfanato com uma história de fuga, e Willow é uma adolescente que, após a dissolução da família, sente que não pertence a lugar nenhum. Os dois se encontram em Salem, Massachusetts, onde Willow acaba de saber que a mãe teve um gêmeo que ela nunca havia falado. A história envolve uma maldição familiar, primeiro amor e feitiçaria moderna. Estou extremamente orgulhosa", avisa.