Thay Magalhães sabe que quando entrar na Sapucaí daqui a pouco terá uma prova de fogo pela frente. Rainha de bateria da Paraíso do Tuiuti, ela ficou em meio à polêmica deste carnaval: mulheres bonitas sem samba no pé ocupando lugar que poderia ser das passistas da comunidade. Neste caso específico, a princesa de bateria, Mayara Lima.
Thay chegou ao sambódromo duas horas antes do início do desfile da escola, a primeira deste sábado, 23. O início de sua "montagem' foi às 13h, em casa, na Barra.
"Cheguei aqui muito nervosa. Sei da responsabilidade que eu tenho e não fugi dela. Não sou do samba, mas desde o momento em que recebi o convite, eu me dediquei o tempo todo", diz ela, que teve aulas de samba duas horas por dia: "Não deixei de fazer um dia sequer".
A primeira vez que esteve à frente da bateria da Tuiuti na Sapucaí, ela nem gosta de lembrar.
"Só Deus sabe como eu vim para aquele ensaio técnico. Foi um sofrimento. Mas cumpri o que tinha que fazer", confessa.
O sofrimento ao qual se refere foi ser comparada o tempo inteiro com Mayara, que sambava ao lado e acabou sendo "eleita" pelo povo como a rainha.
"Nunca quis essa rivalidade, não tive a pretensão de tirar lugar de ninguém. Mas é um cargo muito cobiçado e as pessoas fazem o que for por ele", acredita.
Se pudesse voltar no tempo, Thay não titubeia.
"Não aceitaria vir como rainha. Talvez como musa. Mas fiquei empolgada de entrar nesse mundo. Mas nem na política fui tão escorraçada e não vim aqui para isso", avisa ela, que tem feito terapia para lidar com o hate.
As sandálias que Thay vai usar foram supervisionadas por seu estilista. Depois que Grazi Massafera revelou que teve as suas sabotadas e cortadas para cair em seu primeiro ano de reinado na Grande Rio, as estreantes estão mais espertas.
"Eu nem vi, mas ele rezou, botou vários lacres. Vou entrar com muita fé de que tudo vai dar certo. Sou uma mulher de fé".